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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

ALGO A AGRADECER

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Certa manhã, ao abrir a janela de seu apartamento, um executivo avistou um maltrapilho, lá no outro lado da avenida, a pedir esmola. "Que bom que tenho um emprego e dinheiro de sobra para minhas necessidades!", pensou. O mendigo, por sua vez, ao ver à distância um débil mental perambulando, disse com seus botões: "Felizmente tenho o juízo perfeito!" O louco, quando ia atravessando uma rua mais à frente, deparou-se com um homem sendo socorrido. Estava agonizando, com uma fratura exposta na perna. "Ainda bem que estou inteiro e posso caminhar!", raciocinou o doido. O acidentado foi conduzido ao hospital e recebeu completa assistência. Na enfermaria, bem ao lado dele, um senhor acabara de falecer. "Sofri este acidente, mas ao menos sobrevivi e posso dar graças por isso; já o meu companheiro de quarto nada mais pode fazer..." E você? Pode também agradecer, seja lá pelo que for? Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

AMIGO IDEAL

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Um elefante resolveu percorrer a floresta a fim de fazer amigos. Encontrando um macaco, perguntou: - Ei, quer ser meu amigo? - De jeito nenhum! Você é muito grande e não pode subir em árvores. Mais à frente, o elefante se deparou com um coelho. - Quer ser meu amigo, pequeno coelho? - Desculpe, mas não dá. Você é muito grande e não caberia na minha toca! Já um tanto triste, o elefante continuou percorrendo a mata. Chegando ao pântano, viu um sapo e, acenando-lhe com a tromba, indagou: - Gostaria de ser meu amigo, sapo? - Não daria certo, cara! Você é muito grande e minha lagoa é pequena! O elefante se retirou dali ainda mais triste, mas teve pouco tempo para alimentar a tristeza. Ouvindo um estardalhaço ali perto, foi verificar o que era. E viu o leão tocando o terror, afugentando a bicharada.  O elefante foi até lá e botou o leão pra correr, salvando assim a todos. Os animais, que estavam escondidos, começaram a sair e se reuniram em volta do elefante. E disseram: - Você te

MINHA VIDA COM BORIS

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Nascida em São Paulo na década de 1970, Thays Martinez ficou cega aos quatro anos devido a complicações com a caxumba. Tal fato, entretanto, não a impediu de se tornar uma mulher forte e perseguir insistentemente seus sonhos. No intuito de lutar por uma vida mais justa e de maior acessibilidade aos deficientes visuais, Thays tornou-se advogada. Já aos vinte e seis anos, viajou para os Estados Unidos a fim de receber o seu cão labrador Boris. Até então ainda não havia no Brasil treinamento para cães-guias e, assim, ela precisou buscá-lo fora do país. Em maio de 2000, Thays e Boris saíram de casa para fazer história. Recém-chegados da América, ambos tiveram a entrada barrada numa estação de metrô. Animais não eram permitidos. Thays, então, moveu uma ação judicial contra a companhia de transporte. Ladeada por Boris, a advogada realizou a própria defesa, conquistando uma vitória sem precedentes no Tribunal de Justiça de São Paulo. Antes mesmo da decisão judicial, que permitiu o

COMEÇANDO POR VOCÊ

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Em uma pequena aldeia, vivia um sapateiro muito pobre, cuja morada era uma modesta cabana. O vilarejo era caminho para muitos viajantes e, para ajudá-los, o sapateiro deixava uma vela acesa em sua janela, todas as noites, o que iluminava a passagem dos andarilhos.  Houve um tempo que o país entrou em guerra e todos os jovens foram convocados. A aldeia se tornou ainda mais pobre e triste. O sapateiro continuou a exibir a vela acesa, na esperança de ajudar os mancebos a encontrar o caminho de casa. Com o tempo, os outros aldeões começaram a imitar o gesto do vizinho e assim todos puseram velas em suas janelas. Na véspera de Natal, a aldeia ficou com aspecto bonito e acolhedor, com tantas velas iluminando o lugar. À meia-noite, os sinos da igreja começaram a tocar, anunciando o retorno dos primeiros soldados. A guerra terminara. Todos saíram de suas casas para receber os jovens combatentes e juntos comemoraram o Natal, certos de que tinha sido um verdadeiro milagre o fato de t

