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Mostrando postagens de novembro, 2021

HONESTIDADE A TODA PROVA

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  Vladimir Petrov era um jovem prisioneiro num campo de concentração no nordeste da Sibéria e tinha um companheiro de prisão chamado Andrey. Ambos sabiam que daquele lugar poucos saíam com vida, pois o alimento dado aos prisioneiros não tinha por objetivo mantê-los vivos por muito tempo. O índice de mortalidade ali era extremamente alto devido à fome e aos trabalhos forçados. Assim, naturalmente os prisioneiros furtavam tudo o que lhes caía às mãos. Vladimir tinha, numa pequena caixa, alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar - porções que sua mãe lhe mandara clandestinamente, de quase três mil quilômetros de distância. Guardava aquele escasso alimento para quando a fome se tornasse insuportável. Ele levava a caixinha consigo a toda parte, já que ela não tinha chave. Um dia, Vladimir foi transferido para um trabalho temporário num outro campo. Andrey sabia que não tinha como o amigo levar a caixa; então lhe disse: "Deixe a caixa comigo, eu a guardarei. Pode ficar certo de qu

DRIBLANDO A DOR

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  Certa vez, a Dor visitou uma casa muito pobre. Nela havia crianças, uma mulher alquebrada de tantos afazeres e um homem que trabalhava à beça mas com muita dignidade. A Dor gostou do lugar e se alojou no dedão do pé direito daquele pai de família. Ao anoitecer daquele dia, ele estava tão enfadado do trabalho que nem deu muita atenção àquela dor, tamanho era seu cansaço. Bem cedinho ele acordou e começou a se preparar para mais um dia de labuta. Sem querer despertar sua esposa e filhos, ele se levantou e não acendeu a lâmpada; logo acabou topando o dedão na quina da parede. - Ai! - gemeu, baixinho - Que dor! Acariciou o dedo dolorido e enfiou o pé no calçado. A Dor lhe deu uma espetada, pois não estava gostando de estar ali, naquele sapato apertado. Mas o homem saiu assim mesmo, mancando. O dedo latejava. Contudo, durante o trajeto do ônibus, ele sentiu a dor diminuindo um pouco. Durante todo o dia, a Dor se queixava por estar naquele imprensado, mas o homem teimava: eu preciso contin

ENCARE A VERDADE

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  Numa tenebrosa e fétida caverna vivia um homem que implorava por socorro o tempo todo. Considerava-se a mais infeliz das criaturas e reclamava da situação em que se encontrava. Suplicava aos Céus por claridade. A Fé, comovida, foi ao seu encontro e o exortou a confiar no futuro e a insistir no otimismo. O homem, por um tempo, deu ouvidos à Fé, mas logo voltou às lamúrias de sempre. Oprimido pela ansiedade, queria fugir e abandonar a vida. A Esperança, compadecida, decidiu visitá-lo.  Levantou-lhe o ânimo, falando sobre a eternidade da existência e o consolou por um tempo.  O homem pareceu melhorar, mas logo voltou a lamentar-se outra vez. O Amor, enternecido, foi falar com ele. Acariciou-o, dizendo palavras de carinho, com ternura maternal.  Todavia o infeliz persistia com sua revolta e ninguém conseguia acalmá-lo. Foi então que a Verdade decidiu ir ter com ele. O homem logo percebeu algo diferente, pois a caverna encheu-se de uma grande luz. Ele teve um grande choque, pois pela prim

ABANDONADA

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  Numa manhã ensolarada, um rústico caixão foi baixado à sepultura. De quem se tratava? Ninguém sabia ao certo. Apenas meia dúzia de gente acompanhando o féretro. Ninguém chorando, nem lamentado a falta do morto, nem mesmo balbuciando um adeus. O corpo pertencera a uma idosa residente no asilo regional, onde havia passado grande parte da vida. Uns dias após seu sepultamento, a zeladora encontrou numa gaveta, ao lado da cama da falecida, algumas anotações. Começou a lê-las e não pôde conter as lágrimas. Aquela senhora fora abandonada pela família naquele asilo, muitos anos atrás e a desprezou para sempre. As próprias palavras da pobre anciã expressam melhor a dor dela: "Onde andarão meus filhos? Aquelas crianças sorridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite e cuidei com tanto desvelo, onde estarão?  Estarão tão ocupadas que não possam ao menos me telefonar para me dizer: 'olá, mamãe'? Ah! Se eles soubessem como é terrível a dor do abandono... a mais depriment

FAZER O BEM DEPOIS?

