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Mostrando postagens de março, 2021

VOAR OU NÃO VOAR?

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  Um bando de gansos reunia-se todo domingo num  quintal, à volta de  uma gamela. Um dos gansos, o “pregador”, subia com dificuldade à barra mais alta da  cerca e exortava os demais, enaltecendo "as glórias da gansidade”. Destacava como era maravilhoso ser um ganso e não uma pobre galinha ou um peru gordo. Lembrava aos companheiros a sua grande herança e os encorajava sobre as maravilhosas possibilidades do futuro.   De vez em quando, enquanto ele fazia tais sermões, passava lá no alto um bando de gansos selvagens, vindo da Suécia, voando sobre o mar Báltico, em direção à França, formando um perfeito "V". Quando isso acontecia, todos os gansos do quintal olhavam para cima e comentavam entre si, entusiasmados: “Na verdade nós somos assim, como eles. Não fomos feitos  pra viver neste  quintal fedorento. Nosso destino é voar!"   No entanto, quando os gansos selvagens desapareciam do alcance de suas  vistas, com seus  grasnados ecoando  no horizonte, os  gansos do quint

PRA QUE COMPLICAR A VIDA?

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  O executivo de uma grande empresa estava de férias na praia, quando avistou um pescador na margem fisgando alguns peixes com humilde equipamento: linha de mão, anzol simples, chumbo e iscas naturais. O executivo se aproximou: - Bom dia, meu amigo. Posso sentar aqui com você? - Tudo bem, doutor; à vontade. - Estava reparando seu trabalho. Poderia lhe dar uma sugestão? - Como assim? - retrucou o pescador. - Bem, é verdade que não sou pescador; sou executivo de uma multinacional muito famosa e meu trabalho é melhorar a eficiência da empresa, otimizando recursos, reduzindo preços, melhorando a qualidade dos nossos produtos e serviços. Sou um expert nessa área e fiz vários cursos no exterior sobre o assunto. - Pois então, doutor, o que o senhor me sugere? - indagou, calmamente, o pescador. - Olha, estive observando o que você faz. Você poderia ganhar dinheiro com isso. Vamos pensar juntos. Você poderia comprar uma vara de pescar com molinete, assim poderia arremessar sua isca para mais l

TODOS SÃO ESSENCIAIS

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Numa pequena cidade do interior, havia um humilde homem do campo que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das fontes que forneciam água à comunidade. Apesar da simplicidade, era um sujeito muito trabalhador e dedicado. Com discrição e regularidade, inspecionava sua área de trabalho, retirando folhas e galhos secos, bem como tudo que poderia contaminar a água corrente e fresca. Mas ninguém notava suas longas horas de trabalho e seu esforço em manter o lugar sempre limpo. Com o tempo, a cidade começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a ornar e a nadar naquelas límpidas águas. Rodas d'água foram instaladas no fluxo do riacho, girando dia e noite. P lantações e flores vivamente coloridas eram naturalmente irrigadas, proporcionando, em toda parte, uma paisagem de beleza extraordinária. Os anos passaram, e tudo ali prosperou. Foi quando, um dia, o Conselho convocou uma nova reunião semestral. Um dos membros do Conselho requisitou uma revisão no orçamento da ci

TIRE A PEDRA

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  Certo rei colocou uma enorme pedra no meio de uma estrada, próxima a seu castelo. Então, ele se escondeu e ficou observando para ver se alguém tiraria a pedra do caminho. Mercadores e homens muito ricos passaram por ali e simplesmente deram a volta pela pedra. Alguns até xingaram: - Ora, vejam! Nosso rei é negligente e descuidado com seus domínios, pois não manda tirar esses obstáculos das estradas! Reclamaram, mas nenhum deles quis tentar remover a grande pedra. Pouco depois, passou um camponês que conduzia em sua carroça uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da rocha, ele parou, desceu da carroça e tentou retirar dali a pedra. Depois de considerável esforço, ele finalmente conseguiu colocar a rocha em um lado da estrada. Voltou então para a sua carroça a fim de seguir seu caminho, quando notou que havia, junto com a carga, uma bolsa. Nela, havia muitas moedas de ouro e uma nota com os dizeres: "Este ouro pertence ao homem que conseguir tirar a grande pedra da estrada.&q

