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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

COMO UMA FADA DE MÁRMORE

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  O célebre filósofo grego Sócrates (470-399 a.C.) era também escultor. Uma vez, a prefeitura de Atenas o incumbiu de esculpir em mármore a estátua de uma fada, que seria colocada próximo a uma fonte, no bosque. Sócrates aceitou o serviço e tratou de providenciar um bom bloco de mármore. Durante algum tempo, ele simplesmente apenas observou a bruta rocha. Depois então é que começou a trabalhar. Empunhando o martelo, foi desbastando a pedra. Lascas enormes voavam pra todo lado, na oficina. Mais tarde, largou o martelo e passou a utilizar ferramentas mais leves - cinzel, entalhadeira e ponteiro. Para a arte final, usou uma pedra esmeril, dando à estátua o formato definitivo e detalhado. Assim a tarefa foi concluída. Todos os atenienses se reuniram para admirar aquela obra. Era a figura de uma jovem esbelta e graciosa, tal qual se imaginava serem as divindades das florestas e das águas. A fada parecia flutuar com sua silhueta delicada e bem feita. Ninguém que não estivesse informado poder

BELEZA QUE NÃO SE ENXERGA

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  Num bosque quase deserto, um homem entristecido sentou-se embaixo de um velho carvalho.  Estava desiludido da vida e cheio de razões pra chorar; achava que o mundo inteiro conspirava contra ele. A chegada repentina de um garoto interrompeu os melancólicos pensamentos daquele homem. O guri estava ofegante e cansado de brincar no mato. Parou na frente do homem e disse, cheio de alegria: - Veja o que encontrei! O homem ergueu o olhar, indiferente. Havia uma flor na mão do menino. Pétalas caídas, folhas murchas e provavelmente nenhum perfume. - Ah, que tolice! - pensou o homem. Resmungou um monossílabo e se virou para outro lado, mas o menino não se retirou. Sentou perto do homem, levou a flor ao nariz e suspirou: - Ah, o cheiro é ótimo e a flor é bonita também. Por isso a peguei. Toma! Agora é sua. O carrancudo homem sabia que precisava pegar a flor, senão o moleque não iria embora. Estendeu a mão para pegá-la. Foi aí que percebeu que o menino era cego. O homem ficou sem saber o que diz

EQUILÍBRIO E FELICIDADE

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  Num tempo e terra muito distantes, havia um rapaz, filho de um rico mercador, que buscava obstinadamente o segredo da felicidade. Apesar de já ter percorrido muitos lugares e consultado vários sábios, não encontrou uma resposta que o satisfizesse. Um dia, após uma longa viagem pelo deserto, ele chegou a um castelo situado no pico de uma montanha. Lá, diziam, vivia um notável ancião, famoso por sua sabedoria.  Perguntando aqui e ali, finalmente o jovem encontrou o veterano sábio - cercado por muitas pessoas que também vieram consultá-lo.  O mancebo teve que esperar cerca de duas horas até conseguir ser atendido pelo ancião. Este, após ouvi-lo com atenção, disse: - No momento não posso te ensinar o segredo da felicidade, meu jovem. Sugiro que você dê uma volta pelo palácio e retorne daqui a uma hora. Só lhe peço um pequeno favor: enquanto estiver caminhando, carregue esta colher com óleo, mas não deixe o óleo derramar. O rapaz pegou a colher com óleo que o sábio lhe entregara e saiu. C

O LIMITE DA AMIZADE

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  Um homem, um cavalo e um cão morreram num acidente. No além-túmulo, caminharam por uma estrada até avistarem um magnífico portal que dava acesso a um jardim, onde havia uma fonte com água fresca e limpinha. O homem então se aproximou do porteiro. - Que lugar maravilhoso é este? - indagou. - Ah, aqui é o céu - respondeu o guardião. - Que bom! Agora poderemos matar nossa sede! - disse o homem, voltando-se para os animais. - O senhor pode entrar e beber à vontade, mas animais não são permitidos! - advertiu o porteiro. O homem ficou desapontado. - Nossa! Se é assim, então não vou entrar; se meus amigos não podem beber, eu também não posso! - resmungou o homem e, assim dizendo, afastou-se dali com os animais, retomando o caminho. Mais adiante, já exaustos, chegaram a um sítio com uma pequena porteira entreaberta. Logo à entrada, estava um sujeito recostado a uma árvore, descansando. - Moço! - disse logo o homem - Por favor, pode nos mostrar onde há água? - Há uma fonte ali, logo depois da