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  No tempo dos czares, no grande teatro de Moscou, foi apresentada, certa vez, um célebre peça. Casa cheia, incluindo muitos membros da realeza. O enredo girava em torno de um místico que, em meio a cruéis padecimentos, sacrificou-se pela fé cristã. O conjunto da trama enlevava e comovia os corações dos espectadores. Cada um via um pouco de si e de seu íntimo, naquela encenação. Muitos choraram, assistindo aquilo. Ao fim do espetáculo, quando todos foram saindo, foi visto um mendigo deitado sob a marquise. O coitado estremecia de frio e parecia delirar em meio à nevasca noturna. Uma das damas da corte, ao ver o pobre homem, movida por um natural impulso de bondade, retirou o rico gasalho de peles que a agasalhava e se encaminhou a ele com a intenção de cobri-lo. Mas uma outra dama a deteve pelo braço. - Não faça isso! De que adiantaria a esse miserável um tão rico agasalho? Amanhã você poderá enviar uma manta aquecida para ele, por meio de um empregado. A outra pensou um pouco e respon

COMO UM ANJO NA TERRA

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  Morrie era apenas um garoto de oito anos quando chegou o telegrama noticiando a morte de sua mãe. Seu pai era de origem russa e não sabia falar inglês; então, foi Morrie quem leu o telegrama e, assim, quem primeiro tomou conhecimento da trágica notícia. No cemitério ele observou, desolado, jogarem terra sobre o caixão de sua mãe e acreditou que nunca mais seria feliz na vida. Nos dias que se seguiram, ele procurava lembrar os doces momentos de ternura que ele e a mãe tiveram juntos.  Eram muito pobres. O pai, refugiado russo, nem sempre conseguia trabalho na América. Assim, sobreviviam mais da assistência pública que dos próprios recursos. Depois da morte da mãe, mudaram-se para uma região de muita mata. Durante o dia o pequeno Morrie se divertia a correr. À noite, ele olhava o pai com ansiedade, esperando que ele o acariciasse. Mas o homem era rude e nunca esboçava um mínimo gesto de afeto. Assim, o garoto se sentia muito só. A ausência da mãe o atormentava. Um ano depois, aos nove

NEM TUDO É O QUE APARENTA

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  Reza a lenda que um príncipe foi capturado por inimigos que decidiram tirar-lhe a vida, condenando-o à forca. Mas o rei que mandara capturá-lo resolveu lhe propor um acordo. Se ele conseguisse decifrar um enigma, sua vida seria poupada. Deu-lhe liberdade provisória de três dias, a fim de procurar a resposta. O enigma era: "o que mais deseja uma mulher?" O prazo estava expirando e o pobre príncipe não encontrara a resposta. Desesperado, antevendo sua morte, acabou se deparando com uma mulher conhecida na região por sua feiúra. Era tão feia, desdentada, suja e miserável que a chamavam de bruxa. Ela lhe disse: - Eu tenho a resposta do enigma. Mas te direi se me prometer que se casará comigo, se realmente te pouparem. O príncipe ficou um pouco contrariado, mas como não queria morrer, prometeu casar com a "bruxa". A resposta que ela lhe deu foi: "o que mais uma mulher deseja é ter soberania sobre a própria vida". Era a resposta certa; conforme o prometido, o

A VERDADEIRA FORÇA

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Havia, numa época distante, um guerreiro conhecido tanto pela invencibilidade quanto pela crueldade, sendo assim temido por todos. Em qualquer povoado aonde ele chegasse, os moradores abandonavam suas casas e fugiam para as montanhas, pois sabiam que aquele homem e seu exército não poupavam nada e nem ninguém. Numa certa aldeia que ele invadiu, morava um ancião muito sábio. Todos os aldeões fugiram, menos ele. O guerreiro, como de costume, incendiou casas e matou os animais. Logo chegou à casa do sábio, que permanecia em pé, sereno, ao lado da porta. - Ei, velho - bradou o guerreiro -, os dias de sua miserável vida chegaram ao fim. Hoje você morre. Mas como você foi o único desta aldeia a não fugir, irei te conceder um último desejo, antes de te matar. Sem alterar o semblante, o velhinho disse: - Eis o meu pedido: vá até o bosque e corte um galho de árvore. O guerreiro deu risada, achando aquilo uma grande besteira, mas decidiu atendê-lo. - Muito bem! - falou o ancião ao ver o guerreir

