PERSUADIDO PELO AMOR



Dois jovens se preparavam para casar quando o pai da noiva descobriu que o rapaz era viciado em jogo.
Ele quis se opor ao matrimônio, alegando que um homem com vícios jamais seria um bom marido. Mas a filha decidiu se casar assim mesmo, pois o amava muito.
Nos primeiros dias o moço se comportou brilhantemente. Com o tempo, no entanto, sua ânsia pelo jogo voltou a crescer.
Uma noite, incapaz de resistir, saiu de casa para jogar. A jovem esposa se pôs a bordar enquanto o aguardava. E as horas passaram.
Já era madrugada quando ele chegou. Ficou surpreso e irritado ao ver a mulher ainda acordada.
- Que faz acordada a esta hora?
- Ah, querido, eu estava tão entretida com o bordado que nem vi a hora passar!
Na noite seguinte ele saiu novamente para jogar. Quando voltou, encontrou a esposa a esperá-lo mais uma vez.
- Outra vez acordada? - perguntou, zangado.
- Não quis que você se deitasse sem antes fazer um lanche. Venha, espero que goste.
E, sem interrogar o marido, o abraçou carinhosamente.
Na terceira noite ela o esperou com um bolo delicioso. E, antes que o marido dissesse qualquer coisa, ela se prendeu ao pescoço dele e o beijou com paixão.
Isso se repetiu por vários dias e o homem começou a se incomodar com a situação.
Na mesa de jogo, perdia cada vez mais a concentração e se via em pensamentos de remorso pelo modo como tratava a apaixonada esposa.
Sentiu vergonha de si mesmo e repulsa por aquele ambiente que frequentava. Tinha tudo em casa e ele desperdiçando preciosas noites com apostas!
Então, de repente, levantou-se da mesa de bilhar, foi embora sem dizer nada e nunca mais voltou àquele lugar.
E dedicou-se definitivamente à companhia da qual jamais deveria ter se afastado.
O amor venceu o jogo.

Texto de Rubens C. Romanelli - adaptação de Marcos Aguiar.

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