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Mostrando postagens de dezembro, 2022

REAQUECIMENTO DO AMOR

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  Cília e George foram abençoados com duas lindas meninas. Jovens e bem-sucedidos, administravam uma imobiliária que prosperou e cresceu. Tudo parecia bem com eles. Com o tempo, no entanto, o casal começou a discutir sobre questões da empresa e, em seguida, sobre a educação das filhas e a condução do lar. Os desentendimentos se avolumaram, culminando no divórcio, após 15 anos de relação. Mas as discussões no trabalho continuaram, já que permaneceram sócios. Numa madrugada, George recebeu uma chamada da polícia local. Suas filhas, menores de idade e embriagadas, haviam sido detidas por porte de heroína. Com essa tragédia o ex-casal compreendeu que o ônus emocional de sua separação fora demasiado para as adolescentes. Pelo bem delas, eles resolveram participar de uma palestra para casais, no final daquela semana. Saíram de carro, rumo às montanhas. O trânsito estava ruim e George decidiu seguir por uma via secundária. Infelizmente foram surpreendidos por uma tempestade de neve.  Procuran

A CANÇÃO DE VLADIMIR

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Morador de um orfanato perto de Moscou, Vladimir era um garoto de sete anos que parecia ter somente quatro. Louro, olhos castanhos e boca em formato de coração, destacava-se entre as demais crianças por sua voz singular. Uma canção cantada por ele, gravada por uma jornalista durante uma reportagem no orfanato, acabou chegando aos ouvidos de um casal americano que já desistira de ter filhos. A voz alta e límpida do menino russo mexeu com os sentimentos de Rick. Ele ligou para a esposa no mesmo momento, dizendo: - Querida, acabei de ouvir nosso filho no rádio. Vladimir era portador de uma enfermidade chamada artrogripose. Suas articulações se tornaram enrijecidas antes mesmo do nascimento. Suas mãos eram viradas para dentro e seus pés para cima e para trás. Se movimentava como uma foca, deslizando e jogando os quadris para a frente, puxando as pernas e os pés. Apesar disso e de todos os entraves burocráticos, Rick e a esposa foram a Moscou para buscar o menino. No orfanato, s

"ABRAÇOS GRÁTIS!"

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Em 21 de janeiro de 1986, o reverendo Kevin Zaborney criou em sua igreja o "Dia Nacional do Abraço" e isso se tornou uma febre em hospitais, ONGs e escolas dos EUA, Canadá, Inglaterra, Austrália, Alemanha e Rússia, além da iniciativa individual de inúmeras pessoas.  Uma delas, Jason Hunter, deu início em 2001 ao movimento "Abraços grátis", logo após a morte de sua mãe.  "Um dia, que começou em completa tristeza, terminou em grande alegria, porque percebi que minha mãe tinha cumprido sua missão nesta vida", explica Hunter. "Ela adorava abraçar outras pessoas sem qualquer distinção e fazer com que soubessem o quanto eram importantes. Que mundo maravilhoso poderíamos ter se todos tivessem um sorriso e uma palavra amável para o próximo!" Assim Jason quis dar continuidade ao trabalho de sua mãe, saindo pelas ruas de Miami portando um cartaz com a frase "Abraços Grátis!" As pessoas reagem de várias formas. Algumas, desconfiadas; o

AGIR E ACREDITAR

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Um peregrino estava às margens de um enorme lago com o olhar fixo no horizonte, pensando numa forma de chegar até o outro lado. Nisso ouviu alguém às suas costas: - Posso te transportar, amigo. O viajante suspirou com satisfação. Era um barqueiro e sua pequena balsa estava a uns vinte metros dali, perto de uma moita. Ao embarcar, o andarilho notou que em cada um dos dois grossos remos de madeira havia uma palavra entalhada. Num deles lia-se "acreditar" e, no outro, "agir". Perguntou, curioso: - Qual a razão destes nomes nos remos? O barqueiro sorriu. Pegou apenas um dos remos, o "acreditar", e remou com toda força. A embarcação deu várias voltas sem sair do lugar. Em seguida, largando o remo, pegou o outro, o "agir", e tentou outra vez sair do ponto, mas aconteceu a mesma coisa. Finalmente, segurando agora os dois remos, o barqueiro conseguiu movimentar a balsa com a maior facilidade, chegando à outra margem do lago em pouco tempo. Aí

