NA BASE DO GRITO



Conta-se que nas Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, os nativos descobriram um jeito inusitado de derrubar árvores. Se algum tronco é grosso demais para ser abatido com seus machados, eles o derrubam no grito.
Isso mesmo que você leu: NO GRITO. Lenhadores escalam a árvore toda manhã, bem cedinho, e se põem a gritar. 
Repetem o ritual durante trinta dias. A árvore morre e cai por terra. Segundo os nativos, o método nunca falha e a explicação é que, gritando, eles matam o espírito da árvore.
Os civilizados logo pensam que se eles dispusessem de tecnologia moderna, poderiam simplesmente derrubar a árvore com máquinas potentes e de forma mais rápida. Entretanto, essa técnica primitiva nos leva a pensar em como ainda utilizamos o grito em nossas vidas.
Se os nativos das Ilhas Salomão descobriram que as árvores são sensíveis aos gritos, que dizer dos seres humanos?
Nos relacionamentos, o modo de falar desempenha papel crucial. Com gritos, perturbamos ambientes e pessoas. Com palavras grosseiras, geradas pela irritação e impaciência, podemos destroçar os corações de quem nos ama.
Por isso, meçamos o tom da voz, utilizando a palavra para edificar, com o objetivo de fazer a vida brilhar.

Texto de Robert Fulghum - adaptação de Marcos Aguiar. 

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