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Mostrando postagens de setembro, 2024

OS ARROGANTES

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Certa vez, um alfinete e uma agulha se encontraram em uma cesta de costura e começaram a discutir, cada um se considerando melhor e mais importante que o outro: - Afinal, qual é mesmo a sua utilidade? - disse o alfinete à agulha - Você nem mesmo tem cabeça! - E você? De que te serve a cabeça se não tem olho? - retrucou a agulha. - Ora! E de que adianta seu olho se há sempre um fio dentro dele? - Pois fique sabendo que mesmo com um fio atravessando o meu olho, ainda posso fazer muito mais que você! O alfinete ia responder mas silenciou ao ver a dona da casa chegando; ela pegou a cesta de costura a fim de remendar um pequeno rasgo no tapete. Enfiou na agulha uma linha grossa e se pôs a costurar. De repente a linha se emaranhou, dando um nó cego. Irritada, a mulher deu um puxão violento que acabou rompendo o olho da agulha. Ela então amarrou outra linha na cabeça do alfinete e conseguiu dar os pontos finais; mas quando puxou o resto da linha, a cabeça do alfinete se desprendeu

CONFISSÕES DA COLEGA DE UMA AMIGA

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"Ontem, ao atender o telefone, meu mundo desabou. Entre soluços, a voz do outro lado da linha avisou que a minha melhor amiga morrera num grave acidente. Desliguei o telefone e andei a esmo pelo meu quarto, completamente desnorteada. Imagens de um passado feliz vieram-me à mente de imediato. A faculdade, conversas até altas horas, confidências ao pé do ouvido, incontáveis sorrisos e risadas em momentos descontraídos. Recordei nossa formatura, marcada por lágrimas e despedidas. Vi, em seus olhos, a promessa de que jamais seria esquecida por ela. E, realmente, nunca fui. Perdi a conta das vezes em que ela me ligava quando eu estava na pior. As palavras e mensagens que ela me enviava eram cheias de sinceridade e de esperança e muito me confortaram. Lembro que foi em seu ombro que chorei a morte do meu pai. Foi também no ouvido dela que desabafei sobre o fim do meu noivado. Ela sempre esteve disponível. Contudo, não consegui recordar uma única vez em que liguei para ela pr

A PRIMEIRA RÚPIA

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Há muitos anos, no Paquistão, vivia um mercador chamado Krivá que tinha um único filho, Samuya. Krivá era um homem honrado e gozava de alto prestígio na comunidade, enquanto que o jovem Samuya era leviano e de péssima reputação. Era rara a semana em que ele não causasse baderna no vilarejo, para desgosto do pai. Uma tarde, Krivá chamou o filho para uma conversa. - Samuya, saiba que tenho pleno conhecimento de tudo que você tem feito por aí. Então pretendo te deserdar, sem direito a nada, pois você certamente desperdiçaria toda a riqueza que acumulei em anos de trabalho honesto. E, ante o olhar atônito do filho, Krivá acrescentou: - Contudo vou te dar uma última chance de me provar que é digno da herança: terá que conseguir uma rúpia (a moeda paquistanesa) por esforço próprio, no prazo de três dias. Somente assim te manterei meu herdeiro. Sabendo que o pai era inflexível, Samuya ficou apreensivo. Foi ter com os amigos que lhe emprestaram uma rúpia e o instruíram a mentir par

ATÉ O ÚLTIMO INSTANTE

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Uma guerra civil arrastava-se há meses. Um soldado raso se apresentou a seu superior com um pedido. – Senhor, meu amigo ainda não regressou de sua missão no campo de batalha. Solicito permissão para ir buscá-lo. – Permissão negada - respondeu rispidamente o oficial. - Não permitirei que você arrisque a vida por um homem que provavelmente a esta altura está morto. O soldado fez continência e se retirou. Mas, desconsiderando a proibição, ele saiu e, uma hora mais tarde regressou, muito ferido, carregando o cadáver de seu amigo. O oficial estava furioso. – Eu te disse que ele já estava morto, recruta insubordinado! Agora me diga, valeu a pena ir até lá apenas para trazer um cadáver? E o soldado, tomando fôlego, respondeu: – Claro que valeu a pena, senhor! Quando encontrei o meu amigo, ele ainda estava vivo e, antes de morrer, ele pôde me dizer: “Eu tinha certeza que você viria!” O verdadeiro amigo é aquele que chega quando todos já se foram e por isso é digno de confiança! Por