O DESTINO DO HUMILHADO

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Num tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um palácio real, um burro de carga era constante alvo de chacota dos companheiros. Um deles, um formoso cavalo árabe, disse com arrogância: - Triste sina a tua, hein, burro? Com esse pelo maltratado, cicatrizes no lombo e o cabeção tristonho! Já eu conquistei um patamar invejável em corridas! Sou acariciado por princesas e elogiado por reis! - Como conseguirá um burro entender a glória das competições e o gosto da caça? - comentou um potro de origem inglesa. Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou na conversa: - Há anos que vejo este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chega a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para saco de pancada. É até vergonhoso conviver com uma criatura dessa. Nisso um bem cuidado jumento espanhol juntou-se ao grupo e acentuou sem piedade: - É uma lástima reconhecer neste burro um parente próximo. É um desonrado, fraco e inútil,

MECANISMO AQUÁTICO

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Num belo e enorme aquário havia muitos peixes de vários tipos e tamanhos. Na parte de cima do aquário nadavam os peixes maiores, que capturavam grande parte da comida que caía diariamente; dessa forma, se sentiam sempre satisfeitos e sem o desejo de descer a partes inferiores do viveiro. No meio do aquário viviam os peixes de porte médio, que conseguiam apreender a maior parte da ração que os peixes grandes deixavam escapar; já no nível inferior, viviam furtivamente os peixes pequeninos, que se contentavam com os diminutos restos de alimentos que chegavam até eles. Era a única opção que tinham para sobreviver.  Mas havia ali um peixinho que não se conformava com aquela situação. Um dia, ao explorar todos os cantos do aquário, se deparou com um pequeno buraco. Daí ele pensou: "Aonde será que esse buraco pode me levar? Tenho esperança de que seja pra um lugar melhor e mais feliz que este!" Resolveu então passar pelo buraco, o que foi fácil, pois ele era tão pequeno

A GANÂNCIA FRUSTRADA

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Um pobre andarilho parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma árvore. Já havia andado muito e tudo o que tinha para comer era um pedaço de pão. No outro lado da estrada havia um quiosque de doces e salgados. Logo o homem começou a sentir a agradável fragrância daquelas delícias, enquanto mastigava seu pãozinho dormido. Quando se levantou para seguir seu caminho, o dono do quiosque subitamente saiu correndo atrás dele e agarrou-o pela camisa. - Espere aí! Você tem que pagar pelos doces e salgados! - Mas como assim? Eu nem estive em sua venda! - Mas é óbvio que você sentiu o cheiro delicioso dos meus lanches, enquanto degustava o seu pão! Não deixarei que saia daqui enquanto não me pagar. Não trabalho à toa, amigo! A essa altura já havia uma pequena multidão em volta dos dois e um juiz local foi acionado para resolver a questão.  Após ouvir os argumentos de ambos os lados, o magistrado pensou um pouco e disse ao comerciante: - Você está certo. Sentencio que este homem l

RETRIBUINDO O BEM

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Um rapaz trabalhava em um frigorífico na Noruega. Numa tarde, ao final de seu expediente, precisou fazer uma inspeção de rotina na câmara de refrigeração. Inexplicavelmente a porta se fechou e ficou travada por fora, deixando-o preso dentro da câmara.  O coitado bateu na porta com força e gritou por socorro mas, devido à acústica, ninguém o ouviu, e também porque aparentemente todos já haviam saído. Por aproximadamente cinco horas ele permaneceu confinado sob a temperatura insuportável do compartimento. Foi quando de repente alguém chegou e abriu a porta: era o vigilante que, a tempo, resgatou o mancebo com vida. Posteriormente perguntaram ao vigia: - Por que teve a ideia de abrir a porta da câmara se isto não fazia parte do seu trabalho? - Estou nesta empresa há 35 anos e, entre centenas de funcionários que entram e saem todos os dias, esse rapaz é o único que me cumprimenta e conversa comigo. Naquele dia, como sempre, ele me deu um bom dia ao chegar. Entretanto não o vi n

"O QUE É AQUILO?"