INTELIGÊNCIA X FORÇA

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Um Corvo, prestes a sucumbir de sede, viu lá do alto um pequeno jarro com água e desceu em sua direção.  Chegando lá, constatou, desconsolado, que o jarro continha tão pouca água em seu interior que seria impossível alcançá-la com seu bico curto. Tentou virar o jarro, mas era pesado demais. "E agora?", pensou.  Depois de refletir um pouco, teve uma ideia.  Começou a catar um montão de pedrinhas e foi jogando-as dentro do jarro, uma a uma. Com isso, as pedrinhas ocuparam todo espaço dentro do jarro, fazendo com que subisse o nível da água até ficar ao alcance do corvo; e assim ele pôde refrescar a garganta e matar a sede. Um raciocínio criativo e persistente enxerga o problema como uma oportunidade para a descoberta de soluções! Fábula de Esopo (620-564 a.C.) - adaptação de Marcos Aguiar. 

VOLTAS QUE A VIDA DÁ

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Um rei comentou certa vez com a filha: - Vocês existe graças a mim. Tudo o que necessita sou eu quem dou. Portanto, minha vontade determinará o teu futuro. A filha, serenamente, replicou: - Sei que lhe devo respeito, mas não posso aceitar que meu destino seja determinado pela sua vontade, meu pai. O rei ficou muito irritado com a filha e mandou prendê-la na masmorra do castelo, até que ela se dobrasse à vontade dele. Às vezes ele a visitava para ver se tinha mudado de ideia, mas ela permanecia irredutível.  Muito tempo se passou e o rei, cansado da situação, mandou trazer a filha à sua presença e lhe falou: - Eu poderia condená-la à morte, mas serei complacente. Você será banida do castelo e viverá por conta própria lá fora. Assim a princesa foi banida do reino de seu pai. Passou uns dias numa gruta até ser encontrada por uma caravana que passava por ali. Os mercadores a convidaram para se juntar à comitiva. Mais adiante, acolheram um andarilho que estava perdido e machucad

AMIGOS ATÉ O FIM

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Havia uma macieira que amava um menino. Todos os dias o menino vinha brincar com a árvore: subia pelo seu tronco, balançava-se nos seus ramos, comia suas maçãs, corria em redor dela e, quando cansava, dormia à sua sombra. E a árvore era feliz. Mas o tempo passou e o menino cresceu e já não ficava tanto tempo com a árvore. E a coitada acabava ficando sozinha a maior parte do tempo. Um dia o jovem veio e a árvore lhe disse: - Anda, rapaz. Sobe em meu tronco, balança-te em meus ramos, coma meus frutos e brinque à minha sombra. - Já sou muito crescido pra brincar. Agora quero me divertir mundo afora. Quero dinheiro. Podes dar-me dinheiro? - Bem, eu não tenho dinheiro; apenas maçãs. Leve-as para vendê-las na cidade. Então terás dinheiro. O moço subiu, colheu as maçãs e as levou. E a árvore ficou feliz por ajudar. Mas o jovem passou um tempão sem voltar. E a árvore ficou triste outra vez. Anos depois, o jovem, agora homem feito, regressou e a árvore, eufórica, disse: - Anda, amig

PERIGO ONDE NÃO SE VÊ

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Um explorador resolveu fazer uma expedição à África. Chegando ao continente, hospedou-se em uma pousada antes de iniciar sua jornada. Ao conversar com o dono do estabelecimento, falou com empolgação sobre os grandes mamíferos africanos que ele queria ver de perto - elefantes, girafas, hipopótamos, rinocerontes e leões. Daí o hospedeiro observou: - Moço, tenha cuidado com as formigas. O outro ficou sem entender. Afinal, o havia de mais nas formigas pra ele se preocupar? No dia seguinte, antes de começar a expedição, conservou com o nativo que o acompanharia, falando sobre tudo o que queria fazer e ver. - Tenha cuidado com as formigas, senhor. O explorador outra vez ficou atônito. "Que diabos!", pensou. "E eu lá estou interessado em formigas?" Tendo percorrido algumas horas, pararam em uma aldeia para uma refeição. Enquanto comiam o chefe local advertiu: - Lembrem-se de tomar cuidado com as formigas! "Por que todo mundo aqui só fala em formigas?"