FIRME ATÉ O FIM

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  Niccolò Paganini (1782-1840), renomado violinista italiano, concebia "notas mágicas" de seu violino, um som singular, de sorte que todo mundo queria a oportunidade de assistir seu espetáculo. Certa noite, numa apresentação com casa cheia, a presença de Paganini levou o público ao delírio. Ele posicionou seu instrumento e o que se seguiu foi indescritível - um som quase angelical.  Breves e semi breves, fusas e semi fusas, colcheias e semi colcheias, as notas pareciam ter vida própria e voar ao delicado toque daqueles dedos habilidosos. De repente, porém, um ruído estranho interrompeu o devaneio da platéia: uma das cordas do violino de Paganini arrebentara.  O maestro parou. A orquestra também. Mas Paganini não parou. Absorto em sua partitura, continuava a extrair sons deliciosos de seu violino defeituoso. Empolgados, maestro e orquestra voltaram a tocar. Mas, alguns minutos depois, outra corda do violino de Paganini se rompe. Ele, no entanto, continuou, apesar da pausa do m

FOCO!

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  Num dia muito quente, um homem que lia seu jornal na varanda chamou o pequeno filho. O pai estava com uma lupa na mão. - Meu filho, preste atenção e irá ver uma coisa muito interessante. Com o sol incidindo sobre a lupa, o homem passeou o ponto de luz pela folha do jornal, mas nada aconteceu. O menino começou a ficar intrigado, mas aguardou em silêncio. Seu pai então deteve o movimento e manteve o ponto de luz imóvel por algum tempo. Em poucos minutos o papel se incendiou, provocando um furo. O garoto ficou fascinado. - Filho - explicou o pai -, isto se aplica a tudo que fazemos. Para alcançar êxito na vida, é crucial concentrar todo nosso esforço na tarefa do momento, assim como a concentração dos raios solares filtrados pela lupa. Enquanto ela percorreu às tontas a folha do jornal, nada aconteceu. Mas quando se deteve, você viu o que houve. É tudo questão de paciência, tempo e perseverança. Às vezes, quando estamos prestes a desistir, a solução surge - exatamente como no caso do fu

RIQUÍSSIMO!

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  Havia um sapateiro, o único em seu povoado, muito requisitado por seu trabalho. Um dia ele recebeu a visita de um mendigo. - Por favor, amigo, você poderia ajeitar a minha sandália, por caridade?  - Olha, assim não dá. Não posso fazer essas coisas de graça; eu não tenho nada e ninguém me dá nada, tenho que ralar pra conseguir meu dinheiro! - Você não tem nada? Bem... e se eu te oferecesse um milhão em troca de tuas pernas, você aceitaria? - Tá louco? De que me adiantaria um milhão se eu não poderia mais andar? - E por dez milhões, você me daria seus braços? - De jeito nenhum! Eu iria deixar de fazer praticamente tudo o que faço hoje! - E os teus olhos? Você os arrancaria se eu pudesse te pagar cem milhões por eles? - Absurdo! O prazer de enxergar vale muito mais que cem milhões! - Pois então, meu amigo - concluiu o mendigo -, você é rico até demais e ainda não se deu conta disso! Há coisas que o dinheiro absolutamente jamais substituirá. Valoriza tuas riquezas! Autoria desconhecida -