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  Certa tarde, um homem e seu idoso pai estavam no pátio de casa, sentados num banco, embaixo de uma árvore. O filho lia concentrado o seu jornal enquanto o pai contemplava a natureza. De repente um pequeno pássaro pousou à frente deles. O pai sorriu e perguntou: - O que é aquilo? O filho tirou os olhos do jornal e olhou o pássaro ligeiramente.  - Um pardal. Menos de um minuto depois, o pai perguntou de novo o que era aquilo.  - Acabei de lhe dizer, pai: é um pardal. Quando o homem sacudiu o jornal para virar a página, o pássaro se assustou, indo se abrigar lá em cima na árvore; mas pouco depois tornou a descer, quase no mesmo lugar. Aí o ancião indagou novamente: - O que é aquilo? Já um pouco inquieto, o filho respondeu mal humorado: - Um pardal, pai, um pardal. Logo em seguida perdeu de vez a paciência, pois ouviu a mesma pergunta mais uma vez: - O que é aquilo? - Caramba, pai! Por que o senhor está fazendo isso comigo, atrapalhando minha leitura? - disse, aos berros - Por quê? Já lh

A VILA DOS RESMUNGÕES

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Havia um povoado onde as pessoas viviam resmungando. No verão, reclamavam do calor; no inverno, diziam que o frio era terrível.  Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair pra brincar; quando fazia sol, suavam muito e suspiravam ofegantes. Os vizinhos viviam em pé de guerra uns contra os outros, assim como pais e filhos, casais, irmãos e irmãs. Parecia que todo mundo ali era problemático. Um dia chegou àquele lugar um andarilho, carregando um enorme saco nas costas. Ao perceber toda aquela confusão, arriou o saco e gritou: - Olá, cidadãos deste belo lugar! Os campos estão repletos de trigo e os pomares carregados de frutas. Há florestas espessas e rios profundos em toda a região. Nunca vi um lugar tão abençoado. Por que vivem reclamando tanto? Aproximem-se e lhes mostrarei como podem ser felizes. As pessoas olharam para aquele homem mal vestido e começaram a caçoar dele. Como alguém tão esfarrapado poderia ensinar-lhes a felicidade? Contudo, enquanto ri

TODOS SÃO IMPORTANTES

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Entraram num bate-boca o Ponto Final, a Vírgula, a Exclamação e a Interrogação, tentando descobrir qual deles era o mais importante. Começou com a Interrogação: - Quem é que faz todas as perguntas? Quem é que assinala todas as dúvidas e indagações? Entendem como sou indispensável? - Ah, é? - retrucou o Ponto Final - Eu sou a resposta a todas a perguntas e dou fim a todas as discussões. Eu é que sou o maior. - Sem mim, nenhuma ordem ou expressão fazem sentido! - emendou a Exclamação.  Já a Vírgula argumentou: - Experimentem dizer: "Ana Teresa Maria José Rita Sofia eram da mesma família!" Sem mim, nã há como saber quantas pessoas tem a família! - Ora, essa é fácil: seis! - resmungou a Exclamação.  - Serão mesmo seis? - questionou a Interrogação. - Apenas eu decido isso! - respondeu a Vírgula com arrogância - Podem ser apenas três (Ana Teresa, Maria José, Rita Sofia), quatro (Ana, Teresa Maria, José, Rita Sofia), cinco (Ana, Teresa Maria, José, Rita, Sofia) ou seis (

