"O PAPAI NÃO MORREU!"



A vida nem sempre nos reserva surpresas agradáveis. Foi o que o pequeno Mateus começou a entender no dia em que perdeu o seu pai, enquanto contemplava o corpo dele estendido num caixão. Seus olhos acumulavam espessas lágrimas que teimavam em não cair.
Mateus nunca havia experimentado sentimento igual. Era como se algo dentro dele tivesse se partido em mil pedaços. O enterro foi consumado e a vida deveria seguir seu curso, mas em casa faltava alguém e o menino não fazia ideia de como lidar com essa ausência. Como suportaria tanta amargura e saudade?
No entanto, com o tempo, a volta às aulas, as brincadeiras com a irmã, os piqueniques e as tardes no parque acabaram trazendo algum alento ao coração juvenil de Mateus.
Um dia, a visita de uma amiga da família trouxe de volta lembranças tristes. A viúva comentava a falta que sentia do companheiro. A saudade a assediava de perto e a vida se tornara difícil. 
Mateus, que estava próximo, escutando a conversa, aproximou-se e afirmou:
- Mamãe, a senhora diz que o papai morreu, mas eu asseguro que isso não é verdade.
A mãe, desejando confortá-lo, respondeu com ternura:
- Sim filho, o papai vive, além da cortina que nos separa dele momentaneamente.
- Não, mamãe. O papai vive e viverá para sempre. Ele vive em mim, através de tudo o que me ensinou... eu o sinto em minha intimidade quando faço o que a senhora manda, porque foi ele quem me ensinou a obedecer... quando perdoo meus amigos, quase ouço o papai dizendo: "Filho, quem perdoa não adoece, pois não guarda mágoa"... quando me encho de saudade e penso que não vou suportar, ouço a voz dele falando baixinho: "Filho, eu estou ao seu lado, não duvide"... e é assim, mãezinha, que eu sei que papai não morreu. Sinto que ele continua vivo por meio da herança de amor que legou a todos nós!
Quem deseja plantar apenas por alguns dias, planta flores. Quem pretende plantar para alguns anos ou décadas, planta árvores. Mas quem ambiciona plantar para a eternidade, planta ideais nobres nos corações daqueles a quem ama.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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