O TESTE DA BORBOLETA

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  Próximo a uma pequena cidade, no alto da serra, havia um casebre bem simples, onde morava um ancião muito sábio e contador de histórias. Era muito benquisto e respeitado por todos que viviam ali . Certo dia, um grupo de jovens travessos resolveu testar a sabedoria do idoso. - Hoje vamos desbancar aquele velho! - disseram - Vamos provar que ele não é tão sábio quanto dizem. A gente pega uma borboleta, coloca entre as mãos, vai até ele e pergunta o que estamos segurando . Com certeza ele vai perceber que é uma borboleta. Aí vamos perguntar se a borboleta está viva ou morta. Se ele responder que está viva, apertaremos a mão com força e mataremos a borboleta, mostrando a ele que está morta; se ele responder que está morta, a gente abre a mão e ela sai voando. Ele não saberá se sair dessa! Foram então à casa do ancião, levando a borboleta entre as mãos. - Ei, velho, adivinha o que a gente tem aqui entre as mãos! - Uma borboleta! - disse o idoso senhor, quase no mesmo instante. - Muito b

TOLICE E TEIMOSIA

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  Um andarilho estava procurando o País dos Tolos. Após muitos meses indagando aqui e ali , finalmente encontrou a estrada e por ela seguiu. Chegando ao País dos Tolos, viu uma mulher carregando uma porta sobre as costas. O homem ficou intrigado. - Por que carregas a porta, mulher? - perguntou. - Porque hoje de manhã o meu esposo, antes de ir ao trabalho, disse que havia deixado objetos valiosos em casa e que eu não deixasse ninguém passar pela porta. Por isso estou carregando a porta; assim, ninguém pode passar por ela! - Posso lhe dizer o que tornará desnecessário levar esta porta a toda parte? - perguntou o forasteiro. - De jeito nenhum! - retrucou a mulher. - Só quero que me diga como fazer pra que a porta não pese tanto! - Ah, isso eu não posso! E cada qual seguiu seu caminho. Assim são os tolos: são sempre teimosos e se recusam a serem de fato ajudados! Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.

ACREDITA?

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  Numa movimentada avenida, um mendigo costumava sentar-se à calçada e a seu lado colocava uma placa com os dizeres: "Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero! Sou muito  importante! Tenho uma bela residência, sou um sucesso, saudável e bem humorado!"  Transeuntes o olhavam intrigados, outros simplesmente achavam-no louco e alguns até davam-lhe dinheiro. Todos os dias, antes de dormir, ele contava o dinheiro ganho e constatava que, a cada dia, a quantia aumentava.  Certa manhã, um importante executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe falou:   - Vejo que você é muito criativo, além de otimista! Gostaria de colaborar numa campanha da minha empresa? - Sim! Eu vou! Acho que só tenho a ganhar! - respondeu o mendigo.  Depois de um bom banho, um bom trato e com roupas novas, ele foi conduzido à empresa daquele executivo. A partir de então, o ex-mendigo experimentou uma sequência de sucessos de tal forma que, após um tempo, ele se tornou um dos sócios majorit

SOBREVIVEREMOS?

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  Durante a Era Glacial, quando parte do globo terrestre estava coberta de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, por não se adaptarem às condições do clima. Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, no esforço de sobreviver, começou a se unir e a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do outro. E, todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente e se aqueciam, suportando assim o tenebroso inverno . No entanto, conforme o frio foi aumentando, na medida em que se juntavam mais e mais, começaram a ferir-se uns aos outros com seus espinhos. E afastaram-se uns dos outros, feridos e magoados. Alguns começaram a dispersar-se, por não aguentar os espinhos de seus semelhantes. Assim, afastados, logo começaram a morrer congelados. Aqueles que perceberam a morte iminente voltaram a se aproximar, pouco a pouco, mas com jeito, para não se machucarem mutuamente outra vez. Dessa forma, o pequeno grupo que restara sobreviveu ao rigoroso inver