A MELHOR ESCOLHA




Um menino caminhava ao lado da avó por uma movimentada avenida. Estavam aproveitando as férias do pequeno, passeando pela cidade.
Já haviam observado diversas vitrines, quando uma em especial chamou a atenção do garoto: uma loja de brinquedos. O guri ficou de tal modo encantado com a enorme variedade, que não sabia para qual dos brinquedos olhar primeiro. Percorria eufórico de um extremo a outro da vitrine, chamando a atenção da avó para esse ou aquele brinquedo.
- Meu bem, quero te presentear com um desses brinquedos. Pode escolher. 
Ansioso, o menino observou mais uma vez todas as opções, mas estava indeciso.
- Por favor, vovó, me ajude a escolher.
Gentilmente, ela começou a lhe dar sugestões.
Foi então que o garoto enxergou, através do reflexo da vitrine, um outro menino no lado oposto da rua, encolhido sob uma marquise. Suas roupas estavam muito sujas e seus pés, descalços.
Comovido com a cena, o neto disse:
- Vovó, ao invés de comprarmos um brinquedo caro para mim, poderíamos usar esse dinheiro pra levarmos aquele menino para almoçar conosco. O que a senhora acha?
A avó, que havia notado o outro garoto bem antes do neto, achou a ideia maravilhosa, ao mesmo tempo em que ficou surpresa com o pedido.
- Sim, meu filho, faremos isso.
Atravessaram a rua e convidaram o moleque para uma refeição no restaurante. Lógico que ele aceitou (o pobrezinho estava faminto).
Mas antes de comer eles foram a uma loja, onde a senhora comprou roupas e um belo par de sapatos para o menino da rua, que ficou radiante.
Depois, enquanto comiam e conversavam, a senhora descobriu que o coitado era órfão e que, desde a morte de seus pais, perambulava pelas ruas.
Ela providenciou pra que ele fosse encaminhado a um abrigo de menores, não deixando de, periodicamente, visitá-lo com o neto.
Um relato muito simples, mas que exemplifica o altruísmo, esse nobre sentimento que deveria inundar a humanidade, pois, dessa maneira, as pessoas não seriam egoístas e insensíveis às dores do próximo. 

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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