O ANEL

 




Um jovem estudante universitário procurou o professor depois da aula:
- Professor, preciso muito de sua ajuda; estou ficando desesperado. Me sinto um inútil. As pessoas vivem me dizendo que sou um completo idiota e que não sirvo para nada. Outros professores dizem que sou lerdo, que não deveria estar na universidade. Estou desanimado com tudo isso!
Sem olhar para o rapaz, o mestre respondeu:
- Sinto muito, meu jovem. Você me pegou num dia muito ruim. Estou tentando resolver uma bronca aqui; não posso te dar atenção. Volte em outro momento, certo?
Cabisbaixo, o estudante já ia deixando a sala, quando o professor o chamou:
- Espere. Vamos fazer o seguinte: se você me ajudar a resolver o meu problema mais rápido, podemos sentar e conversar sobre o seu problema. Que acha?
- Tudo bem, professor - disse o moço, meio que sem jeito.
O professor, então, tirou um anel do dedo e disse ao rapaz:
- Vá até o mercado e venda este anel pra mim. Preciso pagar uma dívida muito alta e não tenho dinheiro. Só não venda o anel por menos de uma moeda de ouro. Vá e volte o mais breve possível.
- Certo, professor, entendi.
Assim que chegou ao mercado, o rapaz começou a oferecer o anel a todos que passavam. Alguns mostraram interesse, mas quando o rapaz informava o preço, viravam as costas e iam embora. 
Um senhor, vendo a angústia do moço, deu-lhe atenção.
- Meu rapaz, não me leve a mal, mas você está pedindo muito por esse anel. Não sei se você sabe, mas uma moeda de ouro vale muito dinheiro.
Outro homem com boa intenção ofereceu uma moeda de prata e um pouco de cobre pelo anel. O estudante, no entanto, seguiu a recomendação do professor e se recusou a vender o objeto por aquele valor. Desorientado, retornou à universidade. 
- Professor, - disse ele ao chegar - sinto muito, mas não consegui vender seu anel. É impossível vendê-lo por esse preço que o senhor pede! Eu posso, talvez, conseguir umas duas moedas de prata, não mais que isso. Não podemos enganar as pessoas sobre o valor real do anel.
Tranquilamente, o professor respondeu:
- Você está certo, meu rapaz. Antes de encontrar alguém para comprar o anel, deveríamos saber qual é seu verdadeiro valor. Não queremos enganar ninguém e nem ser enganados, concorda? Faça o seguinte: vá até o joalheiro; ninguém melhor que ele pra dizer quanto realmente vale o anel. Diga ao ele que estou interessado em vendê-lo e pergunte quanto ele pode ofertar. Mas não venda o anel ao joalheiro por valor algum! Apenas pergunte o valor do anel e volte.
O estudante então foi até o joalheiro e lhe entregou o anel pra que o avaliasse. Após examinar a joia brevemente, o homem disse:
- Diz a teu professor que se ele quer mesmo vender o anel, posso dar por ele oito moedas de ouro.
- Oito moedas de ouro? - e o rapaz esbugalhou os olhos.
- Sim. Mas diga também que, se ele puder esperar um pouco mais, posso oferecer até 10 moedas de ouro. Mas só se ele não estiver com pressa.
O moço voltou correndo ao professor e contou-lhe tudo. O professor também se espantou.
- Oito moedas de ouro!? Uau!
Em seguida, disse, entre risos:
- Aqueles homens no mercado perderam um grande negócio, você não acha?
- Sim!... Bem, professor, e aí? O senhor vai vender o anel por oito ou por dez moedas de ouro?
O rapaz ouviu, com surpresa, esta resposta:
- Não. Eu não vou vender o meu anel - disse o mestre, enquanto recolocava o anel no dedo. Pedi que fizesses isso pra que você entendesse uma coisa: você é como esse anel - uma joia única e de valor singular. Contudo, só as pessoas sábias poderão avaliar teu verdadeiro valor. Ou você acha que qualquer pessoa pode avaliá-lo da forma correta?
Não importa o que falem ou achem sobre você; o que importa é o teu verdadeiro valor!

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.


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