EFEITO BORBOLETA

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Um rapaz percorria o saguão do aeroporto quando, repentinamente, agachou-se para amarrar o cadarço do sapato. Uma moça, que vinha logo atrás com um copo de café quente, tropeça nele e derruba o líquido em um piloto que passava pelos dois naquele momento; estava se dirigindo para assumir a decolagem de um avião. Daí em diante, uma sucessão incontrolável de acontecimentos: graças ao desleixo da moça, o voo do piloto atrasou e o rapaz, consequentemente, perdeu uma entrevista de emprego. Tendo de retornar mais cedo para casa, o moço dá de cara com outra garota, que lhe desperta a atenção. Após o primeiro contato, se enamoraram e casaram. Dessa forma, um caso fortuito, sem prévia conexão com o desencadeamento de eventos posteriores, resultou no encontro de duas almas. Este é o efeito borboleta. Em linguagem simples, o efeito borboleta demonstra que todos os fatos da vida estão conectados em uma grande teia de causa e efeito. Qualquer gesto ou ação, em dado momento, por menor que

OLHAR DE BIA

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Uma menina de seis anos chamada Beatriz Martins passeava de carro com a família, quando parou em um semáforo e viu outras crianças pedindo balas aos motoristas. Chocada, não conseguia compreender aquilo. Aquelas crianças estavam com roupas rasgadas. Inconformada, Bia perguntou ao pai por que estavam daquele jeito. O pai explicou-lhe algumas coisas sobre as diferenças sociais. Ainda assim, Bia continuava não entendendo, achando aquilo uma injustiça. O episódio não saiu da sua cabeça. Ela queria ajudar. Assim, durante quatro meses, ela começou a ajuntar toda bala, pirulito ou doce que ganhasse. Seu intento era distribuir as guloseimas no Natal, às crianças mais pobres. Surpreso com a atitude da filha, o pai convidou amigos, vizinhos, parentes e quem mais pudesse ajudar na arrecadação de donativos. "No Natal daquele ano, atendemos seiscentas crianças", lembra Bia. Até então ela não sabia, mas acabava de fundar sua ONG. Na Páscoa e nas próximas datas comemorativas, a

FAZENDO AS PAZES

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Num dia de muito calor, um leão e um javali chegaram, ao mesmo tempo, a um poço. Estavam com muita sede e começaram a discutir sobre quem beberia primeiro. Nenhum queria ceder a vez ao outro e já iam atracar-se para brigar. Foi quando o leão olhou para cima e viu vários urubus sobrevoando a área. - Veja! - Aqueles urubus estão famintos e esperam pra ver qual de nós dois irá tombar primeiro! - É mesmo! - respondeu o javali - Sendo assim, é melhor fazermos as pazes. Prefiro ser seu amigo a ser comida de urubus. Diante de um perigo maior, o melhor a fazer é deixar de lado as picuinhas e pequenas rivalidades. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

IMPRUDENTE EUFORIA

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Um camelo e um asno, após fugirem de uma caravana no deserto, encontraram um oásis onde puderam beber água e pastar à vontade.  Permaneceram no paraíso por várias semanas, absolutamente despreocupados. Foi quando o asno falou: - Estou tão feliz! Nos livramos da obrigação de carregar peso e podemos só ficar pastando, bebendo água e descansando! Estou com vontade de cantar em alto e bom som! - Não faça isso! - advertiu o camelo - Podemos ser descobertos! Mas o asno não quis saber. Começou a zurrar bem alto sobre sua felicidade. O barulho atraiu uma outra caravana que passava por perto. Alguns homens foram ver o que estava acontecendo e, notando que o asno e o camelo não tinham dono, capturaram os dois, fazendo-os acompanhar a caravana e carregando pesos nas costas. - Maldita língua a tua! - sussurrou o camelo ao asno, com raiva. Muito cuidado ao espalhar aos quatro ventos as razões de sua alegria! Fábula árabe - adaptação de Marcos Aguiar. 

