O MILAGRE DA ÁGUA



Havia um vilarejo onde não chovia há mais de um ano. O poço ficou completamente seco, as plantações morreram e as pessoas adoeceram pela falta de água.
Uma menina chamada Maria, preocupada com sua mãe enferma, resolveu sair de casa, com uma canequinha na mão, à procura de água para aliviar o sofrimento da mãezinha.
Depois de muito andar, Maria chegou à encosta de uma montanha onde havia muitas pedras. Quando se sentou para descansar, ouviu um barulho de água pingando. Saiu procurando até encontrar um local onde brotava água da pedra, em pequenas e contínuas gotas.
Maria posicionou sua canequinha e, vagarosamente, encheu-a de água. Depois retornou ao vilarejo, segurando o recipiente com todo cuidado para não derramar o líquido precioso.
No caminho, encontrou um passarinho caído no chão, desfalecido de sede, sem conseguir voar. Maria então derramou um pouco d’água em seu bico e, repentinamente, o passarinho recobrou forças e levantou voo. No entanto Maria notou que a caneca continuava cheia d'água. 
Mais adiante a menina se deparou com um cachorro estirado na estrada, ofegante e respirando com dificuldade. Maria, compadecida, derramou-lhe um pouco de água na boca. O cão logo se sentiu melhor, conseguiu se levantar e saiu correndo, latindo alegremente. E a caneca permanecia cheia!
Chegando finalmente à vila, Maria encontrou um andarilho que estava desesperado de tanta sede. Com pena do homem, deu-lhe um pouco de água; em alguns minutos ele se sentiu inteiramente revigorado. Agradeceu à garota e seguiu seu caminho.
A caneca continuava cheia, para surpresa de Maria.
Já na rua de sua casa, avistou uma vizinha que estava sentada na calçada, chorando por causa da sede. Maria lhe deu água e logo a vizinha se sentiu melhor e parou de chorar.
E a canequinha ainda estava com água até à borda!
Finalmente em casa, Maria deu água à sua mãe. Sentindo-se curada, a senhora levantou-se do leito no qual jazera deitada há dias e retomou os serviços domésticos.
Maria estava impressionada: a caneca continuava cheia de água.
Nisso, um vizinho bateu-lhe à porta e a menina foi atender. Ele também desejava matar a sede. No entanto, ao entregar-lhe a caneca, ele deixou cair, derramando todo o conteúdo.
Maria começou a chorar, porque até então ela não tinha bebido uma só gota; mas, para sua surpresa, suas lágrimas se converteram numa fonte de água abundante e permanente. E, assim, o vilarejo sobreviveu à seca.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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