Marcos Aguiar, o Blogueiro

  Numa pequena cidade, um homem vendia balões na feira. Usando de estratégia, o vendedor soltou um balão vermelho e o deixou elevar-se aos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de potenciais clientes - meninos e meninas. Havia ali perto um menino de cor negra que observava o gesto do vendedor, ficando extasiado com a subida dos balões. Viu que, depois do balão vermelho, subiu um azul, depois um amarelo e finalmente um branco. Todos foram subindo até desaparecerem de vista. O menino seguia cada um atentamente e ficava imaginando mil coisas. Mas uma curiosidade o intrigava; aproximando -se do vendedor, perguntou-lhe: – Se o senhor soltasse um balão preto, ele subiria tanto quanto os outros? O homem sorriu compreensivo, rebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nas alturas, disse: – Não é a cor, filho; é o que está dentro dele que o faz subir. O racismo é uma das ideias mais estúpidas criadas pela mente egoísta dos homens. É simplesmente IRRELEVANTE a...

Certo jovem tinha um temperamento muito irritadiço. Um dia, o pai dele lhe deu um saco com pregos. - Toda vez que você perder a paciência, deverá martelar um prego atrás da cerca - disse-lhe. No primeiro dia o garoto enfiou 37 pregos. Com o tempo ele foi aprendendo a controlar seu gênio, e o número de pregos martelados por dia reduziu gradativamente. Descobriu que era mais fácil controlar sua raiva que martelar todos aqueles pregos na cerca. Finalmente, chegou um dia em que ele não perdeu a paciência nem uma vez e contou isso ao pai. Este sugeriu que ele retirasse um prego por cada dia que ele conseguisse controlar seu temperamento. E assim ele fez. Enfim chegou o dia em que o rapaz havia retirado todos os pregos da cerca. Então o pai pegou na mão do seu filho, levou-o até à cerca e disse: - Ótimo, meu filho! Mas, veja todos esses buracos na cerca; ela jamais será a mesma. Sabe o que isso significa? Quando você diz ou faz coisas com a cabeça quente, elas deixam marcas. Você pode ferir ...

  Um idoso enfermo acabou indo morar com o filho, a nora e o neto de apenas cinco anos. Com o tempo, o casal começou a ficar incomodado. Nas refeições, o pobre senhor, acidentalmente, entornava o copo com água, leite ou suco, tremia ao levar à boca a colher com o alimento, derramando-o sobre a mesa e sujando tudo. Não era incomum ele deixar cair pratos e copos, quebrando-os. - Isso não está certo! - resmungava o casal entre si. Vamos reservar uma mesa para ele; então poderemos comer sossegados. E assim o idoso passou a comer numa mesinha à parte, no canto da copa, separado deles. De vez em quando ele levantava olhares tristes para o lado do filho e da nora, mas estes não faziam caso disso. - Você tem que se livrar de teu pai! - disse um dia a mulher. Já temos nossos problemas; não temos tempo pra ficar cuidando de um velho doente e quase moribundo. Melhor levá-lo para um asilo; lá tem gente disposta a cuidar dele. O homem achou que seria de fato o melhor a ser feito; levantou-se pa...

  Um veterano carpinteiro estava prestes a se aposentar. Ele informou a seu superior sobre o desejo de encerrar seu trabalho na empresa e poder finalmente passar mais tempo com a família. - Será uma pena, sentirei muita falta daqui - suspirou ele - O trabalho em si, os colegas... mas, realmente, agora chegou o tempo de parar. O chefe ficou triste com o comunicado. - Tudo bem - disse ele - Também sentiremos a tua falta; você é um excelente profissional. Mas, antes de você ir embora de vez, quero que trabalhes num último projeto - uma casa com toda a estrutura em madeira e toda mobiliada. O carpinteiro concordou, mas aparentemente ele não estava muito entusiasmado com isso. Ele se pôs a trabalhar, porém não dando o melhor de si e usando material de segunda. Ele realmente não estava muito animado com aquele projeto, por isso o fez sem o profissionalismo de sempre. Ao concluir o trabalho, o chefe veio fazer a inspeção da casa. Em seguida, entregando a chave da casa para o carpinteiro, ...

  Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava decidido a encontrar maneiras de resolvê-los. Passava dias e dias no seu laboratório à procura de respostas. Um dia, o seu filho de cinco anos "invadiu" o seu santuário querendo ajudar o pai. Este tentou fazer com que o menino fosse brincar em vez de ficar ali, interrompendo seu trabalho. Mas, como o menino era insistente, o pai teve de ver uma forma de entretê-lo ali no laboratório. Foi então que reparou num mapa do mundo, estampado no interior de uma revista. Teve a ideia de cortar o mapa em vários pedaços e entregá-los ao filho: – Meu filho, você irá me ajudar a consertar o mundo! Aqui está o mundo, todo partido. Você vai fazer com que ele fique bem outra vez! Quando você terminar me chame, certo? O cientista estava certo de que a criança levaria um bom tempo pra montar o quebra-cabeças por ele improvisado. Mas, para sua surpresa, em menos de uma hora o filho já chamava por ele: – Papai, papai, já fiz tudo!...

