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Mostrando postagens de agosto, 2022

"EMPURRE A PEDRA!"

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Um homem adoeceu gravemente a ponto de ficar desnutrido. Seus parentes resolveram abandoná-lo num casebre isolado e distante da cidade, a fim de morrer ali. Diariamente, alguém deixava em sua porta um prato com comida e uma garrafa d'água e com isso ele ia sobrevivendo.  Um dia, cansado daquela vida, lamentou: - Não aguento mais! Não quero morrer assim! Preciso mudar! Nesse momento ouviu uma voz: - Se você realmente quer uma mudança, faça isto: todos os dias, de manhãzinha ao entardecer, empurre a grande pedra que está em frente à sua casa! - Mas que pedra? Não há pedra nenhuma! - Tem, sim! Acabei de colocá-la. Abra a porta e veja por si mesmo. De fato, ao abrir a porta, o homem se deparou com uma rocha enorme. - Está bem. Vou fazer como me pede. E assim, todos os dias, o enfermo empurrava - aliás, tentava empurrar - a pesada rocha, de manhã até o entardecer. Fez isso tantas vezes que perdeu a noção do tempo. Até que um dia, entediado com a tarefa, queixou-se: - Não agu

VIDAS QUE TAMBÉM IMPORTAM

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Uma senhora chamada Emily Pearl Kinsley teve a experiência de ter dado à luz a uma criança com deficiência e decidiu ajudar outras mães que passaram pelo mesmo e que se indagavam por quê. Emily fez uma comparação interessante: "Esperar um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a Itália. Você traça o roteiro, pesquisa sobre os lugares que deseja conhecer, reserva hotéis, providencia roupas e outros itens necessários. Seus planos incluem hospedagens em Roma, Vaticano, Florença, Veneza e cidades adjacentes. Você até já aprendeu algumas frases simples em italiano.  Após meses de preparativos e expectativa, chega enfim o grande dia. Você arruma as malas e embarca. Após várias horas no ar, seu avião aterrissa e você ouve o anúncio do comissário de bordo: 'Bem-vindos à Holanda!' 'Holanda? O que ele quis dizer com Holanda? Eu escolhi a Itália! Era lá que deveria ter chegado, não na Holanda!' Mas não há o que fazer. O avião pousou na Holanda e é

ALIVIANDO A TENSÃO

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Numa enfermaria modesta, um paciente em estado grave precisava de silêncio. Mas a porta do quarto rangia nas dobradiças, cada vez que a abriam ou fechavam. O delicado quadro do enfermo exigia quietude, mas não era oportuno reparar a porta ou remover o paciente, já que não havia vagas em outros quartos. Tal circunstância acarretava uma discreta mas incômoda guerra de nervos tanto ao enfermo quanto a médicos e enfermeiros. Finalmente um maqueiro, cônscio da situação, arrumou um pouco de óleo para as dobradiças. Repentinamente a porta silenciou, inaugurando uma prolongada ausência de ruídos inquietantes. Existe também, às vezes, muito barulho em nosso lar, no ambiente de trabalho, em reuniões. São as dobradiças das emoções que não estão legais. A boa notícia é que todos podemos contribuir para a solução desse problema, e nem é preciso muito. Podem bastar gotas de compreensão, de bom senso, de paciência, de perdão, de carinho, de humanidade... e a coisa irá melhorar. Mas alguém

O PODER DA IMAGINAÇÃO

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Após a Guerra da Secessão (1861-1865),  um rapaz ficou órfão e sozinho no mundo. Tinha 14 anos mas parecia ter mais de 20, pois era alto e robusto. Após vagar por vários lugares, encontrou trabalho numa fazenda no Texas, onde fazia os mais humildes serviços. Ganhava 5 dólares por semana e dormia numa cocheira, sobre uma tábua forrada com palha. Certo dia, voltando da roça, se deparou com uma pequena caixa de madeira; aí teve uma ideia. Encheu a caixa com terra e, olhando para ela, disse: - Esta terra é minha e irá crescer em breve, tornando-se em no mínimo 1000 acres! As pessoas que estavam por perto começaram a caçoar do rapaz, mas ele não deu atenção. Levou a caixa e a colocou embaixo de sua "cama". Toda manhã, ao acordar, ele pegava a caixa, cheirava a terra e dizia: - Você vai crescer e se tornar em no mínimo 1000 acres e não vai demorar muito! À noite, antes de dormir, ele fazia a mesma coisa. Aquilo se espalhou por toda a redondeza e todos (exceto a filha do