PATRIMÔNIO VERDADEIRAMENTE SEGURO

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Quando o exército de Ciro, o Grande (600-530 a.C.), estava prestes a invadir a cidade de Priene, na Jônia, a população preparou-se para fugir. Todos atropelavam-se, em desespero, tentando salvar seus pertences mais valiosos. Apenas um homem se mantinha calmo em meio ao caos: o filósofo Bias, famoso por sua sabedoria e caráter exemplar. Era considerado um dos sete sábios da Antiga Grécia. As pessoas, vendo-o tranquilo e sereno, perguntaram: - Você não está preocupado com a invasão do inimigo? Não vai juntar seus pertences para ir embora? Bias respondeu simplesmente: - Já trago tudo comigo. Com isso ele quis dizer que guardava consigo os patrimônios mais valiosos: a retidão, a bondade, o otimismo e a esperança - bens que jamais lhe poderiam ser subtraídos. E eram esses valores que lhe permitiam colocar-se acima das inquietações daquela tensa ocasião.  Sem dúvida, semeando em nossos corações essas virtudes e as cultivando, poderemos permanecer firmes diante de qualquer situaçã

O MILAGRE DA ÁGUA

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Havia um vilarejo onde não chovia há mais de um ano. O poço ficou completamente seco, as plantações morreram e as pessoas adoeceram pela falta de água. Uma menina chamada Maria, preocupada com sua mãe enferma, resolveu sair de casa, com uma canequinha na mão, à procura de água para aliviar o sofrimento da mãezinha. Depois de muito andar, Maria chegou à encosta de uma montanha onde havia muitas pedras. Quando se sentou para descansar, ouviu um barulho de água pingando. Saiu procurando até encontrar um local onde brotava água da pedra, em pequenas e contínuas gotas. Maria posicionou sua canequinha e, vagarosamente, encheu-a de água. Depois retornou ao vilarejo, segurando o recipiente com todo cuidado para não derramar o líquido precioso. No caminho, encontrou um passarinho caído no chão, desfalecido de sede, sem conseguir voar. Maria então derramou um pouco d’água em seu bico e, repentinamente, o passarinho recobrou forças e levantou voo. No entanto Maria notou que a caneca c

ESTRATÉGIA

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Certa vez, numa movimentada avenida, havia um cego sentado no calçadão segurando um boné e, ao seu lado, uma pequena tábua na qual estava escrito com giz: "Por Favor, ajudem-me! Sou cego!" Um senhor que trabalhava com publicidade passou por ali, parou e observou que o cego "arrecadara" apenas umas poucas moedas em seu boné. Sem que o cego percebesse, pegou o cartaz, apagou o "anúncio" e escreveu outro. Recolocou a tábua ao lado do cego e se foi. Ao entardecer, o publicitário voltou pela mesma avenida, passando novamente pelo cego; verificou, com prazer, que o boné dele agora estava quase transbordando de cédulas e moedas.  De alguma maneira o cego reconheceu os passos daquele homem. - Foi o senhor quem pegou meu cartaz? Apagou o que estava escrito? - Sim, é verdade, mas não se preocupe. Apaguei e reescrevi seu anúncio. Nada que não esteja certo com ele, mas achei melhor colocar com outras palavras.  - Mas o que o senhor escreveu? - Escrevi: &qu

APRENDEU COM A DOR

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Aquele era um dos dias mais felizes e esperados pelo pequeno André; a realização de seu grande sonho: mergulhar na enorme piscina de adultos do clube - o presente de aniversário de cinco anos que seu pai lhe prometera. Chegaram cedo ao clube, naquela manhã de domingo. O pai falou: - Filho, preciso ir ao ambulatório a fim de fazer o exame de rotina. Lembre-se que você só entra na piscina comigo. Portanto espere aqui até eu voltar.  Mas André não via a hora de entrar naquele pequeno oceano; tão logo o pai se afastou, correu até à piscina e mergulhou. Só após o mergulho é que ele constatou que aquela piscina não era rasa como as outras. Acostumado a sentir os pés firmes no fundo, agora a sensação era diferente: desespero. Foram os segundos mais sombrios de sua existência.  A água entrando em seus pulmões... seus bracinhos frágeis tentando alcançar a superfície... a respiração ofegante...  Depois, silêncio.  André parou de se debater e apagou.  Tudo foi ficando longe. A angústi