A PARTE MAIS IMPORTANTE

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  Certo dia uma mãe perguntou a seu filho qual seria a parte mais importante do corpo. O garoto pensou um pouco e se lembrou de como o som é essencial para as pessoas. Por isso respondeu: - Minhas orelhas, mãe.  - Não, você não acertou. Mas não se preocupe. Continue pensando no assunto. Outro dia volto a lhe perguntar.  Um tempo depois a mãe fez a mesma indagação. O menino havia refletido bastante a questão; respondeu: - Mãe, a visão tem uma importância tremenda. É ela que nos permite vislumbrar a beleza das cores, o semblante de quem amamos e tantas outras coisas agradáveis. Então nossa parte mais importante são os olhos. - Você está aprendendo rápido, mas a resposta ainda não é essa! - retornou a mãe - Pode-se viver bem, mesmo sem enxergar. Pense em quantos cegos existem no mundo! O menino continuou buscando a resposta àquele "desafio" de sua mãe. De quando em quando ela o chamava e perguntava novamente. Cada nova resposta era interessante, mas ainda não era a que ela esper

ALMAS BORBOLETAS

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  Quando tropas aliadas invadiram os campos de concentração na Alemanha e na Polônia, encontraram algo notável nos barracões designados para crianças.  Havia, em muitas paredes desses barracões onde essas crianças viveram seus últimos momentos, desenhos de borboletas - rabiscados com arranhões de unha, pedras ou lascas de tijolos. Aquelas crianças, em meio à miséria, fome e dor, apartados de seus pais e familiares, deixaram naquelas paredes uma explicação singela sobre a vida. Pois as borboletas que desenharam era aquilo que, intuitivamente, percebiam ser a morte: libertação de um casulo sinistro.  Ao morrer, somos todos borboletas que finalmente se desprendem do casulo da vida terrena, destinadas a alçar maiores alturas. Enquanto o casulo é relegado à desolação, a alma, essa borboleta, tem a oportunidade de explorar novos horizontes, numa nova fase de existência.  Ao nos deparar com a morte de alguém que amamos, lembremo-nos de que o corpo é apenas o casulo, o abrigo temporário de um

O IMPACTO DE UMA MENTIRA

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  Numa pequena comunidade espanhola chamada Estepona, um homem disse a seu filho que este podia levá-lo de carro até um outro vilarejo, a mais ou menos trinta quilômetros dali. O filho recentemente aprendera a dirigir e aceitou com alegria a oportunidade. Levou o pai à localidade, prometendo que retornaria às 4 da tarde; depois foi até à oficina a fim de fazer uma revisão no carro. Como o serviço iria demorar um pouco e ele tinha ainda algumas horas livres, decidiu assistir a um filme no cinema local. O rapaz ficou tão entretido com o filme que não viu o tempo passar, de maneira que só percebeu o horário com o término da sessão.  Já havia passado das seis da noite! Estava com duas horas de atraso. Imaginou que seu pai estava muito zangado e nunca mais o deixaria dirigir. Pegou o carro na oficina e disparou até o local em que combinara de se encontrar com o pai. Ele estava lá, na esquina, esperando. O moço pediu mil desculpas  pelo atraso. - Vim o mais rápido que pude, pai - explicou -

UMA MÃE NO INFERNO

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  Foi em dezembro de 1944 que tudo começou. Caminhões chegaram ao campo de concentração de Bergen-Belsen e despejaram 54 crianças. A mais velha tinha 14 anos e havia muitos bebês. No alojamento das mulheres, Luba Gercak dormia. Assustada, acordou sua vizinha de beliche: - Está escutando? É choro de criança! - Foi só um sonho. Volta a dormir! - resmungou a outra. Todos ali conheciam a história de Luba. Ainda adolescente se casara com um marceneiro e tiveram um filho, Isaac. Mas aí estourou a guerra na Europa. Os nazistas lhe arrancaram dos braços o filho de três anos e o jogaram em um caminhão, junto com outras crianças, além de idosos - seres inúteis para o trabalho e, portanto, com destino certo: a câmara de gás. Logo depois Luba assistiu, impotente, um outro caminhão arrastando o corpo sem vida do marido. No primeiro momento, ela desistira de viver. Depois, a fé lhe visitou a alma e ela percebeu que precisava superar a si mesma. Foi aí que passou a ser voluntária nas enfermarias. Ago