NASCIDO NUM INFERNO

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Residente no Brasil, George Legmann é um dos protagonistas de uma história pouco conhecida do Holocausto: ele é um dos raros casos de crianças nascidas num campo de concentração nazista e que sobreviveram à guerra. Ele e outros seis bebês nasceram entre dezembro de 1944 e início de 1945, no campo de trabalho Kaufering 1, em Landsberg, no sul da Alemanha. Nos campos de concentração, gestantes eram um fardo que deveria ser eliminado. Elisabeta Legmann engravidou aos 29 anos quando ainda vivia com seu marido em Cluj, na Romênia. Em junho de 1944, os judeus dessa cidade foram deportados para Auschwitz-Birkenau, campo de extermínio na Polônia. Ao descer do trem, Elisabeta e sua mãe, assim como os demais prisioneiros, passaram por um processo de seleção. - Os velhos, os doentes e as grávidas vão para o caminhão. O resto vai a pé! - gritaram os alemães. Sem saber que o primeiro grupo - considerado inapto para o trabalho pelos nazistas - seria enviado para as câmaras de gás, Elisab

"NÃO É MEU!"

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Aconteceu numa grande empresa, logo cedo, quando o gerente chegou. Alguém deixara um balde bem em frente à porta de entrada. Um balde barato, de plástico, desses utilizados para limpeza. Evidentemente uma das moças da limpeza o esquecera ali. Como o balde atrapalhasse o acesso à entrada, o gerente o levou para dentro e o colocou num canto da sala de recepção. Em seguida chamou uma das zeladoras. - Este balde é seu? - Não senhor. É de outra zeladora. - Tudo bem, obrigado. O gerente chamou outra funcionária e fez a mesma pergunta, e depois uma terceira. Recebeu de ambas a mesma resposta: não era seu o balde. Por ninguém saber de quem era, o balde continuou no mesmo local deixado pelo gerente. Algum tempo depois, uma quarta zeladora viu o balde, indagou sobre ele e, apesar de ninguém saber a quem pertencia, pegou o balde e o colocou no seu devido lugar, nos fundos do almoxarifado.  Muitas vezes, agimos assim em casa, no trabalho, na escola, na rua. Encontramos algo fora do lug

SABER SOFRER

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Uma jovem de 20 anos, que chamaremos de Luciana, foi atingida na coluna vertebral por uma bala perdida. Ela estava no campus da universidade em que estudava. Como consequência da tragédia, ficou tetraplégica. Um ano depois do ocorrido, ainda internada, Luciana foi entrevistada por um conceituado jornalista. Foi assim o seu depoimento: "Lembro que senti vontade de não ir à universidade naquele dia. Cheguei a me levantar duas vezes no ônibus para descer antes da parada certa. Quase desisti. Mas lembrei que tinha prova, então acabei indo. Se Deus me deixou ir, é porque tinha um plano para mim. Estou cumprindo minha missão na vida." Luciana falou ainda sobre as muitas mensagens que recebeu de pessoas desconhecidas, dizendo-se feliz em saber que tantos rezavam e torciam por ela: "Essa enorme corrente do bem é que me dá força e esperança. Penso que vou melhorar cada vez mais. Não sinto mágoa das pessoas que fizeram isso comigo." E concluiu, dizendo: "Foi

"SORTUDO"

