SUPERAÇÃO




Num dia de pleno sol, uma mudinha foi plantada. Brotou timidamente mas cheia de vida e feliz, espreguiçando os braços e alongando-os dia a dia.
De início, quase ninguém reparou naquele projeto de árvore que crescia e se cobria de folhas. 
Quando, finalmente, tornou-se uma árvore robusta, seus ramos viraram galhos fortes e ela adquiriu a maioridade vegetal.
Nos dias ensolarados, as pessoas buscavam alívio em sua sombra. As crianças se penduravam em seus braços, balançando-se pra lá e pra cá. E todos foram se acostumando àquela imponente e silenciosa amiga.
Contudo, certa noite, um descontente resolveu dar cabo da árvore, irritado com as folhas do outono e as flores da primavera que caíam sem parar, atapetando o chão. Ele não queria o trabalho de limpar e varrer.
Ao amanhecer, uma triste cena: galhos cortados, amontoados na calçada e um pedaço de tronco erguendo-se nu, constrangido. As crianças lamentaram e os adultos questionaram quem teria cometido tal maldade.
E o tronco lá ficou - liso, sem proteção, aguentando o frio das noites invernosas e o calor impiedoso das tardes. E todos pensaram que a árvore morreria de tristeza por tanta crueldade. Ela dera tudo de si, sem reservas. Recebera em troca uma sentença de morte.
A árvore, no entanto, resolveu revidar, brotando novamente, renascendo. Pequenas folhas foram surgindo no topo do tronco e nas laterais, anunciando o retorno à vida. 
A árvore esqueceu os maus tratos, a tentativa de morte e, num gesto de autêntico amor próprio, se dispôs a recomeçar. 
Devemos aprender com as árvores a lição da superação. Ainda que sejamos mutilados pela calúnia e pela maldade, devemos nos reerguer e dar a volta por cima, retribuindo o mal com o bem e nos importando muito mais com quem nos ama do que com quem nos despreza.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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