O IMPACTO DE UMA MENTIRA

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Numa pequena comunidade espanhola chamada Estepona, um homem disse a seu filho que este podia levá-lo de carro até um outro vilarejo, a mais ou menos trinta quilômetros dali. O filho recentemente aprendera a dirigir e aceitou com alegria a oportunidade. Levou o pai à localidade, prometendo que retornaria às 4 da tarde; depois foi até à oficina a fim de fazer uma revisão no carro. Como o serviço iria demorar um pouco e ele tinha ainda algumas horas livres, decidiu assistir a um filme no cinema local. O rapaz ficou tão entretido com o filme que não viu o tempo passar, de maneira que só percebeu o horário com o término da sessão.  Já havia passado das seis da noite! Estava com duas horas de atraso. Imaginou que seu pai estava muito zangado e nunca mais o deixaria dirigir. Pegou o carro na oficina e disparou até o local em que combinara de se encontrar com o pai. Ele estava lá, na esquina, esperando. O moço pediu mil desculpas pelo atraso. - Vim o mais rápido que pude, pai - e

SUPEROU A SI MESMO

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Se é verdade que o ser humano é capaz de vencer as mais difíceis adversidades, João Carlos Martins (1940-) é exemplo disso. Ainda criança, aprendeu a tocar piano e, com o tempo, construiu uma sólida carreira internacional. Apaixonado pela obra de Bach, tocou nas principais salas de concerto do planeta.  No auge da fama, entretanto, ele sofreu sério revés. Numa partida de futebol, caiu sobre o próprio braço. O acidente o privou dos movimentos da mão.  Para a maioria, uma tragédia. Para ele, um desastre. Mas nem por isso se deu por vencido. Submeteu-se a cirurgias, injeções na palma da mão e intensas sessões de fisioterapia e, assim, pôde retornar aos palcos com a mesma paixão.  Anos depois, a persistência de Martins voltaria a ser testada. Na Bulgária, ele foi assaltado e violentamente agredido, o que acabou lhe afetando os movimentos de ambas as mãos.  Mais uma vez, o célebre pianista recorreu a cirurgias e ao tratamento fisioterápico, superando o infortúnio e voltando ao

NOSSO ESPELHO

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Um dia, os funcionários de uma grande empresa chegaram para mais um expediente e se depararam com um enorme cartaz na entrada, no qual estava escrito: "Ontem faleceu a pessoa que estava impedindo o seu crescimento nesta empresa. Convidamos você a participar do funeral, que será realizado na sala da academia". A princípio todos ficaram tristes com a notícia, mas logo a curiosidade se tornou geral. - Quem terá falecido? - indagavam uns aos outros - Bem, pelo menos essa pessoa não irá atrapalhar mais ninguém! No horário marcado para o velório os funcionários foram se aproximando do caixão, mas cada um logo ia se afastando em silêncio e cabisbaixo.  Cada um via a si mesmo dentro do caixão, pois o que havia em seu interior era um espelho, não um corpo! Havia, também, ao lado do espelho, uma placa que dizia: "Só existe uma pessoa capaz de impor limites ao seu crescimento e essa pessoa é você. Você é a única pessoa que pode revolucionar a própria vida. Somente você

BREVE RELAÇÃO QUE VALEU A PENA

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Uma jovem casada, ao saber que estava grávida, vibrou de felicidade. Um filho era o que faltava para brindar sua vida e seu lar com mais alegrias. Algo, entretanto, viria obscurecer suas expectativas, como o céu que de repente fica nublado. Um exame preliminar revelou que seu bebê apresentava um problema: era anencéfalo. A orientação médica era que fosse feito um aborto. Adriana e seu esposo choraram com a notícia. Mesmo nascendo, a criança sobreviveria apenas algumas horas após o parto. Mas Adriana estava resoluta. Não abortaria. Ela e o marido simplesmente não aceitavam a ideia de obstruir a seu filho a chance de viver. Surpreendentemente, um novo exame posterior revelou que o bebê na verdade tinha cérebro, mas que havia um não fechamento neural - algo que poderia ser corrigido cirurgicamente. Assim, a gestante continuou a receber acompanhamento. Rafaela nasceu precisamente no primeiro dia de 2005 - como se quisesse anunciar o novo ano com sua chegada. "Fizemos de tu