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Uma idosa morava sozinha numa casa enorme. Não tinha parentes e nem amigos, porque todos eles já haviam morrido. Decidira nunca mais se ligar afetivamente a alguém.  No entanto, apenas para não esquecer seus entes queridos, passou a dar os nomes de alguns deles a seus próprios pertences. Sua cama espaçosa e confortável se chamava "Belinha". À poltrona aconchegante da sala de visitas deu o nome de "Frida". Já a casa se chamava "Glória" e o carro, "Beto".  Certo dia, quando estava lavando a lama de Beto, um cachorrinho chegou no portão (o portão não tinha nome porque estava velho e enferrujado). O bichinho parecia estar faminto. A velha lhe deu um pedaço de presunto e o mandou embora. Porém, a partir do dia seguinte, o cachorrinho retornou, sempre abanando o rabo. A idosa lhe dava de comer mas o enxotava em seguida. Ela pensava: "Belinha não tem espaço para um adulto e um cão. Frida não iria gostar que um animal sentasse nela. Glór

O ACOMPANHANTE FINAL

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Um homem finalmente foi intimado a comparecer ao tribunal a fim de ser julgado. A condenação parecia quase certa. Todavia, o réu tinha três conhecidos de longa data, aos quais recorreu à véspera do julgamento, suplicando-lhes apoio e proteção.  O primeiro falou-lhe com arrogância: - Nada posso fazer por você a não ser te arranjar um terno novo, pra que estejas bem apresentável diante do juiz. O segundo conhecido, aparentemente um pouco preocupado, respondeu: - Gosto muito de você, mas tudo o que posso fazer é te acompanhar até à porta do tribunal. Já o terceiro afirmou com entusiasmo: - Pode deixar, amigo: estarei com você diante do júri e falarei em sua defesa! E assim foi. Falou tão eloquentemente em favor do amigo que este acabou sendo absolvido, com a aprovação dos próprios acusadores! O mesmo se sucede à morte de todo peregrino que aqui passou. Diante do sepulcro, somos convocados a nos apresentar ao tribunal da consciência. O primeiro acompanhante é o dinheiro, que no

PATRIMÔNIO PERFEITAMENTE SEGURO

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Quando o exército de Ciro, o Grande (600-530 a.C.), estava prestes a invadir a cidade de Priene, na Jônia, a população preparou-se para fugir. Todos atropelavam-se, em desespero, tentando salvar seus pertences mais valiosos. Apenas um homem se mantinha calmo em meio ao caos: o filósofo Bias, famoso por sua sabedoria e caráter exemplar. Era considerado um dos sete sábios da Antiga Grécia. As pessoas, vendo-o tranquilo e sereno, perguntaram: - Você não está preocupado com a invasão do inimigo? Não vai juntar seus pertences para ir embora? Bias respondeu simplesmente: - Já trago tudo comigo. Com isso ele quis dizer que guardava consigo os patrimônios mais valiosos: a retidão, a bondade, o otimismo e a esperança - bens que jamais lhe poderiam ser subtraídos. E eram esses valores que lhe permitiam colocar-se acima das inquietações daquela tensa ocasião.  Sem dúvida, semeando em nossos corações essas virtudes e as cultivando, poderemos permanecer firmes diante de qualquer situaçã

VENCENDO JUNTOS

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Anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, EUA, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, posicionaram-se para a corrida dos cem metros rasos. Ao sinal da largada cada um deles partiu, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si e terminar a corrida. Todos, com exceção de um garoto que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os demais, ouvindo o choro, diminuíram o passo e olharam para trás; então voltaram - todos eles. Uma das meninas, portadora de síndrome de Down, ajoelhou-se e deu um beijo no garoto. - Pronto, agora vai sarar! - disse, sorrindo. Quatro deles se puseram à direita do colega e os outros à esquerda, deixando-o bem no meio. E assim os nove competidores, dando os braços, chegaram juntos até à linha de chegada. O estádio inteiro se levantou e os aplausos foram quase intermináveis. Nunca se pode ser feliz sozinho. A grande lógica da vida não consiste numa jornada egoísta, mas em caminhar ao lado de ou

