A BALSA DA VIDA



Em 1816, uma fragata francesa encalhou próximo à costa do Marrocos. Não havia botes salva-vidas suficiente para todos, de maneira que 149 pessoas puderam se salvar no que restou do navio - uma única balsa.
Uma borrasca os arrastou ao mar aberto por quase 30 dias, sem rumo.
A dramática experiência dos sobreviventes inspirou o artista francês Theodoro Gericault (1791-1824) a pintar o quadro "A Balsa da Medusa", após entrevistar vários deles e ficar impressionado com o terror da tragédia.
Na pintura pode-se ver sobreviventes deitados e sem reação, como que esperando a chegada da morte; outros, desesperançados, alheios à aflição dos demais, com o olhar perdido no horizonte vazio; e alguns outros que, diferentemente dos demais, mantêm-se otimistas, tirando as próprias camisas e agitando-as, na expectativa de serem vistos por alguma embarcação distante, apesar de não haver nenhuma à vista.
Isso lembra nossa trajetória neste mundo.
Todos viajamos na grande balsa da vida, em meio às intempéries do sofrimento e, assim como os sobreviventes da fragata, temos uma escolha a fazer.
Podemos optar pela inércia, comodismo e conformação, deixando a vida nos levar.
Há os que preferem descrer de qualquer possibilidade de solução, por achar que não há mais escapatória, e resolvem ignorar a tudo e a todos.
Mas podemos fazer o melhor: manter a fé, independentemente das circunstâncias e lutar para alcançar a vitória, mesmo que ela não esteja em nosso campo visual.
Decidir pela superação sobre toda dificuldade é o que demonstrará nossa força e heroísmo, num mundo cada vez mais caótico.

Texto de Divaldo Pereira Franco - adaptação de Marcos Aguiar.

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