  Um homem rico certa vez levou seu filho a uma cidadezinha do interior, com o fim de mostrar-lhe o quanto outras pessoas eram pobres. Passaram um dia e noite inteiros na roça de uma família muito humilde. No caminho da volta, o homem falou: - E aí, meu filho, o que achou da viagem? - Muito boa, meu pai! - Você percebeu como existe gente pobre neste mundo? O que você aprendeu com isso? - Eu vi que, enquanto temos um cachorro em nossa casa, aquelas pessoas do campo tinham quatro; temos uma piscina que chega até o meio do jardim, já eles têm um riacho que parece nem ter fim; temos uma varanda coberta e bem iluminada, enquanto eles têm a luz do luar e das estrelas; nosso quintal vai até o portão, mas eles têm uma floresta inteira! E, diante do estupefato pai, o garoto concluiu: - Obrigado, pai, por me mostrar o quanto somos pobres! Neste mundo, existem coisas que não têm preço, mas que podem ser adquiridas de graça; basta que enxerguemos isso corretamente! Autoria desconhecida - adapt...

  Um dia, a Verdade e a Mentira se encontraram. A Mentira disse: - Bom dia! A Verdade foi conferir se de fato era um bom dia: não havia nuvens negras e os pássaros cantavam. Ela então respondeu "bom dia" para a Mentira. - Está muito quente hoje - disse a Mentira. Que tal tomarmos um banho no rio? E, dizendo isso, tirou a roupa e se jogou na água. A Verdade resolveu se juntar à Mentira e também se despiu e mergulhou. Pouco depois, a Mentira saiu de fininho da água e vestiu as roupas da Verdade, sem que esta percebesse, e deu no pé. Quando a Verdade deu fé, teve vergonha de usar as roupas da Mentira; preferiu ir embora, sem roupa nenhuma. Quando as pessoas se depararam com a Mentira bem vestida, aceitaram-na com prazer; mas repeliam a Verdade, pois esta se apresentou nua e crua. De fato, muitas pessoas preferem a mentira e rejeitam a verdade. O que você prefere? Conto judaico - adaptação de Marcos Aguiar.

  "Eu tinha uns 15 anos. Meu avô cuidava de cavalos em uma fazenda. Uma vez ele me deixou montar um deles e minha felicidade não teve limites. Eu queria fazer o cavalo ir mais rápido mas o animal, ao contrário, diminuía a velocidade, até que começou a andar forçado. De repente, ele empacou, se recusando a seguir em frente. Foi quando percebi, pela luz do farol de um carro que vinha logo atrás, o brilho de um fio de alumínio pendurado numa árvore, bem na minha frente, à altura do meu nariz. Se o cavalo não tivesse parado, com certeza eu teria literalmente perdido a minha cabeça. Quando baixei a cabeça e passamos por baixo do fio, o cavalo começou a cavalgar normalmente. Foi assim que um animal salvou a minha vida." (adaptado do depoimento de um jovem russo). O Universo sempre nos surpreende com milagres!

  Um milionário e seu filho tinham uma grande paixão em comum: as artes. Como eram muito unidos, passavam horas admirando a coleção de obras de arte situada na ampla sala de sua mansão. Tudo ia perfeitamente bem, até que um telegrama, enviado pelo governo ao filho, mudou a história daquela família. O rapaz fora convocado para a guerra e precisou partir em poucos dias. Já no campo de batalha, enquanto resgatava um companheiro ferido, o filho foi morto em batalha. Ao receber a notícia de seu falecimento, o pai sofreu um duro golpe. Um mês mais tarde, alguém bateu à sua porta. Era um jovem carregando uma grande tela de pintura. O pai, ainda em luto, convidou o moço para entrar. Este então falou: - O senhor não me conhece, mas eu sou o soldado que o seu filho salvou antes de morrer. Na verdade, sou um dos muitos que ele salvou naquele dia. Ele estava me levando para um ponto seguro quando foi atingido por uma bala. Durante os dias em que estivemos juntos, ele falava muito do senhor e d...

  Um jovem estudante universitário procurou o professor depois da aula: - Professor, preciso muito de sua ajuda; estou ficando desesperado. Me sinto um inútil. As pessoas vivem me dizendo que sou um completo idiota e que não sirvo para nada. Outros professores dizem que sou lerdo, que não deveria estar na universidade. Estou desanimado com tudo isso! Sem olhar para o rapaz, o mestre respondeu: - Sinto muito, meu jovem. Você me pegou num dia muito ruim. Estou tentando resolver uma bronca aqui; não posso te dar atenção. Volte em outro momento, certo? Cabisbaixo, o estudante já ia deixando a sala, quando o professor o chamou: - Espere. Vamos fazer o seguinte: se você me ajudar a resolver o meu problema mais rápido, podemos sentar e conversar sobre o seu problema. Que acha? - Tudo bem, professor - disse o moço, meio que sem jeito. O professor, então, tirou um anel do dedo e disse ao rapaz: - Vá até o mercado e venda este anel pra mim. Preciso pagar uma dívida muito alta e não tenho din...

