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Mostrando postagens de agosto, 2021

SOB PRESSÃO

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  Um garoto viu uma pequena abertura em um casulo que estava pendurado numa das árvores do quintal onde brincava. Ele sentou e ficou observando aquilo por várias horas. - Como essa borboleta faz com que seu corpo minúsculo passe através daquele pequeno buraco? - pensou.  De repente, o menino percebeu que o inseto parou de se mexer, como se tivesse morrido dentro do casulo; parecia que tinha desistido de lutar pra sair dali. O garoto então resolveu ajudá-lo. Com uma tesoura, cortou com cuidado o restante do casulo, aumentando a brecha. A borboleta acabou saindo, mas seu corpo parecia murcho e suas asas amassadas.  O pequeno continuou vigiando a borboleta porque esperava que a qualquer momento suas asas se abririam e ela, enfim, voaria. Mas não foi o que aconteceu. Ao invés disso o inseto começou a se arrastar com as asas encolhidas. O coitado não conseguia voar porque o menino, na ingenuidade, não compreendeu que era o aperto do casulo que fazia com que a borboleta se esforçasse e assim

NEOQUEAV

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  Um casal de idosos, juntos há cinquenta anos, continuavam com um "jogo" iniciado desde que eram namorados. Era esta a regra do jogo: um tinha que escrever a palavra "NEOQUEAV" num lugar bem escondido para o outro procurar. Quando a encontrava, o outro deveria fazer o mesmo, e assim se alternavam - um escrevia e escondia e o outro procurava até achar. Eles escreviam "NEOQUEAV" em todos os lugares imagináveis - dentro do açucareiro, no pote de farinha, na janela embaçada pelo sereno, na parede atrás do sofá, no batente da porta do quarto, no box do banheiro... uma vez, um deles até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para escrever "NEOQUEAV" na última folha e depois enrolou tudo de novo! Enfim, "NEOQUEAV" podia ser achado em qualquer parte da casa. A misteriosa palavra fazia parte daquele lar tanto quanto a mobília. Era mais que um jogo divertido; era um modo de vida.  A cumplicidade e o amor daquele veterano casal eram profun