A CORRIDA ALUCINANTE

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  Se sabe dividir bem o seu tempo entre o trabalho e a família, entre as coisas terrenas e os valores espirituais, então você é bem sucedido. Todavia, se você vive pra trabalhar ao invés do contrário, chegará um dia em que se perguntará: "Valeu a pena?" Provavelmente irá concluir que não compensou tanta correria apenas pra fazer dinheiro e não usufruí-lo. Vai constatar que o tempo passou e o enfado tomou conta de teu corpo. Vai perceber que, mesmo rodeado de tanta gente, você se sente só.  Um dia você irá recolher-se no quarto ansiando o conforto do travesseiro, porque não restou ninguém pra te abraçar. Verá que acabou entrando numa roda-viva, perdendo a noção do tempo que você achava ser teu. Teu carro se tornou um um problema, teu telefone uma perturbação e tua gravata um sufoco. Tarde demais irá reconhecer que você apenas se desgastou, passando vários anos sem férias e sem descanso. Verá que a vida passou por você, mas você não a viveu. Seus dias escoaram como areia fina p

NUNCA É O BASTANTE

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  Um açougueiro estava em seu estabelecimento quando viu, surpreso, um cachorro entrar. Sua primeira reação foi enxotá-lo, mas notou um papel dobrado na boca do animal. Era um bilhete.  Ele o tirou da boca do cão. Na dobra havia uma nota de R$ 50,00 e estava escrito assim: "Por gentileza, me envie doze salsichas e um pernil de porco. Obrigado". O homem pegou o dinheiro, separou o pernil e as salsichas, embalou numa sacola plástica junto com o troco e pendurou a sacola na boca do cachorro, que saiu logo depois. O açougueiro ficara impressionado; como já era a hora de fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.  O cachorro desceu a rua e chegou ao cruzamento. Esperou pacientemente com o saco na boca até o fechamento do sinal, quanto então pôde atravessar a faixa - e o açougueiro seguindo-o, alguns metros atrás.  Cerca de duas quadras adiante, o cão parou na porta de uma casa e pôs a sacola no chão. Voltou um pouco e correu, atirando-se contra a porta. Repetiu o gesto por dua

RYAN DANDO EXEMPLO

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  Nascido no Canadá em maio de 1991, Ryan se tornou famoso, ainda menino, por tirar a sede de meio milhão de africanos. Na escola, com apenas seis anos, ouviu sua professora contar numa aula sobre como viviam as crianças na África. Ficou consternado em descobrir que algumas até morrem de sede, quando para ele bastava ir a uma torneira e ter água à vontade.  Ryan perguntou à professora quanto custaria para levar água para a Africa. A professora explicou que havia uma organização chamada "WaterCan", que patrocinava a perfuração de poços a 70 dólares cada. Ao chegar em casa, Ryan conversou com sua mãe, Susan. Disse que precisava de 70 dólares para comprar um poço para as crianças africanas. Susan respondeu que ele poderia conseguir o dinheiro contanto que cumprisse algumas tarefas domésticas, com as quais iria recebendo alguns dólares semanalmente. E assim ele fez. Quando conseguiu os 70 dólares, ele foi à dita organização. Lá ficou sabendo que o custo real da perfuração de um p

DURA REALIDADE

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  No final de uma tarde fria, recebi a visita inesperada dos meus dois filhos. Um é médico e o outro, engenheiro. Ambos muito bem sucedidos; fiz um bom trabalho na criação deles. Há menos de uma semana, minha mulher havia falecido. Eu estava devastado. O sentido e o rumo da vida se foram com a minha amada. Sentados à mesa da sala da casa simples, onde agora eu morava sozinho, começamos a conversar. O assunto: meu futuro. Um calafrio me percorreu a espinha. Tentaram me convencer de que o melhor para mim seria ficar numa casa geriátrica. Reagi argumentando que a sombra da solidão e a velhice não me assustavam e que estava muito bem em minha casa; mas eles insistiram. Falaram que gostariam que eu fosse morar com um ou outro. Lamentaram, entretanto, que as dependências de seus amplos apartamentos à beira-mar estavam todas ocupadas. Além disso, eles e minhas noras trabalhavam de domingo a domingo; portanto, não teriam como me assistir. Meus pequenos e endiabrados netos, também, não me deixa

