A LIÇÃO DAS PENEIRAS




Certa vez uma mulher flagrou sua filha, junto a algumas amigas na sala, comentando coisas desagradáveis sobre outra amiga ausente.
A mãe então convidou todas as meninas a irem com ela até à cozinha. Ela pegou três peneiras, uma vasilha e uma porção de farinha, pondo tudo sobre o balcão. 
Despejou a farinha na primeira peneira (com furos grandes), que facilmente passou para a segunda peneira (com furos um pouco menores). Ao agitar um pouco, a farinha caiu na terceira peneira, cujos orifícios eram bem mais finos. Chacoalhou outra vez e a farinha finalmente caiu dentro da tigela. Tomou então uma tampa e fechou o recipiente pra que a farinha não se espalhasse com algum vento que entrasse pela janela.
As meninas observaram a tudo atentamente mas não compreenderam o que a dona da casa queria dizer.
Ela, sorrindo, disse, olhando especialmente para a filha:
- Vamos imaginar que a farinha represente o comentário que você ouviu de alguém a respeito da sua amiga ausente. Antes de compartilhá-lo, vamos passá-lo pelas três peneiras. Você tem certeza de que é verdade o que te contaram?
A filha coçou a cabeça. 
- Bem... certeza mesmo eu não tenho; só ouvi alguém comentando.
- Se você não tem certeza, a informação vazou pelos furos grandes da primeira peneira; agora vamos passá-la pela próxima. Pense, minha filha: você gostaria que dissessem a seu respeito isso que você falou sobre sua amiga?
- Claro que não...
- Então seu comentário acabou de passar pelos furos da segunda peneira, chegando à terceira: você acha que é necessário e útil passar adiante essa história?
A menina pensou um pouco e baixou a cabeça. 
- Acho que não há nenhuma necessidade, mamãe...
- Certo! Assim como a farinha passou pelas três peneiras e ficou guardada na vasilha tampada, o comentário que ouviu deve ficar guardado dentro de você. Dessa forma impedirá que o vento da fofoca espalhe a calúnia e prejudique a sua amiga!
O mundo seria bem melhor se cada pessoa não fizesse às outras o que não gostaria que fizessem a ela mesma.
Que, ao invés de espalhar maledicência aos quatro ventos, sejamos propagadores da boa palavra que constrói e que edifica.

Texto de Maria Ida Bachega Bolçone - adaptação de Marcos Aguiar. 

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