PRECIOSO PRIMEIRO PRESENTE

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Linda tinha 7 anos quando ouviu sua mãe comentar com uma amiga que, no dia seguinte, completaria seu trigésimo aniversário.  Linda jamais imaginara que sua mãe fazia aniversário e nunca a vira ganhar nada. Então, sem que a mãe percebesse, ela pegou todas as moedas do cofrinho e foi à loja da esquina a fim de comprar um presente. Depois de "virar a loja de cabeça pra baixo", finalmente optou por uma caixinha de grampos de cabelo, pois foi o que deu pra comprar. A menina usou uma folha de jornal para embrulhar a caixinha, pois não sobrara dinheiro para o papel de presente. Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o rústico embrulho à sua mãe, meio que sem jeito. - Feliz aniversário, mamãe! Em silêncio, emocionada, a mãe desembrulhou. Entre lágrimas, mostrou o presente ao marido e aos outros filhos. - Sabe que é o primeiro presente de aniversário que recebo na vida? Beijou e abraçou a filha, agradeceu e foi logo lavar e enrolar os cabelos e estrear os grampos novo

RECONHECIMENTO E GRATIDÃO

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Um rei tinha dez cães selvagens. Quando um servo cometia um erro por menor que fosse, o rei mandava jogá-lo aos cães para ser devorado. Certa feita, um dos servos mais antigos e leais cometeu um pequeno delito. O rei, enfurecido, sentenciou-lhe a já conhecida pena.  O servo, educadamente, pediu a palavra: - Majestade, estou a seu serviço há dez anos, como o senhor bem sabe. Portanto lhe suplico dez dias de vida antes que eu seja lançado aos cães. - Está bem; nem um dia a mais! Até lá, estará preso! - decidiu o soberano.  Aquele servo e o carcereiro eram amigos de longa data; o servo então pediu a ele que o deixasse cuidar dos cães durante aqueles dez dias.  - Tudo bem - respondeu o carcereiro.  Durante os dez dias em que esteve na cadeia, o servo alimentou os cães, deu banho neles e limpou o canil. Terminado o prazo para a sentença, o rei ordenou que ela fosse cumprida. Quando o servo foi jogado aos cães, todos ficaram surpresos ao vê-los apenas lambendo os pés do servo! O

VÍTIMA DA PALAVRA

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Um casal estava celebrando bodas de prata e ao mesmo tempo comemorando seus 60 anos - ou seja, ambos tinham a mesma idade. Durante a celebração, receberam uma convidada surpresa: uma fada madrinha. Ela lhes disse: - Como prêmio por terem mantido este lindo relacionamento durante 25 anos, concederei um desejo a cada um de vocês! A mulher se adiantou, dizendo: - Quero fazer uma viagem ao redor do mundo com meu querido esposo, com tudo pago! A fada moveu sua varinha e, num passe de mágica, eles estavam com dinheiro e passaportes na mão. O marido pensou um pouco antes de fazer seu pedido. Finalmente falou: - Bem, não é todo dia que a gente encontra uma fada... então, esposa, me desculpe, mas meu desejo é ter uma mulher 30 anos mais jovem que eu! A mulher e a fada ficaram chocadas.  - Está certo! - respondeu a fada - Um pedido é um pedido! E, movendo a varinha, fez com que o homem se tornasse um ancião de 90 anos! Lógico que não existe "fada madrinha", mas é fato que a

ATÉ ONDE VOCÊ VAI?

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Um patinho cujo ovo fora separado da ninhada se viu sozinho no mundo. Não sabia quem era sua mãe, nem se tinha irmãos. O pobrezinho saiu todo desajeitado de dentro da casca e, trêmulo, começou sua jornada. Encontrou muitos bichos no caminho - uns tagarelas, outros pouco amistosos e alguns até engraçados. Um destes, um rouxinol, o abordou à beira de um lago. - Ei, rapaz! - disse ele - Tem muitas coisas aqui na floresta que você não pode fazer e uma delas é nadar. E sabe por quê? Porque você é uma ave. Eu também sou uma ave e não sei nadar. Portanto você também não pode. - Acho que você está certo! - respondeu o patinho. Ia arriscando um mergulho, mas depois das palavras do rouxinol ele desistiu e continuou andando pela mata. Nunca mais quis entrar na água.  Colocou na cabeça que não era capaz de nadar pois era uma ave. E, limitado por essa falsa sensação de segurança, viveu o resto de sua curta vida. Não seja como o patinho. O limite de outras pessoas não é o seu. Se elas vi

CUIDADO COM A "COBRA"!