UMA CHANCE DE SOBREVIVER

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  Um comerciante chamado Pedro estava em seu armazém, em mais uma manhã de trabalho, arrumando mercadorias nas prateleiras, quando subitamente entrou uma mulher magra e em desalinho. Trazia nos braços um bebê de aparência mirrada e visivelmente enfermo. A mulher parecia ébria e, com voz embargada, falou: - O senhor quer o meu bebê? Sei que o senhor é homem de bem. Quando ela abriu os panos que envolviam o pequeno ser, Pedro engoliu seco. A pobre criança tinha uma barriga enorme e uma expressão cadavérica; contudo seus olhos, muito vivos e expressivos, pareciam dizer: "Eu quero viver! Eu preciso viver! Cuide de mim!" - O senhor fica ou não fica? - repetiu a mulher, agora um pouco irritada. - Ele vai morrer... está morrendo. Já não quer comer e regurgita quando lhe dou comida. Pedro foi tomado por um sentimento estranho, mas nada negativo. Correu ao telefone e chamou a esposa: - Irene, vem rápido. É urgente! Quando Irene viu o bebê, imediatamente se apaixonou por ele e nem foi

UNIDOS E FORTES

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  Um rico fazendeiro ficou gravemente enfermo. No entanto, algo o incomodava mais que a própria doença: o clima de desavenças entre seus quatro filhos. Ele então mandou chamá-los: - Creio que não vou mais me recuperar desta enfermidade e em breve irei morrer. Por isso os chamei para lhes informar que deixarei todos os meus bens para apenas um de vocês; será para quem conseguir partir ao meio aquele feixe de gravetos. Mas tem que parti-lo somente com as mãos, sem o auxílio de ferramentas. Os filhos, surpresos, acharam absurda a proposta, mas visando a herança logo se puseram a tentar quebrar o feixe. Cada um deles tentou como pôde, mas nenhum conseguiu o feito. O idoso pai, então, levantando-se do leito, declarou que iria, ele mesmo, partir o feixe. Os filhos o fitaram, incrédulos. Ele simplesmente retirou cada graveto e o quebrou, até fazer isso com o último. Voltando-se para os filhos, concluiu: - Na verdade, eu não tenho o menor interesse em deixar meus bens para um só entre vocês; q

O ÂNIMO DE UMA SOBREVIVENTE

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  Em 11 de setembro de 2001, Lauren Manning estava na Torre Norte do World Trade Center, em Nova York, quando uma bola de fogo a atingiu no elevador e a derrubou. Mais de 80% de seu corpo sofreu queimaduras. As mãos ficaram de tal modo queimadas que nelas só restou tecido cicatrizado e osso. Na época, seu filho tinha 10 meses de vida. Enquanto ele deixou o carrinho e aprendeu a andar, usar patinete e bicicleta, a mãe teve de "aprender" a se sentar, levantar, usar copo e talheres. Mesmo após mais de 25 cirurgias para enxerto de pele, correção de cicatrizes nas costas, no rosto e nas mãos, Lauren manteve o otimismo. Os progressos pós cirúrgicos foram alcançados paulatinamente e a duras penas e Lauren ainda tem a assistência de terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, que a ajudam a alongar as mãos e retomar seus movimentos. Com todo esse drama, Lauren diz: "eu não tenho dias ruins". Ela e seu esposo aproveitam a vida o quanto podem; seu filho, Tyler, somente aos qua

INVEJA: O MAL

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  Um funcionário veterano e insatisfeito procurou o patrão. - Senhor, trabalho aqui há quase vinte anos e sempre me dediquei a esta empresa, mas até hoje nunca fui promovido. Já o Juca, que está aqui há menos de três anos, tem um salário melhor que o meu! O patrão respondeu com um pedido: - Vá até à barraca de frutas da esquina e verifique se há abacaxi; estou pensando em oferecer isso ao pessoal, na sobremesa. O homem não entendeu direito mas obedeceu. Voltou em menos de cinco minutos, informando que sim, havia abacaxi. - E isso é tudo? - indagou o patrão - Perguntou pelo preço do abacaxi e se havia quantidade suficiente para o pessoal da empresa? Procurou saber se havia outras opções de frutas? - É... não perguntei nada disso... - Está bem. Sente-se aí e aguarde. Juca! Quando Juca se apresentou, o patrão lhe deu a mesma tarefa. Uns dez minutos depois, Juca voltou e disse: - Chefe, eles têm abacaxi em grande quantidade, assim como laranja, banana, melão e melancia. O fruteiro informou