FAÇA POR VOCÊ

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Um senhor estava insatisfeito em ver as pessoas à sua volta sempre tensas, angustiadas e tristes; então resolveu fazer algo por elas. Como sabia de cor lindas e variadas histórias, passou a sentar-se num banquinho no meio da praça e ali, todas as tardes, "declamava" suas narrativas. Algumas pessoas, curiosas, começaram a parar para ouvi-lo, mas não ficavam ali por muito tempo, pois estavam sempre muito atarefadas e com pressa de voltar para casa. Mesmo assim, o homem não desistia: diariamente,  posicionava-se no meio da praça e contava suas histórias. Passou-se o tempo. Um dia, enquanto narrava uma fábula para uma plateia inexistente, um garotinho que retornava da escola veio por trás do homem e, puxando-o pela camisa, o interrompeu: - Ei, tio! Será que o senhor não percebeu que não há mais ninguém aqui para ouvi-lo? Por que ainda insiste em contar essas histórias? - Garoto: antes eu contava histórias pensando em mudar o mundo; hoje eu faço isso pra que o mundo nã

TORRADA QUEIMADA

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Uma noite, após um dia duro de faxina, a mulher preparou o jantar do marido e do filho - ovos fritos, salada e torrada. O menino imediatamente notou que a torrada estava um tanto queimada e esperou pra ver a reação do pai, que simplesmente começou a comer e ainda conversou, sorrindo: - Como foi o dia na escola, filhão? - Foi bem, pai. Nisso, a mulher falou: - Amor, desculpa a torrada queimada...  O garoto jamais esqueceria a resposta do pai:  - Querida, adoro torradas queimadas! Mais tarde, o pai foi ao quarto do filho para dar-lhe um beijo de boa noite. - Pai, o senhor gosta mesmo de torrada queimada? - Filho, sua mãe teve um dia difícil e está muito cansada. Ela esforçou-se para preparar esta refeição para nós. Por que magoá-la com uma reclamação barata? Comer torrada queimada uma vez perdida não faz mal a ninguém, mas uma palavra impensada pode causar muita dor! Quando alguém fizer algo por você, valorize, mesmo que a coisa não saia perfeita. O que conta é a boa

AO ABRIR A PORTA...

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Numa tarde a Solidão bateu à porta de um grande sábio. - Olá! Entre! - disse ele. Pouco depois ela saiu decepcionada, pois descobriu que não podia persuadir aquele homem; ele nunca se sentia sozinho. Num outro dia, a Ilusão também foi visitar o sábio que, graciosamente, abriu-lhe a porta; logo em seguida, porém, ela saiu correndo e gritando: - Estou cega! O coração desse homem é tão iluminado que me ofuscou a visão! Em outra ocasião, recebeu a visita da Tristeza. No entanto, ao se deparar com o sorriso sincero do anfitrião, deu meia-volta sem dizer uma palavra. E assim outros visitantes chegavam à casa do sábio para dissuadi-lo a mudar, mas nunca conseguiam: o Desespero, a Impaciência, a Mentira, o Ódio, a Culpa e a Melancolia. Nenhum deles contava com a sensatez e o equilíbrio daquela alma. Entretanto, passados muitos anos, a Morte bateu à porta do idoso sábio, que lhe deu as boas-vindas e a fez entrar. Seus discípulos esperavam que ela saísse correndo a qualquer momento,

O EXEMPLO DE DONA NANCY

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Certo dia, um pequeno estudante chegou em casa com uma carta. - Mamãe, meu professor pediu para entregar-lhe isto. Ao ler a carta, a mãe não evitou as lágrimas. O menino ficou preocupado. - Por favor, mamãe, não chore. O que diz a carta?  A mãe suspirou e leu em voz alta: “O seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e os professores não conseguem dar conta da inteligência dele. Ensine-o você mesma." E foi o que a senhora Nancy M. Elliott fez. Os anos se passaram e seu filho, Thomas Alva Edison (1847-1931), tornou-se um renomado empresário e inventor, com mais de mil patentes registradas no seu nome, entre elas a lâmpada incandescente. Após a morte da mãe, enquanto arrumava a casa, Edison encontrou um papel dobrado no canto de uma gaveta. Era aquela carta da escola; sua mãe havia guardado. Foi Edison quem caiu em pranto desta vez, ao descobrir o verdadeiro conteúdo da carta:  “O seu filho é estranho e tem problemas mentais. Não o admitimos mais em nossa