A NOSSA HISTÓRIA

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  Tudo começou no interior da minha mãe, num local chamado trompa. Ali, dois elementos se encontraram: um de minha mãe, o óvulo, e outro de meu pai, o espermatozóide. Com um "abraço", fundiram-se num só.  Foi a gênese da minha existência e meu dia mais feliz. Era minha oportunidade de finalmente encarnar, após um longo tempo no mundo espiritual. Deram-me o nome de "zigoto". Ainda era muito pequenino, bem menor que um grão de areia. Iniciei, então, uma longa viagem, chegando enfim a um local chamado útero. Era um lugar macio, cômodo e seguro. Fui me acostumando ali, agarrando-me firmemente a uma das paredes. Já tinha, então, três dias de vida. Aos poucos fui coberto por uma membrana. Aos nove dias, assumi a forma de um disco e tinha meio milímetro de diâmetro. Fui crescendo e, aos doze dias, já tinha o dobro do tamanho anterior. Recebi o nome de "embrião".  Aconchegantemente instalado, fui formando um "travesseiro" chamado placenta, por meio do qu

CUIDADO COM O BARULHO

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  Um homem chamou seu filho para um passeio no bosque e o garoto aceitou o convite com prazer. Se detiveram numa clareira e, após um instante de silêncio, o pai perguntou: - Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo alguma coisa? O menino aguçou bem os ouvidos. - Estou ouvindo um barulho de carroça, pai. - Sim, isso mesmo; uma carroça vazia. - Mas como o senhor sabe que a carroça está vazia, se nem mesmo a vimos? - Ora! - respondeu o pai - É muito fácil saber se uma carroça está vazia: por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz. Conhece alguma pessoa que "faz muito barulho" com sua rudeza, tratando os outros com grosseria e arrogância, e sempre querendo se impor? Essa pessoa é como aquela carroça vazia. Quanto mais ruidoso, mais vazio. Quem tem bom caráter e conteúdo não precisa fazer alarde em torno de si; ele logo é notado. Porque a sua marca é a humildade, não a prepotência.  Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

A PIPA

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  Um homem de meia idade, cego de nascença, era guiado por um jovem, ao longo de uma trilha. O rapaz era inexperiente mas tinha olhos vivos e atentos a tudo. Afoito, alimentava a ilusão de revolucionar, inovar e modificar tudo no mundo. Já o cego, cujo rosto estava enrugado pelos anos, contentava-se em aprender um pouco aqui e um pouco ali. Analisava, com serenidade, as experiências e acontecimentos da vida. Só desejava melhorar a si mesmo. Caminhavam em silêncio quando o moço, surpreso, exclamou: - Uma pipa! - Por que essa euforia toda com uma pipa que está tão distante? - indagou o cego. - É que toda vez que vejo uma pipa, só me vem um pensamento: liberdade! E quem de nós não valoriza a sensação de sentir-se livre? - Liberdade? - estranhou o cego - Pois, pra mim, a pipa tem outro significado. - Mas, como? O senhor sabe o que é uma pipa? - Sim, filho, sei o que é uma pipa ou papagaio, como queira chamar... a imagem desse objeto só me lembra a ideia da responsabilidade e do bom senso.

NOSSO ESPELHO

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  Um dia, os funcionários de uma grande empresa chegaram para mais um expediente e se depararam com um enorme cartaz na entrada, no qual estava escrito: "Ontem faleceu a pessoa que estava impedindo o seu crescimento nesta empresa. Convidamos você a participar do funeral, que será realizado na sala da academia". A princípio todos ficaram tristes com a notícia, mas logo a curiosidade se tornou geral. - Quem terá falecido? - indagavam uns aos outros - Bem, pelo menos essa pessoa não irá atrapalhar mais ninguém! No horário marcado para o velório os funcionários foram se aproximando do caixão, mas cada um logo ia se afastando em silêncio e cabisbaixo.  Cada um via a si mesmo dentro do caixão, pois o que havia em seu interior era um espelho, não um corpo! Havia, também, ao lado do espelho, uma placa que dizia: "Só existe uma pessoa capaz de impor limites ao seu crescimento e essa pessoa é você. Você é a única pessoa que pode revolucionar a própria vida. Somente você pode influ

