O MEDO QUE CRIAMOS




Joana chegou à casa de sua mãe com a pequena Lara nos braços, indagando se ela poderia ficar com a menina nesse dia.
- Lara não dormiu direito esta noite, gritou muito. Então achei melhor deixá-la aqui hoje ao invés de na creche.
Depois que a mãe saiu para o trabalho, Lara, descontraída, segredou para a avó que estava com medo.
- Sonhei com bichos muito feios e não queria que eles me atacassem.
- Mas como assim, minha querida?
- Vó, foi assim: ontem, um coleguinha me mostrou um formigueiro, no quintal da casa dele. Ele falou que elas são muito más e se tornam gigantes para atacar as pessoas.
E, colando o rosto ao colo da avó, Lara indagou baixinho:
- Vó, você me protege?
A avó a apertou com carinho.
- Claro que sim, querida. E vamos falar com seu anjo da guarda para pedir proteção.
Rezaram juntas e a menina ficou mais calma.
No final da tarde, a avó a levou para fora a fim de observar um formigueiro que surgira num canto do jardim.
- Veja, meu amor, como as formigas são trabalhadoras. A casa delas, o formigueiro, é um complexo altamente organizado e elas se dividem em classes. Cada uma dessas pequeninas criaturas tem tarefas específicas que contribuem para a conservação de sua comunidade. Elas não são monstros e, se não mexerem com elas, serão sempre inofensivas. Seu amiguinho apenas fez uma brincadeira de mau gosto e você  não deve ficar preocupada por causa disso. 
Então Lara já não teve noites assustadoras e nem monstros em seus sonhos.
O medo é a reação natural diante de uma ameaça real ou imaginária. Se o perigo ou problema situa-se apenas na mente, não há razão para temer. E se o medo é justificado, não é preciso fugir dele. 
Apesar do medo, enfrente seu medo. Coragem!

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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