"ENCHENDO" O CESTO

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Um jovem monge shaolim aproximou-se de seu mestre e perguntou: - Mestre, por que devemos ler o tempo todo os escritos sagrados se não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo de qualquer maneira? O veterano não respondeu de imediato. Por alguns minutos fitou o horizonte. De repente falou: - Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto com água e traga-o de volta. O moço olhou para o cesto sujo e estranhou a ordem, mas não ousou questionar. Desceu as dezenas de degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto com água e começou a subir. Mas como o cesto era cheio de brechas, a água acabou escorrendo e quando o monge chegou lá em cima já não restava água nenhuma. O mestre perguntou: - O que você aprendeu, filho? - Aprendi que cesto de junco não apara água - respondeu o discípulo com sorriso amarelo. O mestre mandou que fosse outra vez buscar água com o mesmo cesto. Ao retornar com o cesto vazio novamente, o mestre indagou: -

O BORDADO

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Um garotinho costumava brincar sentado no chão, ao pé de sua mãe, enquanto ela costurava. Ele levantava a cabeça e indagava: - Mãe, o que a senhora está fazendo? - Estou bordando, querido. Engraçado que esse diálogo se repetia diariamente. É que, olhando de baixo, o guri achava estranho o que a mãe fazia, então ele sempre perguntava e recebia a mesma resposta. Mas a curiosidade do menino era aguçada. Ficava intrigado com aquele amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos ou curtos, uns grossos e outros finos.  Numa tarde, a mãe, sorrindo, disse: - Filhinho, vá brincar um pouco no quintal; quando terminar meu trabalho eu te chamo, tá bom?  O menino saiu com a cabecinha cheia de pensamentos emaranhados. Ainda não compreendia o porquê de tantos fios de variadas cores e espessuras e por que demorava tanto pra sua mãe fazer aquilo. Mais tarde ela o chamou. - Vem, filho, senta aqui no meu colo; quero lhe mostrar uma coisa. O garoto ficou surpreso ao se deparar com um l

A LENDA DA ESTRELA VERDE

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Havia no céu milhões de estrelas das mais variadas cores: brancas, prateadas, douradas, vermelhas, azuis e, no meio delas, uma verde. Um dia, elas foram falar com o Criador. - Senhor, gostaríamos de descer à Terra e conviver com os humanos. - Assim será feito! - respondeu o Criador - Conservarei todas vocês pequeninas, como são vistas da Terra, para que possam ficar lá. Então, naquela noite, houve uma linda e copiosa chuva de estrelas. Algumas delas se alojaram nas torres das igrejas; outras foram brincar com os vaga-lumes nos campos; as demais se misturaram aos brinquedos das crianças e assim a Terra ficou imensamente iluminada. Contudo o tempo passou e as estrelas resolveram abandonar os humanos e voltar para o céu. A Terra não gostou e ficou muito triste.  Ao ver as estrelas voltando, o Criador indagou: - O que houve? Por que voltaram? - Senhor, não podemos ficar na Terra. Lá predomina a maldade e a injustiça e há miséria e violência por toda parte. - Pois é! Já deviam s