SEJA LUZ

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  Todas as noites, um pai conversava com os filhos antes de fazê-los dormir com afagos carinhosos nos cabelos deles. Cada noite era um assunto ou tema diferente, alguma estória interessante ou acontecimento do cotidiano.  Numa noite nublada e sem luar, aquele pai pensou em algo diferente para captar a atenção das crianças.  Sentou-as no sofá e disse: - Não se assustem. Irei apagar todas as lâmpadas da casa. Tudo se tornou um breu total. As crianças ficaram um pouco apreensivas, mas aguardaram seu pai sem sair do lugar. - E então? - perguntou o pai, aproximando-se deles - O que são capazes de ver nesta escuridão? - Eu consigo distinguir os contornos da cadeira ali na frente - comentou o filho mais velho. O pai aproveitou e esclareceu: - Nossos olhos acostumam-se com a ausência da luz e conseguem, com algum esforço, distinguir alguns objetos, mas não é possível notar tudo. Podemos nos enganar com alguns detalhes e eles podem passar despercebidos. As cores também deixam de ser perceptívei

APENAS OUÇA

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  Uma pobre senhora, envolta em luto, vivia só desde a morte do marido em uma grande casa no meio da avenida. Geralmente passava as manhãs entretida em sua cadeira de balanço, na varanda. Nesse período passava por ali, diariamente, o entregador de jornais - um menino de bicicleta que, mecanicamente, atirava o jornal nos degraus da varanda. Aquele gesto, quase sempre infalivelmente no mesmo horário, marcava a passagem do garoto no local. Então, num dia de inverno, quando se preparava para lançar o jornal, o menino viu aquela senhora, parada nos degraus, acenando para ele, chamando-o. Respeitosa e curiosamente ele foi, receando talvez que ela fosse reclamar de algo. - Venha tomar um café, filho - disse ela - Tenho uns biscoitos deliciosos. Enquanto ele saboreava o lanche, a senhora começou a falar. Contou sobre o falecido esposo, sobre a vida que tiveram juntos, sobre a saudade que a oprimia. Passada uma meia hora, o garoto se levantou, agradeceu e saiu. No dia seguinte e no outro, a cen

POR UM PEDAÇO DE PÃO

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  Numa noite um meliante tentou invadir uma casa, mas deparou-se com um cão que, latindo sem parar, denunciou sua invasão. Então, numa tentativa de acalmar o animal, lançou-lhe um pedaço de pão. Mas o cachorro disse: - Você acha que sou um tolo? Bem sei que me deu este pão, não por gostar de mim, mas pra que eu me cale e você consiga invadir e assaltar a casa. Mas saiba que meu dono é quem realmente se importa comigo, pois me sustenta a vida toda. Não vou trair a confiança dele por causa de um pedaço de pão. Não deixarei de latir enquanto você estiver aqui ou até que meu dono acorde e te faça fugir. E continuou a latir até que o ladrão desistiu de seu intento e fugiu. Por causa de um prazer ou vantagem momentâneos, você pode correr o risco de jogar fora tudo o que tens hoje. Seja prudente. Não "desperdice sua herança por um prato de lentilhas"! Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

O PREÇO MAIS ALTO

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  Por trás de seu balcão, um comerciante olhava distraidamente a rua quando uma garotinha se aproximou, amassando seu nariz contra a vitrine. Seus olhinhos azuis brilharam diante de certo objeto. Entrou na loja e pediu para ver mais de perto aquele colar de turquesas azuis. - É para minha irmã - disse - Pode embrulhar pra mim, por favor? O dono da loja olhou-a desconfiado. - Quanto dinheiro você tem? - perguntou. Sem hesitar, a menina tirou do bolso da saia um lencinho todo amarrado e desmanchou-o sobre o balcão; eram apenas algumas moedas, que ela exibiu com orgulho. - Isto dá, não dá? Sabe, senhor, eu quero dar este colar para minha irmã mais velha. Ela tem cuidado de mim e de meu irmãozinho desde a morte de nossa mãe e desde então ela nunca teve tempo para si mesma. Hoje é o aniversário dela e eu tenho certeza que ela ficará feliz com este colar. O homem simplesmente colocou o colar num estojo, embrulhou-o num vistoso papel vermelho e fez um laço bem caprichado com fita verde. - Tom