  Numa aldeia vietnamita, um orfanato foi atingido por um bombardeio. Os missionários e duas crianças morreram de imediato e as restantes ficaram gravemente feridas - entre elas, uma menina de oito anos, em estado pior que as demais. Após certo tempo, um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA puderam chegar ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido à perda de sangue; era urgente fazer uma transfusão. Reuniram as crianças e, entre gesticulações desajeitadas no idioma, tentaram explicar o que estava acontecendo e que precisavam de um voluntário para doar sangue. Após um silêncio sepulcral, um menino chamado Heng levantou timidamente seu braço magrinho. Sem demora, posicionaram-no ao lado da menina agonizante, e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se manteve quietinho, com o olhar fixo no teto. Passado um tempo, ele deixou escapar um soluço, tapando o rosto com a mão. O médico lhe perguntou se estava doendo, e ele negou. Mas logo desatou a soluçar de ...

  Um grupo de cavaleiros viajava à noite. Cansados, subiram uma montanha pedregosa. Quiseram parar para dormir, mas enquanto pensavam nisso, ouviram uma forte voz vinda do céu: - Desçam de suas montarias e encham suas sacolas com pedras. Depois disso continuem vossa viagem. Ao amanhecer, alguns de vocês estarão alegres e outros estarão tristes . Alguns ficaram atemorizados com aquela voz e resolveram obedecê-la: encheram suas sacolas com pedras até não dar mais. Mas os outros, vencidos pelo cansaço e pela preguiça, não pegaram nenhuma pedra. Assim mesmo, todos seguiram viagem. Ao amanhecer, de fato, o júbilo tomou conta dos que encheram seus sacos com pedras pois constataram que, em vez de pedras, seus sacos estavam repletos de diamantes! Os que se recusaram a recolher pedras ficaram desapontados pois, como não colheram nada, nada receberam. A gente colhe aquilo que a gente planta, sempre na mesma medida. É uma das Leis do Universo. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar...

  Um jovem soldado estava finalmente voltando para casa depois de anos na guerra. Próximo à  sua cidade, ele ligou para os pais: - Mãe! Pai! Estou voltando para casa, mas tenho um favor a lhes pedir. Tenho um amigo que gostaria de trazer comigo. - Claro, filho! Adoraríamos conhecê-lo! - Mas tem algo que vocês precisam saber - continuou o filho - Ele foi terrivelmente ferido no confronto e perdeu um braço e uma perna. Não tem para onde ir e, por isso, quero que ele more conosco. - Sentimos muito em ouvir isso filho, mas certamente poderemos encontrar um lugar para ele morar. - Não. Eu quero que ele venha morar com a gente! - insistiu o rapaz. - Filho, você não sabe o que está pedindo. Uma pessoa nessa condição seria um grande fardo pra nós. Já temos nossos problemas. Acho que você deveria voltar para casa e esquecer esse rapaz. Ele encontrará um jeito de viver a vida dele. Nesse momento a ligação silenciou. Os pais não ouviram mais nenhuma palavra do filho. Alguns dias depois, ...

  Era inverno e um passarinho não conseguia encontrar abrigo; estava tremendo de tanto frio.  Foi quando uma vaca cruzou seu caminho e defecou bem em cima dele. Apesar do fedor, o passarinho se sentiu melhor, pois o excremento deixou-lhe bem aquecido. Mas, em pouco tempo, ficou incomodado por estar dentro daquele dejeto. Então ele avistou uma raposa que ia passando e a chamou. - Por favor! Podes me tirar daqui? - suplicou a ave. - Pois não! Agora mesmo! Mas a raposa, assim que retirou o passarinho, o devorou em poucos segundos. Às vezes, mesmo sem querer, pessoas acabam nos prejudicando, enquanto outras, fingindo empatia, acabam nos prejudicando ainda mais. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.

  Um homem estava cortando lenha à beira da estrada, a poucos quilômetros da cidade. De repente surgiu um viajante, que perguntou: - Pode me dizer quanto tempo levo até chegar à cidade? O lenhador, ao invés de responder, deixou seu serviço e tomou a estrada, em silêncio. Então o andarilho, em voz alta, insistiu: - Quanto tempo levo pra chegar à cidade? O outro seguia calado. O viajante berrou, indignado: - Não vai responder? Como o homem continuasse mudo, o andante achou que ele fosse surdo; e assim apertou o passo no rumo da cidade. Foi então que o lenhador, após parar e observá-lo por uns instantes, gritou-lhe: - Vai levar uma hora! - E por que não me disse isso antes? - Porque primeiro eu precisava constatar a velocidade dos teus passos! - respondeu o lenhador. Cuidado: às vezes você pode estar sendo testado. Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.