PEDAGOGO DO AMOR

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Janusz Korczak, nascido na Polônia no final do século XIX, se tornou protagonista de um dos episódios mais comoventes da História. Oriundo de uma rica família judaica, ele se formou médico pediatra, abandonando posteriormente a profissão em prol de um trabalho voluntário: ia às casas de pessoas menos favorecidas para ensiná-las a prevenir doenças e educar suas crianças sobre higiene. Em 1912 Korczak fundou um orfanato na cidade de Varsóvia, onde passou a acolher órfãos de judeus ao longo da Primeira Grande Guerra. A instituição cresceu de tal modo que foi preciso ampliar consideravelmente as instalações. Korczak realizou ainda outros grandes feitos. Numa época em que crianças começavam a trabalhar muito cedo, ele se tornou um dos maiores defensores do direito à infância, elaborando as primeiras leis de proteção às crianças na Europa. Ele costumava dizer: - Não há vida adulta saudável sem a garantia de uma boa infância. Mas o feito por excelência do "velho doutor",

RAÍZES

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Um médico costumava plantar árvores todos os dias no enorme quintal de sua casa. De sua janela, um vizinho ficava observando-o às vezes.  O que mais chamava a atenção era o fato de o médico jamais regar as mudas, de maneira que elas demoravam muito pra crescer. Então, certo dia, o vizinho aproximou-se do médico e perguntou: - Olá, amigo. Desculpe, mas você não tem receio de que suas árvores não cresçam? Pois já percebi que você nunca as rega. Aí o médico explicou: - Se eu regar as plantas, as raízes se acomodarão apenas na superfície, ficando sempre a "esperar" pela água mais fácil, vinda de cima. Como não as rego, as árvores demoram mais pra crescer, sim, mas suas raízes tendem a migrar para o fundo, em busca de água e nutrientes nas camadas mais inferiores do solo. Dessa forma, as árvores desenvolverão raízes profundas e serão mais resistentes às intempéries. E eu ainda tenho um "segredinho": frequentemente dou uma "palmada" nas mudas com um

CÍRCULO DA FELICIDADE

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O porteiro de um convento ficou surpreso com a visita e o presente de um camponês: um lindo e enorme cacho de uvas. - Caro irmão porteiro, estas são as melhores uvas produzidas pelo meu vinhedo na última safra e as entrego com muito prazer. - Obrigado! Vou levá-las agora mesmo ao abade, que ficará contente com sua oferta. - Não! Eu as trouxe para você. O porteiro coçou a cabeça.  - Pra mim? - Sim! - insistiu o camponês - Pois, sempre que venho aqui, você me recebe muito bem. Naquela vez, quando minha colheita foi destruída pela enchente, você me ajudou com comida por muitos dias. Então quero que aceite este presente. O porteiro aceitou e agradeceu. Após admirar longamente o belo cacho, decidiu entregá-lo ao abade. "Ele sempre me aconselhou com palavras de sabedoria. Isso não tem preço", pensou. O Abade ficou muito contente com as uvas, mas lembrou-se que havia no convento um irmão enfermo. "Vou levar-lhe o cacho. As uvas poderão ajudar na sua cura", refl

LENDA SOBRE O PERDÃO

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Havia uma cidade na qual jamais se ouvira a palavra "perdão". As pessoas se achavam donas da verdade, eram arrogantes e tinham complexo de superioridade. A convivência ali era bem complicada porque todos se consideravam perfeitos, não admitiam seus erros e não enxergavam os próprios defeitos. Era uma autêntica metrópole da vaidade. Um dia, uma senhora mudou-se para essa cidade. Toda tarde ela ia ao mercado e, na volta, sempre passava por uma praça onde uns meninos jogavam pelada. O trajeto seria mais curto se cruzasse a praça mas, como não queria atrapalhar o jogo dos guris, a mulher dava a volta. Isso aconteceu por muito tempo; mesmo assim, nenhum deles nunca percebeu o gesto daquela mulher. Ficavam tão concentrados no jogo que a ignoravam por completo.  Mas um dia a mulher estava com a cabeça perturbada e cheia de preocupações e acabou se distraindo na caminhada: quando deu por si, estava bem no meio da praça, bem no momento em que um dos meninos ia fazer um gol