LINGUAGEM DO AMOR

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Um dia, Mahatma Gandhi perguntou a seus discípulos: - Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas? - Porque perdem a calma - respondeu um deles. - Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - questionou Gandhi. - Bem, gritamos porque queremos que a outra pessoa nos ouça - retrucou outro aluno. Gandhi insistiu: - Então não é possível falar-lhe em voz baixa? Depois de ouvir várias respostas (nenhuma convincente), Gandhi continuou: - Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir essa distância, precisam gritar, a fim de poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir uma à outra, não importa quão próximas estejam. Por outro lado, o que acontece quando duas pessoas estão cheias de amor? Elas não gritam; falam suavemente. E sabem por quê? Porque seus corações estão muito próximos

O MEDO QUE CRIAMOS

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Na sala de aula, a professora perguntou aos alunos:  - Do que vocês têm mais medo? Logo choveram respostas: - Eu tenho medo do escuro! - Tenho muito medo de me afogar! - Tenho o maior medo de morrer! - Morro de medo de altura, professora! - Fico com medo de que meus pais esqueçam de vir me buscar... E outras confissões se ouviram.  Só uma garotinha permanecia calada. - E você, querida? - indagou a professora - Diga-nos, qual o seu medo? Ela suspirou e disse: - Eu tenho muito medo do malamém, que é um monstro muito perigoso... - "Malamém"? Mas você já viu esse monstro?  - Não, senhora, nunca vi. Mas é um monstro tão perigoso que minha mãe pede todos os dias a Deus que nos livre dele - contou a menina. E explicou: - Minha mãe sempre pede a Deus no fim da sua oração: "...e livrai-nos do malamém." Com isso a professora compreendeu. O medo daquela criança ao ouvir aquelas palavras era tão grande que ela nunca teve coragem de perguntar à mãe o significado da r

A ROSA MAIS LINDA DO MUNDO

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Em um reino distante, havia uma rainha muito poderosa. Ela amava flores - especialmente rosas - e tinha um jardim repleto das mais lindas rosas de todo o reino. Contudo, dentro do castelo a situação não era tão bela: a rainha vivia muito enferma e nenhum médico conseguia encontrar cura para a sua doença. Foi quando um de seus conselheiros lhe disse: - Majestade, a senhora será curada se lhe for trazida a mais linda rosa do mundo!  Como a rainha era muito querida por seus súditos, muitos deles começaram a levar suas rosas até o castelo na esperança de salvá-la, mas nada acontecia. Então uma pobre mulher com seu bebê pediu uma audiência com a rainha. E falou: - Majestade, a rosa mais linda do mundo desabrocha no sorriso de minha filha quando ela acorda. A bebezinha dormia nos braços da mãe; quando a rainha acariciou-lhe a mãozinha, a pequena acordou, olhou diretamente a rainha nos olhos e sorriu tão docemente que logo a soberana já não se sentia doente.  Ficara contagiada com

COMO LEOAS E GAZELAS

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Todas as manhãs, na savana africana, uma gazela, ao despertar, sabe muito bem que precisa ser mais veloz que na véspera, pois a leoa, rainha da selva, continuará a persegui-la sem trégua. Da mesma forma, a leoa, assim que abre os olhos após o descanso, precisa traçar um plano bem mais ousado que os anteriores, a fim de capturar sua presa favorita, a gazela. E a leoa precisa fazer isso o quanto antes, senão será vencida pela fome. Você é gazela ou leoa? Na verdade, não importa muito. Seja como for, você sabe que precisa fazer tudo o que estiver ao seu alcance para vencer as lutas e desafios do cotidiano. Se estagnar, morrerá. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

