UM VERDADEIRO HERÓI




Era dezembro e nevava bastante; uma ocasião perfeita para andar de trenó. A jornalista Silvermann e sua filha se dirigiram morro acima, onde já havia muita gente. Encontraram espaço perto de um homem alto e magro e seu menino de três anos, que já estava deitado no trenó, de barriga pra baixo, ansioso para ser empurrado.
- Vamos lá, papai! Vamos lá!
O homem empurrou com força e lá se foi o garoto. Mas o pai também desceu, correndo atrás do filho a toda velocidade.
"Ele deve estar com medo de que seu filho se choque contra alguém", pensou Silvermann. 
Em seguida desceu ela mesma com a filha, em alucinante velocidade, com a neve respingando em seus rostos.
O retorno ao cume do morro era uma longa caminhada. Enquanto elas subiam com lentidão, arrastando o trenó, Silvermann observou como o homem puxava o filho, com trenó e tudo.
- Isso é que é um paizão! - comentou a menina - A senhora não pode fazer o mesmo por mim, mamãe?
- Nem pensar! O trenó já é pesado; imagine com você em cima!
Quando voltaram ao topo, o garotinho estava todo animado pra descer novamente e gritava feliz:
- Vai, papai! Vai, papai!
E de novo o pai deu aquele empurrão, desceu correndo atrás do filho e o puxou com o trenó de volta para cima. 
Isso se repetiu por mais de uma hora, deixando Silvermann intrigada. "Mesmo sendo pequeno, o menino poderia puxar o trenó ao menos uma vez!", pensou.
Mas o homem não parecia estar cansado ou aborrecido em momento algum. Silvermann então lhe falou: 
- Você tem uma tremenda energia, hein?
O homem entendeu aonde ela queria chegar. Sorriu, apontando para o filho.
- Ele tem paralisia cerebral; não consegue andar.
Somente então Silvermann se deu conta de que não havia visto o menino descer do trenó durante todo o tempo em que estiveram no morro. Tudo parecia tão normal que ela jamais poderia supor que o menino fosse deficiente.
Mesmo sem saber o nome do homem, Silvermann contou a história dele em sua coluna no jornal da semana seguinte. Pouco tempo depois, ela recebeu uma carta:
"Cara sra. Silvermann. A energia que gastei no morro, naquele dia, não é nada comparada ao que o meu filho faz todos os dias ao lidar com a própria deficiência. Para mim, ele é um verdadeiro herói e algum dia espero ser metade do homem que ele já se tornou."
Superar as próprias limitações, físicas ou não, é um grande desafio, mas todos temos o potencial para isso. Basta querer e acreditar que é possível. 

Texto de Jack Canfield - adaptação de Marcos Aguiar. 

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