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Um rapaz tinha uma jiboia de estimação que amava muito. A bicha era enorme e dormia na cama com o dono. Um dia, ela simplesmente parou de se alimentar.  Após vários dias tentando fazê-la comer, o moço a levou ao veterinário. Este perguntou: - Quando você dorme com a cobra, como está a posição dela ao amanhecer? - Geralmente ela está esticada ao meu lado e outras vezes sobre mim. Assumindo uma expressão tensa, o veterinário falou: - Será melhor você deixar sua cobra aqui. Você corre um grande perigo se levá-la de volta pra casa. - Mas por quê? - Quer saber por quê? A jiboia parou de comer porque "está se poupando"; está se preparando para dar o bote em você! Quando ela está esticada ao seu lado na cama, ela está medindo o seu tamanho, pra ver se já é capaz de te engolir! A moral deste relato fictício é que nem sempre são teus amigos aqueles que dizem ser. Aprenda a discernir entre amizades e "amizades". Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

"É INDISPENSÁVEL TENTAR"

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Em junho de 1984, ao alvorecer de um domingo, Amyr Klink foi oficialmente autorizado a deixar a costa da Namíbia, com destino ao Brasil. Após mais de dois anos de trabalho incessante e muitos empecilhos, ele estava pronto para atravessar o Atlântico Sul, remando - um projeto audacioso e muito bem planejado. Em meio aos preparativos para a grande viagem, muitas pessoas diziam que aquilo não daria certo; mas também não faltou gente pra incentivar e ajudar Amyr. Assim, quando se viu sozinho em seu pequeno barco naquela manhã fria, deixando o continente africano para trás, sentiu-se imensamente feliz, a despeito de compreensíveis receios. Nas palavras dele: "Era preciso vencer o medo; e meu maior medo na viagem eu venci ali, naquele mesmo instante, em meio à desordem dos elementos e à bagunça daquela situação: o medo de nunca partir. Sem dúvida, não partir foi o maior risco que corri. Confiava por completo em meu projeto e não estava disposto a me lançar em cegas aventuras

UMA BOLA PARA UM JUDEU

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Foi durante a Segunda Grande Guerra, na Alemanha. O tempo era de escassez, de medo e de perseguições. Na intimidade de sua casa, uma família alemã ocultou Max, um judeu - ainda por cima, gravemente enfermo. A menina da casa, compadecida com o sofrimento daquele homem, concordou em lhe ceder a cama.  Na sociedade alemã da época, esse nobre gesto de solidariedade era considerado crime - simplesmente pelo fato do beneficiado ser judeu. Max jazia imóvel e inválido sobre o leito e o prognóstico não era dos melhores. Não se podia chamar um médico para tratá-lo, pois isso significaria prisão para toda a família. Não havia nada que pudesse ser feito, a não ser cuidar dele de alguma forma. A garota refletiu: - Quem sabe Max não retorna à vida e sai desse estado vegetativo se lhe dermos algum motivo para viver... Assim, todas as tardes, passou a ler em voz alta para ele. Lia, falava com Max e o despertava delicadamente a cada manhã.  Depois ela pensou em lhe dar presentes. Primeiro,