LIDERANÇA E EMPATIA

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Conta-se que Alexandre, o Grande (356-323 a.C.) e seu exército, quando retornavam para a Babilônia após a conquista da Índia, atravessaram uma região árida e deserta. As provisões estavam no fim e acabara-se a água. Todos sofriam terrivelmente com o calor, a fome e sobretudo a sede. Lábios rachados e gargantas ressecadas e ardentes. Muitos soldados estavam a ponto de desfalecer e tombar definitivamente. Por volta do meio-dia, encontraram-se com uma pequena caravana. Os viajantes iam montados em mulas e carregavam jarras com alguma água. Um deles, avistando o rei (que àquela altura estava quase a sufocar de sede), encheu uma vasilha com água e a ofereceu a ele. Alexandre tomou a vasilha e olhou em torno de si. Contemplou os rostos desfigurados de seus homens que, tanto quanto ele, ansiavam pelo líquido precioso. - Obrigado, mas pode ficar com sua água - disse o rei, devolvendo a vasilha sem tomar um só gole - Não tem sentido matar apenas a minha sede se não há água suficient

EMBRULHADA NO AMOR

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- Você gosta do meu vestido? - perguntou uma menina para uma senhora que passava - Minha mãe fez para mim! - completou, já choramingando. A mulher parou. - Bem, eu acho que é muito bonito, garotinha. Mas, me conte, por que está chorando?  Com ligeiro tremor na voz a menina respondeu: - Depois que mamãe me fez este vestido, ela teve que ir embora. - Bem, agora você deve estar esperando por ela, não é? Tenho certeza que ela voltará logo. - Não, senhora; a senhora não entendeu. Meu pai disse que a mamãe está com meu avô, no céu. Foi aí que a mulher compreendeu o drama daquela criança.  Comovida, ajoelhou-se e embalou-a com carinho num abraço prolongado.  Acariciando-a, chorou baixinho com ela. Então, de repente, a menina fez algo "estranho" para o momento: começou a cantar. Cantava tão suavemente que era quase um sussurro. Era o mais doce som que a mulher já tinha ouvido. Parecia a canção de um pássaro, só que mais gracioso. Quando a menina terminou de cantar, explic

AS MELHORES MÃOS

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Quatro mocinhas aproveitavam o sol da primavera à beira de um lago. Quiseram então propor uma brincadeira: eleger qual delas teria as mãos mais bonitas. A primeira, mergulhando as mãos na água e erguendo-as em seguida, falou: - Vejam como minhas mãos são brancas e macias! As gotículas d'água parecem lindos brilhantes entre meus dedos! A segunda tomou uns morangos e os esbagaçou entre as palmas, deixando-as rosadas. - Minhas mãos, sim, são belas! Lembram o aspecto da alvorada! Hidrato-as todas as manhãs com sucos de frutas! A terceira moça colheu algumas violetas e as esmagou entre as mãos, que ficaram muito perfumadas. - Minhas mãos são as mais formosas, pois exalam o mais agradável olor! A última garota era tímida e não quis mostrar as mãos; escondeu-as no colo. As outras então chamaram uma senhora que passava por ali, para que ela opinasse sobre a questão. Ao examinar as mãos das três primeiras, a mulher balançava a cabeça. A quarta jovem continuava com as mãos cerrad

O JOGO DO CONTENTE

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Polyanna era uma doce garota, órfã de mãe, que há muito desejava ganhar uma boneca. Aproximava-se o Natal e seu pai aparentemente encomendara um presente para ela. Contudo, para a decepção da menina, o embrulho encomendado continha um par de muletas. Polyanna se pôs a chorar. - Mas, minha filha, você deveria ficar contente! - disse o pai ao tentar consolá-la. - Contente por quê? Pedi uma boneca e ganhei um par de muletas! - Pois fique contente por não precisar delas! Com isso a garota compreendeu a lição - denominada pelo pai de "o jogo do contente". Tempos depois ela ficou órfã também do pai e foi entregue aos cuidados de uma tia carrancuda e exigente. Entretanto, ao invés de se deixar abater pelas maldades da tia, Polyanna encontra em tudo um motivo para alegrar-se. O quarto em que dormia era pequeno? Ótimo; assim levava menos tempo para limpá-lo. Não havia lindos quadros na parede como os que tinha na casa de seu pai? Sem problemas: era só abrir a janela e cont