A GRANDE VENCEDORA

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Desafiaram um homem para um combate - na verdade, um torneio, com uma série de adversários para enfrentá-lo, um de cada vez. O Orgulho foi quem investiu primeiro. Conseguiu golpear o homem diversas vezes, mas este, ao final, deu-lhe uma rasteira que o deixou desacordado. A Tristeza, em seguida, tentou segurá-lo num abraço mortal; mas o homem lhe deu uma formidável cotovelada no rosto. A Tristeza teve de ser carregada, pois não se aguentava em pé. Um terceiro oponente se apresentou, mas o homem, vendo-o, sorriu. Era uma anciã. "É só uma pobre coitada! Não vou ter trabalho com ela!", pensou com sarcasmo.  Mas a velha, subitamente, deu uma bofetada tão forte no homem que o arremessou para o outro lado da arena.  Quando foram acudir o homem, viram que ele estava morto. A vencedora chamava-se Velhice. Somos páreos para muitos inimigos, visíveis e invisíveis, mas nunca para a velhice. Todos se rendem a essa adversária; contra ela não há recurso, nem investida, nem revan

PASSE COM A VERDADE

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Um homem levou seus filhos ao circo. Na bilheteria, perguntou: - Boa noite. Quanto custa a entrada? - R$ 30,00 para adultos e R$ 20,00 para crianças a partir de sete anos. Crianças até seis anos não pagam. Quantos anos têm seus filhos? - O menor tem três anos e o maior, sete. O bilheteiro sorriu com malícia: - Se tivesse falado que o mais velho tinha seis anos eu não perceberia e o senhor teria economizado R$ 20,00... - Pois é; é verdade. Talvez você não percebesse, mas meus filhos saberiam que eu menti para poupar esse dinheiro; então a lembrança desta noite não seria nada especial - na verdade, seria uma péssima recordação para eles! Posso estar "perdendo" R$ 20,00, mas ganho a certeza de que meus filhos aprenderam uma boa lição: a importância de dizer a verdade SEMPRE. O bilheteiro emudeceu. Aquela noite seria inesquecível também para ele, não apenas para aquelas crianças. Aconteça o que acontecer, passe com a verdade! Autoria desconhecida - adaptação de Marcos

CALMA!

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Um homem acabara de ser promovido na empresa. Um amigo de longa data foi à sua casa lhe dar os parabéns. Abraçaram-se e o amigo lhe disse: - No desempenho de tua nova função, acima de tudo, nunca perca a paciência. - Certo, prezado amigo, prometo que não esquecerei este conselho! O amigo, entretanto, repetiu três vezes a mesma recomendação e isso deixou o outro incomodado; quando o amigo começou a repetir pela quarta vez... - Basta, homem! - gritou, irritado - Não sou surdo e nem imbecil! Já entendi! Então o amigo, pondo a mão sobre seu ombro, comentou: - Veja como é importante ser paciente. Numa simples conversa, três vezes ouviste o meu conselho e você não conseguiu disfarçar a irritação; na quarta vez, não conseguiste controlar a fúria. Então como será quando tua paciência for posta à prova no desempenho de teu cargo? O recém-promovido baixou a cabeça, envergonhado e pensativo. É preciso calma e paciência, mesmo nas pequenas coisas. Estaremos prontos? Autoria desconhecid

APROVEITADORES

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Um homem havia casado com uma jovem muito vaidosa. Certo dia, ela achou que ficaria muito mais elegante se vestisse um casaco de pele de raposa. Com muita meiguice, falou ao marido: - Amor, consegue um casaco pra mim? Mas tem que ser de pele de raposa! - Tá bom, querida, consigo sim. O problema era que o casaco custava o olho da cara. O homem teve então a ideia de ir à floresta. Foi quando uma raposa muito bonita passou bem perto dele. Sem perder tempo, o homem correu e conseguiu pegar a bicha pela cauda. - Amiga raposa, vamos fazer um acordo. Você me deixa tirar sua pele e eu te deixo ir embora depois. Tenho certeza de que isso não será grande coisa pra você, não é? O que acha?  A raposa ficou chocada com o pedido, mas respondeu: - Está bem. Mas solte meu rabo pra que eu mesma possa tirar a pele pra você. - Certo! - concordou o homem.  E soltou a raposa. Esta, assim que se viu livre, disparou para dentro do mato e o bobão nunca mais a viu. Tome muito cuidado com os egoísta

