FAZENDO O QUE SE PODE
Pouco antes do anoitecer, uns jovens desordeiros passaram por uma trilha na mata. Um deles, distraidamente, lançou sua guimba de cigarro ainda em brasa. Em pouco tempo, um enorme clarão de fogo substituiu a luz do sol. Um incêndio cada vez mais crescente tomou conta da floresta e, enquanto as labaredas iam consumindo tudo, os animais debandavam, desesperados. Um deles, porém, resolveu retornar àquele inferno e tentar fazer algo. Era uma andorinha. Sobrevoou o local e descobriu, não muito distante, uma enorme lagoa. Então começou sua empreitada. Voou até à lagoa, mergulhou as penas nele e depois pairou sobre as chamas, sacudindo-se para espalhar as gotículas de água, repetindo isso inúmeras vezes. Apesar de muito concentrada no que fazia, a andorinha não pôde deixar de ouvir uma sucessão de gargalhadas que parecia não ter fim. Era a hiena, conhecida no bosque por debochar de tudo e de todos. Quando a pequena ave deteve-se um pouco para descansar, a hiena se aproxi...