EQUILÍBRIO E FELICIDADE

 




Num tempo e terra muito distantes, havia um rapaz, filho de um rico mercador, que buscava obstinadamente o segredo da felicidade. Apesar de já ter percorrido muitos lugares e consultado vários sábios, não encontrou uma resposta que o satisfizesse.
Um dia, após uma longa viagem pelo deserto, ele chegou a um castelo situado no pico de uma montanha. Lá, diziam, vivia um notável ancião, famoso por sua sabedoria. 
Perguntando aqui e ali, finalmente o jovem encontrou o veterano sábio - cercado por muitas pessoas que também vieram consultá-lo. 
O mancebo teve que esperar cerca de duas horas até conseguir ser atendido pelo ancião. Este, após ouvi-lo com atenção, disse:
- No momento não posso te ensinar o segredo da felicidade, meu jovem. Sugiro que você dê uma volta pelo palácio e retorne daqui a uma hora. Só lhe peço um pequeno favor: enquanto estiver caminhando, carregue esta colher com óleo, mas não deixe o óleo derramar.
O rapaz pegou a colher com óleo que o sábio lhe entregara e saiu. Começou a subir e descer as escadarias do palácio, mas sempre de olho na colher.
Uma hora depois, estava de volta.
- E então? - inquiriu o ancião - Você viu como são lindas as tapeçarias que estão na sala de jantar do palácio? Admirou o agradável e florido jardim? Reparou nos bem conservados pergaminhos da biblioteca?
- Senhor, eu não pude contemplar nada disso. Só tive olhos para a colher, preocupado em não derramar o óleo. 
- Pois então volte e contemple todas as belezas que citei. E leve a colher outra vez.
Um pouco mais tranquilo, o moço retornou ao palácio e dessa vez se pôs a admirar todas as maravilhas do lugar.
Ao retornar, estava eufórico; relatou ao sábio tudo o que vira. 
- E a colher com óleo? - perguntou o sábio. 
Só então o mancebo lembrou da colher - o óleo havia derramado!
- Meu rapaz, é este o único conselho que posso lhe dar - concluiu o ancião - O segredo da felicidade está em aproveitar as maravilhas do mundo, sem nunca esquecer seus deveres e responsabilidades - ou seja, sua "colher com óleo"!
Que tenhamos o discernimento de preservar nossa essência, nossos valores e princípios, mas ao mesmo tempo sem deixar de desfrutar a vida e as coisas boas que ela oferece!

Texto de Alzira Castilho - adaptação de Marcos Aguiar. 


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