SEM CONTROLE

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Um jovem rico adquiriu um cavalo e resolveu experimentá-lo pela primeira vez no dia seguinte à sua compra. Só que ele era de raça selvagem e o vendedor não havia repassado essa informação. Assim que o animal sentiu sobre si o cavaleiro, agitou-se e disparou estrada afora. O moço, desesperado, tentava domar o animal, mas em vão. Ele simplesmente não obedecia. Tudo o que o mancebo pôde fazer foi abraçar-se ao pescoço do cavalo e se segurar do melhor jeito que podia. - Aonde você vai com tanta pressa? - gritou-lhe um conhecido. - Como vou saber? Não sou eu quem está no controle. Pergunta ao cavalo! - retrucou, enquanto era levado para longe dali. É sempre melhor ter certeza do passo que você está dando e do que pretende fazer. Nunca permita que outra pessoa assuma o controle da tua vida. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

LARGANDO A REDE

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Um rei enviou uma delegação secreta à região mais pobre do reino com o fim de encontrar um homem modesto que pudesse ser designado para juiz. A delegação fazia-se passar por um grupo de viajantes para não chamar a atenção.  Chegando a um vilarejo, deram de cara com um aldeão que ia carregando uma rede sobre os ombros. Um dos membros da delegação perguntou: - Diga-nos, por favor, porque anda com essa rede? - Simplesmente para recordar-me de meus primeiros anos de trabalho como pescador!  Com isso entenderam ter encontrado o homem ideal para ser nomeado juiz e assim foi feito. Tempos depois, em visita à corte, um dos oficiais daquela delegação reencontrou o novo juiz, sem a rede. - Meritíssimo, o que houve com sua rede? Por que não está mais com ela? - Porque não tenho necessidade de uma rede quando já fisguei um grande peixe! Nunca esqueça suas raízes e de onde você veio, mas não se apegue demasiadamente a esse passado. Se há alturas cada vez maiores a serem superadas, faça

O "EU"

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Havia numa floresta um grande e belo leão chamado Share. Tinha uma juba farta e dourada e um rugido que metia medo em todos os bichos que, apavorados, fugiam apenas em ouvir aquele vozeirão. Quando via aquele corre-corre, Share, sem entender o porquê, rugia ainda mais alto, mas era querendo dizer que se acalmassem; só que os outros animais não o compreendiam. Achavam que a fúria do leão se tornara ainda maior.  Ou seja, ninguém se arriscava a ficar perto dele. Um dia, Share chegou a uma parte da floresta onde nunca havia estado antes. Havia ali uma límpida lagoa - um bom convite para matar a sede. Share soltou um rugido de satisfação. Mais uma vez, outros gritos de pavor e muita correria. "Ah, que bando de animais bobos correndo de mim desse jeito!", pensou Share. "Mas não faz mal. Estou com sede e agora vou beber!” Assim aproximou-se da lagoa, cuja água era tão cristalina que parecia um espelho. Ao inclinar-se para beber, Share rugiu, mas de susto: um outro

A ESPERANÇA DE UMA MOSCA

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Uma mosca, mal acabando de nascer, começou a voar desajeitadamente, mas com muita vontade de descobrir o mundo e disposta a arriscar distâncias cada vez maiores. Feliz da vida, entrou pela janela da cozinha de um grande palácio. Mas, não reparando uma enorme panela fumegante, acabou caindo dentro dela, sobre um molho que estava sendo preparado para a própria rainha.  Quando a mosca percebeu a enrascada em que havia se metido, começou a debater-se desesperadamente, mas não conseguia sair dali. Ela então rezou: - Ó, Criador, não me deixe morrer aqui. Acabei de nascer e tenho apenas um ou dois dias de vida para explorar o mundo, do qual quase nada conheço. Por favor, me socorra! Enquanto isso, o cozinheiro ia pegando a panela quando viu aquela mosca no meio de sua iguaria. Com uma colher comprida, retirou a inoportuna e arremessou-a longe, praguejando baixinho. A mosca, atordoada, despertou. Caíra sobre uma pequena flor, no jardim. Sacudiu as asas para retirar os respingos de

