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TOCAR O CÉU

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"Sempre fui destemida!" Definiu-se, com estas palavras, a norte-americana Jessica Cox (1983-). Psicóloga graduada pela Universidade do Arizona, pianista, faixa preta em taekwondo, piloto de avião e mergulhadora certificada - atividades absolutamente incomuns para uma mulher sem braços.  Não, você não leu errado! Jessica é a primeira piloto sem braços licenciada do mundo, bem como a primeira faixa preta sem braços na American Taekwondo Association! Ela nasceu sem braços devido a uma rara enfermidade genética. Ela chega a escrever vinte e cinco palavras por minuto utilizando os pés; seca os cabelos, se maqueia, troca suas lentes de contato e dirige automóveis. "Aviões não foram feitos para serem pilotados com os pés, mas não desisti enquanto não tirei minha licença", revela Jessica.  Há pouco tempo, em entrevista, Cox falou sobre o Projeto 2025, cujo objetivo é personalizar uma aeronave RV-10 para ser controlada com os pés. “É uma meta bastante ambiciosa p

DISFARCE DA VERDADE

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Uma vez, a Verdade resolveu visitar o sultão no palácio dele. Ela se envolveu com um véu claro e um vestido transparente e, ao passar pelos portões, foi barrada pelo sentinela.  - Quem é você? - Sou a Verdade e quero falar com o sultão. O chefe da guarda foi falar com o Sultão: - Senhor, uma mulher desconhecida e quase nua pede uma audiência.  - Qual o nome dela? - Chama-se Verdade! - Não a deixe entrar! Diga-lhe que vá embora imediatamente! A Verdade entristeceu-se com a resposta do sultão e foi embora. Uns dias depois, ela decidiu voltar. Desta vez, trajada como peregrina, com roupas simples e desgastadas. Ao ser interpelada pelo guarda, respondeu: - Sou a Verdade e quero falar com o sultão! Era o mesmo guarda da primeira vez e ele não a reconheceu. Quando comunicou ao sultão sobre a presença da viajante e que o nome dela era Verdade, recebeu a mesma ordem: - Já falei que não quero a Verdade aqui! Mande-a embora! A Verdade, desapontada, saiu mais uma vez. No dia seguinte

SUPERAÇÃO

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Num dia de pleno sol, uma mudinha foi plantada. Brotou timidamente mas cheia de vida e feliz, espreguiçando os braços e alongando-os dia a dia. De início, quase ninguém reparou naquele projeto de árvore que crescia e se cobria de folhas.  Quando, finalmente, tornou-se uma árvore robusta, seus ramos viraram galhos fortes e ela adquiriu a maioridade vegetal. Nos dias ensolarados, as pessoas buscavam alívio em sua sombra. As crianças se penduravam em seus braços, balançando-se pra lá e pra cá. E todos foram se acostumando àquela imponente e silenciosa amiga. Contudo, certa noite, um descontente resolveu dar cabo da árvore, irritado com as folhas do outono e as flores da primavera que caíam sem parar, atapetando o chão. Ele não queria o trabalho de limpar e varrer. Ao amanhecer, uma triste cena: galhos cortados, amontoados na calçada e um pedaço de tronco erguendo-se nu, constrangido. As crianças lamentaram e os adultos questionaram quem teria cometido tal maldade. E o tronco l

UMA NOVA AMIZADE

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Seu José era conhecido como um tipo desagradável, amargo a ponto de brigar com as crianças se elas ousassem colocar o pé no gramado dele. Não gostava que elas andassem de bicicleta em frente à sua casa. Era malquisto por quase todos que o conheciam. Dentre todos os meninos da vizinhança, havia um, Ricardo, que o odiava de verdade. É que um dia, aos nove anos, passando com sua bicicleta pela calçada do seu José, este o acertou com uma pá. Ricardo não deixou barato. Foi em casa, pegou uma bola de soprar, encheu-a com água suja e a jogou no vizinho. A polícia foi acionada. O policial encontrou Ricardo no jardim de sua própria casa. Quando o moleque achou que ia levar a maior bronca, o policial pousou a mão sobre seu ombro e disse:  - É isso aí, garoto. Gostei de ver. Acertou em cheio. O policial também não gostava do seu José. Os anos se passaram e Ricardo nunca mais passou em frente à casa do seu José. Num belo dia de primavera, Ricardo, já adulto, estava passeando próximo da

O PÉ DO AMOR

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Um rei foi visitar o seu jardim e ficou surpreso com o que viu. O lugar estava murcho: as árvores, quase todas, estavam secas e as flores não brotavam. Chamou imediatamente o jardineiro, que não soube explicar o porquê de o jardim estar daquele jeito. - Majestade, eu tenho irrigado e adubado bem. Dou o meu melhor aqui, mas realmente não sei o que está acontecendo.  O rei resolver conversar com as plantas. Para sua surpresa, elas responderam. O carvalho estava triste porque não era tão alto quanto o pinheiro; o pinheiro estava ressentido por não poder produzir uvas como a parreira; a parreira queria produzir flores como a roseira e esta ansiava ser tão alta e imponente quanto o carvalho. Somente o pé de amor estava belo e florido. Ele explicou ao rei:  - Como posso querer ser alguém além de mim mesmo? Simplesmente tento ser o melhor que posso a cada dia! Uma pessoa cheia de amor jamais busca competitividade, tampouco se deixa dominar pela inveja! Autoria desconhecida - adapt

A PROVA DO TEMPO

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No século VI a.C. viveu Creso, rei da Lídia, o homem mais rico de seu tempo. Ele governava com sabedoria, mas também com prepotência. No esplendor de sua glória, certa feita recebeu em seu palácio um dos sete sábios da Grécia - talvez, o maior de todos: Sólon. A fim de exibir todo o seu poder e sua riqueza, Creso mandou preparar um banquete esplendoroso. Depois, convidou Sólon a visitar as amplas salas dos tesouros reais repletas de pérolas, esmeraldas, diamantes, rubis, estátuas e peças de ouro. Creso, no entanto, observou que seu convidado passeava por entre aquela riqueza imensa com absoluta indiferença.  - Não vês, ó sábio, que sou o homem mais feliz do mundo com tantas riquezas? Sólon, respeitosamente, respondeu: - Meu rei: nunca ninguém poderá se considerar feliz antes de passar pela prova do tempo. É o tempo que se encarrega de dizer se fomos ou não felizes. Ele sempre nos surpreende com o inesperado. Não vos esqueçais, majestade, de que a felicidade está acima de tu

PERDAS E GANHOS

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Na capital paranaense, vive uma heroína que sabe bem o que são perdas e ganhos. Bonita, culta, ativa, advogada por profissão, aos 41 anos Maria Lúcia Saldanha sentiu os primeiros sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - uma síndrome neurodegenerativa, progressiva e incurável. Começou com fraqueza e paralisia dos membros superiores e inferiores. Depois, incapacidade de falar, de deglutir e de respirar. Onze anos depois do diagnóstico, Maria Lúcia vive plenamente. Comanda a casa, a família e a vida somente com o olhar, graças a um programa especial de computador. Presa a uma cadeira de rodas, alimentada por sonda gástrica e ligada a um ventilador mecânico para poder respirar, Maria Lúcia segue com sua vida. Ao tomar consciência de sua condição, poderia ter simplesmente se entregado ao desenrolar drástico da enfermidade, mas ela optou por lutar. Queria ver o filho se formar na Marinha, mesmo sem poder abraçá-lo senão com o coração. Assim, Maria Lúcia continua lecionan