UM SCHINDLER BRASILEIRO

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Entre tantos heróis desconhecidos de nossa história, mas merecedores de todas as honrarias, está Luiz Martins de Souza Dantas (1876-1954), oriundo de uma das mais ilustres famílias do Império. Depois de seguir uma apreciável carreira política por vários anos, dentro e fora do Brasil, Dantas foi nomeado embaixador na França. Apreciador das artes, é descrito como uma alma nobre e generosa. Anfitrião impecável de brasileiros em Paris, era também um grande filantropo, disposto a ajudar todos os que passavam por seu caminho. Diplomata experiente e perspicaz, cedo compreendeu a catástrofe que estava para se abater sobre o mundo, com a ascensão do nazismo. Antevia uma época de trevas e de barbáries. Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, o Itamaraty já havia baixado uma série de leis que dificultavam a entrada de pessoas de raça semítica no Brasil. Souza Dantas, apesar de tais proibições, decidiu seguir sua consciência, obtendo passaportes e assinando vistos pessoalmente. Conseg

REENCONTRO DE VELHOS AMIGOS

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Foi num domingo de sol, em pleno inverno. Companheiros e trabalhadores da mesma instituição benemérita, combinamos de nos encontrar para um almoço. O intuito era angariar recursos para as obras de reforma da casa. No fundo, o objetivo maior era nos reencontrarmos, depois de anos que pareceram séculos. Parecíamos todos saídos de um baú de lembranças. Eram abraços e sorrisos pra todo lado. Idosos a quem não víamos há algum tempo. Jovens, adolescentes, casais novos. Uma novidade atrás da outra. O dia belo nos convidava a um passeio pela maravilhosa propriedade, uma estância muito bem cuidada. Uma volta pelo lago rodeado de árvores, pássaros e peixes felizes na água e outros bichos passeando pela relva. O que mais encantava era a chegada de cada novo veículo e seus amáveis ocupantes. Emoções compartilhadas e alegria de sobra. Nesse grande reencontro de quase duzentas pessoas, pensamos no quanto tínhamos a comemorar. Além do diálogo, a "prestação" de novidades em dia,

A SEGUNDA CHANCE

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Durante 29 anos, um executivo viveu praticamente apenas para o trabalho. Suas jornadas eram de 15 a 16 horas diárias e nada de férias. Então, veio um dia e uma noite de febre. O diagnóstico revelou nada mais que sintomas de gripe, mas a febre persistiu. Exames mais acurados apontaram a possibilidade de uma grave doença no pulmão. O executivo descreveu sua surpresa assim: - É impressionante como a vida da gente pode mudar de sentido com uma simples radiografia. Um profissional de sucesso, acostumado a liderar grandes equipes, estava agora à mercê de médicos e exames clínicos! Posteriormente veio uma forte crise renal e, em minutos, ele viu sua vida inteira passar pela mente, como um filme. De repente, sentiu medo de morrer. Queria continuar vivo para ver seu primogênito se formar em medicina e o mais novo ingressar na universidade.  Felizmente, o problema no pulmão não era maligno, podendo ser tratado no ambulatório. No período em que aguardava o resultado da biópsia, ele ap

A DOR DO OUTRO

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Num colégio de ensino fundamental, havia um aluno que era alvo de risos e chacota dos demais. Sempre que soava o sinal da largada, ele deixava rapidamente a sala de aula e saía correndo, como se estivesse fugindo. Às vezes ele tropeçava, caía ou esbarrava em alguém, arrancando risadas de todos. Ele simplesmente continuava a correr, sem olhar para trás. O que nenhum colega ou funcionário da escola sabia era que a mãe daquele garoto sofria um quadro grave de depressão. Ele se apressava em voltar para casa, a fim de se certificar de que sua mãe estava bem. Um dia, porém, todos se surpreenderam ao ver que ele não correu, apesar do semblante cabisbaixo e triste.  Perguntaram-lhe então o motivo da "mudança" e ele explicou que a mãe se suicidara na véspera. Cada pessoa tem sua história, problemas, dificuldades e desafios. Portanto nunca zombe de alguém; ao invés disso, seja gentil e ofereça-lhe ajuda, solidariedade e apoio. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Agui

