FAZENDO O QUE SE PODE




Pouco antes do anoitecer, uns jovens desordeiros passaram por uma trilha na mata. Um deles, distraidamente, lançou sua guimba de cigarro ainda em brasa. 
Em pouco tempo, um enorme clarão de fogo substituiu a luz do sol. Um incêndio cada vez mais crescente tomou conta da floresta e, enquanto as labaredas iam consumindo tudo, os animais debandavam, desesperados.
Um deles, porém, resolveu retornar àquele inferno e tentar fazer algo. Era uma andorinha.
Sobrevoou o local e descobriu, não muito distante, uma enorme lagoa. Então começou sua empreitada.
Voou até à lagoa, mergulhou as penas nele e depois pairou sobre as chamas, sacudindo-se para espalhar as gotículas de água, repetindo isso inúmeras vezes.
Apesar de muito concentrada no que fazia, a andorinha não pôde deixar de ouvir uma sucessão de gargalhadas que parecia não ter fim. 
Era a hiena, conhecida no bosque por debochar de tudo e de todos.
Quando a pequena ave deteve-se um pouco para descansar, a hiena se aproximou e disse zombeteiramente:
- Você é muito tola mesmo! Acha que vai deter o fogo com essas minúsculas gotas de água? Isso não produzirá efeito algum, a não ser o teu esgotamento!
- Bem sei que nunca conseguiria apagar o fogo sozinha, mas estou fazendo tudo o que está ao meu alcance. Se, ao invés de fugir, cada bicho fizesse sua parte, em breve conseguiríamos conter o fogo!
A hiena, não se fazendo de achada, afastou-se dali, desatando a rir outra vez.
Se cada pessoa tivesse a disposição de melhorar a si mesma, a chama do mal que incendeia o mundo seria sufocada. 
Você prefere fazer a sua parte ou dar ouvidos às "hienas"?

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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