DRIBLANDO A DOR

 




Certa vez, a Dor visitou uma casa muito pobre. Nela havia crianças, uma mulher alquebrada de tantos afazeres e um homem que trabalhava à beça mas com muita dignidade.
A Dor gostou do lugar e se alojou no dedão do pé direito daquele pai de família. Ao anoitecer daquele dia, ele estava tão enfadado do trabalho que nem deu muita atenção àquela dor, tamanho era seu cansaço.
Bem cedinho ele acordou e começou a se preparar para mais um dia de labuta. Sem querer despertar sua esposa e filhos, ele se levantou e não acendeu a lâmpada; logo acabou topando o dedão na quina da parede.
- Ai! - gemeu, baixinho - Que dor!
Acariciou o dedo dolorido e enfiou o pé no calçado. A Dor lhe deu uma espetada, pois não estava gostando de estar ali, naquele sapato apertado.
Mas o homem saiu assim mesmo, mancando. O dedo latejava. Contudo, durante o trajeto do ônibus, ele sentiu a dor diminuindo um pouco.
Durante todo o dia, a Dor se queixava por estar naquele imprensado, mas o homem teimava: eu preciso continuar. Não posso amarelar agora. Preciso deste emprego. Minha família depende de mim.
Ao anoitecer, já em casa, o homem fez ainda alguns serviços, alheio ao incômodo no dedão. A Dor já não aguentava mais. E desabafou:
- Esse homem não sabe me tratar bem.
E foi embora.
Você também é forte a ponto de suplantar sua dor ou fraqueja a todo momento? Lembre que toda dor, seja ela física, mental ou emocional, aparece para provar tua resistência!

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.


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