RECOMEÇAR

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Um homem estava na praia quando reparou, não muito distante dele, algumas crianças construindo um castelo de areia. Dava pra ver que eram bem talentosas, pois o castelo estava ficando muito bonito, com torres, passagens internas e passarelas. Quando a construção estava quase concluída, veio uma onda e desmanchou tudo, reduzindo o castelo a um amontoado de areia e espuma. O homem achou que as crianças cairiam no choro após tanto esforço e dedicação, mas ele teve uma surpresa. Elas simplesmente correram de mãos dadas, afastando-se mais da água, e começaram a erigir um novo castelo - todas sorrindo e até dando gargalhada. Se teu castelo ruiu com as intempéries da vida, não se desespere e nem desista. Você pode recomeçar. Reconstrua outra vez. Mas também nunca dispense os relacionamentos. Ninguém vai muito longe sozinho. Você precisa, sim, de outras pessoas, da mesma forma que elas precisam de ti. Texto de Renato Antunes Oliveira - adaptação de Marcos Aguiar. 

OS FORASTEIROS

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Dois anjos assumiram forma humana e vieram à Terra para visitar os homens, passando a primeira noite na casa de uma família muito rica. O pessoal ali, porém, era muito mesquinho e ofereceu aos visitantes o frio sótão da mansão ao invés do quarto de hóspedes. Ali não havia sequer um leito e eles tiveram que improvisar um. Enquanto faziam isso, o anjo mais velho percebeu que havia um buraco na parede e o tapou. - Por que está consertando a parede? - perguntou o mais jovem. - As coisas nem sempre são o que parecem. Vamos dormir agora. No dia seguinte foram recebidos em outra casa, onde morava uma família muito pobre; mas o dono do casebre e sua esposa eram muito gentis. Após compartilhar com eles o escasso jantar, cederam aos hóspedes a própria cama - que era também a única que tinham. Logo cedo, na manhã seguinte, os inquilinos acordaram com gritos e choros do casal: a única vaca que possuíam amanhecera morta no campo. O anjo mais jovem, transtornado, perguntou ao companheiro

O "CAVALINHO"

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Certa tarde um homem saiu para um passeio com as duas filhas, uma de oito e a outra de quatro anos. Em dado momento da caminhada, Helena, a filha mais nova, pediu ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada para continuar andando. - Ah, querida... também estou muito cansado... A garotinha então começou a choramingar e fazer "corpo mole". Em resposta a isso, o pai simplesmente cortou um pequeno galho de árvore e o entregou à filha, dizendo : - Helena: olhe aqui um cavalinho pra você montar! Ele irá ajudá-la a seguir em frente. A menina parou de chorar e se pôs a "cavalgar" sobre o galho, ficando tão empolgada que acabou chegando em casa antes do pai e da irmã. Foi até difícil fazê-la parar de galopar sobre seu "cavalo de pau". A irmã mais velha ficou intrigada com aquilo: - Papai, por que Helena ficou tão entusiasmada desse jeito? O pai, sorrindo, explicou: - Assim é a vida, minha filha. Às vezes a gente desanima a ponto de crer que é imp

LUTE PELA LIBERDADE!

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Duas rãs brincavam distraidamente, saltitando em um curral. De repente, num desses saltos, caíram ambas num latão com leite até a metade; as bordas do latão eram lisas e altas. As rãs perceberam a enrascada em que se meteram. Seria quase uma impossibilidade saírem dali, pois o líquido não lhes dava apoio para impulsionar o corpo e saltar para fora. Mesmo assim elas tentaram, debatendo-se incessantemente.  Ao ver sua amiga quase se afogando, a outra rã disse: - Não esmoreça! Continue agitando as patas para manter-se flutuando! - Não consigo, estou exausta! E de que adianta permanecer boiando se não existe nenhuma forma de sair daqui? - Não desista. Mantenha a calma e lute por sua vida, pois ainda há esperança! Continue batendo as patas com toda força! - Não vai valer a pena! Estou me cansando e não vejo como podemos nos salvar! Foram suas últimas palavras. Parou de se debater e afundou.  "Não posso desistir!" - disse a primeira rã - "Deve haver uma saída! Vou