ENGANADO DEBAIXO DO NARIZ

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Após furtar um pedaço de queijo, um corvo encontrou uma boa árvore para lanchar sossegado e pousou num galho bem alto. O cheiro do queijo atraiu a atenção de uma raposa que passava perto dali. Aproximando-se, viu o corvo lá em cima e ficou com inveja. Estava doida pra pegar o queijo mas não tinha condições de escalar a árvore.  - Ei, amigo! - gritou a raposa - Ouvi dizer que o rouxinol é o melhor cantor da floresta, mas eu não acredito nisso. Pra mim, são os corvos quem cantam mais bonito. Só gostaria que você entoasse uma canção, porque aí eu teria certeza e diria a todo mundo que você é o cantor dos cantores! O corvo ficou todo empolgado e cheio de si. Querendo provar seu valor, abriu o bico para cantar. Foi aí que deixou o queijo escapar, caindo direto na boca da raposa, que já esperava por isso! - Obrigado, otário! - disse a raposa, ainda com a boca cheia - Da próxima vez, desconfie de elogios! E disparou mata adentro. Cuidado com os malandros e bajuladores pra que eles

O MUNDO É DOS MAIS ESPERTOS?

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Uma viúva idosa tinha duas empregadas. Era exigente em tudo, de maneira que as empregadas davam um duro danado, o dia todo. Tinham que pular da cama assim que o galo cantasse, pois assim o exigia a senhora. Elas detestavam ter que levantar tão cedo. Um dia as duas "tramaram" isto: - Se o bendito galo não despertasse a velha tão cedo, talvez pudéssemos dormir mais um pouco. Vamos dar um jeito nesse galo! Assim pegaram o galo, torceram-lhe o pescoço e o enterraram longe das vistas da patroa.  Mas elas não contaram com o "relógio biológico" da senhora, acostumada a madrugar todo santo dia. Pois, sem o galo, ela passou a acordar as criadas ainda mais cedo e as punha para trabalhar no meio da noite. Muita esperteza nem sempre dá certo; é como um "feitiço que se vira contra o feiticeiro". Portanto tome cuidado pra não se dar mal! Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

A MENSAGEM DO TRONCO

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Há muitas gerações, os índios Cherokee contam a seguinte lenda: O pai leva o filho à floresta, coloca-lhe uma venda nos olhos e o faz sentar-se sobre um tronco. O mancebo deve permanecer sentado no tronco por uma noite inteira sem remover a venda, até que as primeiras luzes da aurora o avisem que amanheceu. Durante todo esse tempo ele não pode pedir ajuda a ninguém. Se ele sobreviver à noite, sem se abalar, será considerado um homem adulto. Não pode compartilhar sua experiência com os amigos, pois cada jovem tem que se tornar homem por si só.  A noite, entretanto, é tenebrosa e o rapaz está claramente apreensivo. Barulhos estranhos o fazem estremecer. Talvez hajam feras e homens perigosos por perto ou mesmo ao seu redor.  O vento noturno e gélido sussurra o tempo todo balançando as árvores e o frio é quase insuportável. Mas o jovem, obstinado, não ousa tirar a venda. Ele sabe que está sendo testado e pretende insistir até o momento final. Então, depois de horas de trevas qu

A LIÇÃO QUE FICOU

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Um jovem levou o pai a um restaurante para apreciar uma apetitosa refeição. O pai era já bem idoso e, portanto, um pouco debilitado. Enquanto comia, a comida ocasionalmente caía em sua camisa.  Diante de tal cena, alguns outros clientes contorciam seus rostos com nojo, mas o filho parecia indiferente àqueles olhares. Depois que ambos terminaram de comer, o filho tranquilamente ajudou seu velho a se levantar e o levou à toalete. Limpou os restos de comida de seu rosto enrugado, trocou-lhe a camisa manchada, penteou seus ralos cabelos brancos e recolocou-lhe os óculos. Quando eles saíram do banheiro, um silêncio quase absoluto impregnou o lugar. O moço pagou a conta e agradeceu. Contudo, antes de sair dali com o pai, um senhor levantou-se e perguntou-lhe: - Não achas que deixaste algo aqui?  - Acho que não. O que queres dizer? - Você deixou aqui uma lição para cada filho e uma esperança para cada pai! O pequeno diálogo foi seguido por uma estrondosa salva de palmas enquanto p