O QUE MAIS IMPORTA

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Na maternidade, um jovem casal acabara de receber nos braços sua filhinha. A criança chegou ao mundo em um lindo dia de verão. O pai se mostrava radiante, transbordante de alegria. Sua menina encantava a todos com seu pequeno semblante doce e frágil. Interpelado sobre se havia acompanhado o parto (uma cesariana), o pai respondeu que esteve ao lado da esposa o tempo inteiro. E acrescentou: - Apesar de nunca me sentir à vontade em ambientes hospitalares, ainda menos em uma sala de cirurgia, procurei manter a atenção no que realmente importava naquele momento. Não me detive nas questões técnicas da cirurgia propriamente dita. Somente me concentrei na minha esposa e em nossa filhinha tão esperada. Simplesmente deixei em segundo plano o ambiente, a equipe médica e tudo o que havia em redor. Muitas das circunstâncias pelas quais passamos, por mais difíceis e complicadas que possam parecer, têm algo de belo e de bom. Cabe a nós desenvolver essa percepção.

LIÇÃO DE UM VETERANO

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Havia um velho guerreiro, admirado e respeitado por todos de sua tribo e frequentemente visitado pelos aldeões. Um deles, um mancebo, ansioso por galgar o mesmo sucesso do veterano, foi ter com ele. - Venerável ancião: busco compreender quais as melhores lições que a vida te ofereceu. O senhor guerreou em muitos lugares e em diversas ocasiões e enfrentou destemidamente os mais audaciosos adversários. O senhor tem sido o maior líder do nosso povo e, sob seu comando, conquistamos paz e soberania. Qual o segredo de tanto sucesso? O velho líder redarguiu: - Meu caro jovem! Depois de tantas lutas e enfrentamentos, digo-lhe apenas uma coisa: o grande segredo da vida não é lutar pelas nossas diferenças e, sim, nos unirmos pelo que temos em comum. Não importa etnia, povo ou raça. Precisamos, antes de tudo, compreender que somos todos seres humanos, sem diferença alguma quando vistos por dentro. Convém atentar para a lição do guerreiro.  Neste tempo onde as diferenças, brigas e anta

NORDESTINA VENCEDORA

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Aos sete anos, a alagoana Rosa Célia Barbosa foi largada num orfanato em Botafogo, no Rio de Janeiro. Chorou durante meses. Toda mulher que via, ela achava que era sua mãe vindo buscá-la. Depois de um tempo esperando por isso, desistiu. Célia fez vestibular de Medicina enquanto morava, de favor, num quartinho e trabalhava para se manter. Formou-se e decidiu se dedicar à cardiologia neonatal e infantil, quando estava no Hospital da Lagoa, no seu estado de origem. Sem saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar em Londres, com nada menos que a maior especialista no mundo, Jane Sommerville. Estudou inglês e conseguiu uma bolsa. Em Londres, era motivo de gozação dos colegas britânicos por causa de seu inglês ruim. Contudo, ao acertar com precisão um diagnóstico difícil numa paciente escocesa, após examiná-la por oito horas seguidas, Célia ganhou respeito geral. Ao lembrar do fato, Célia, divertida, diz que o inglês da paciente era ainda pior que o seu próprio. De Londre

DE ONDE NÃO SE ESPERA...

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Um homem preparou um grande churrasco em sua casa num fim de semana e resolveu convidar seus parentes e vizinhos. Ele então chamou a filha. - Querida, vá convidar toda a vizinhança e nossa parentela para o churrasco. No caminho, a garota teve uma ideia. Pôs-se a gritar: - Socorro! Ajudem! Minha casa está pegando fogo! Os parentes e vizinhos, quase todos, não deram atenção à menina; acharam que era trote dela. Mas muitos transeuntes que ouviram os gritos da garota acompanharam-na, correndo, à casa dela.  Depararam-se, surpresos, com o churrasco e já foram se acomodando e comendo. O pai estava na cozinha, arrumando a louça; quando saiu à área externa e viu aquele monte de gente, ficou espantado.  - Filha... quem são essas pessoas? Não conheço praticamente ninguém. Onde estão nossos queridos vizinhos, amigos e familiares? A menina explicou: - Essa gente veio aqui por uma causa mais nobre que uma festa: vieram no propósito de nos ajudar a apagar um incêndio, a meu pedido; então