PERDAS E GANHOS




Na capital paranaense, vive uma heroína que sabe bem o que são perdas e ganhos.
Bonita, culta, ativa, advogada por profissão, aos 41 anos Maria Lúcia Saldanha sentiu os primeiros sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - uma síndrome neurodegenerativa, progressiva e incurável.
Começou com fraqueza e paralisia dos membros superiores e inferiores. Depois, incapacidade de falar, de deglutir e de respirar.
Onze anos depois do diagnóstico, Maria Lúcia vive plenamente. Comanda a casa, a família e a vida somente com o olhar, graças a um programa especial de computador.
Presa a uma cadeira de rodas, alimentada por sonda gástrica e ligada a um ventilador mecânico para poder respirar, Maria Lúcia segue com sua vida.
Ao tomar consciência de sua condição, poderia ter simplesmente se entregado ao desenrolar drástico da enfermidade, mas ela optou por lutar. Queria ver o filho se formar na Marinha, mesmo sem poder abraçá-lo senão com o coração.
Assim, Maria Lúcia continua lecionando experiências de vida.
Ela sai de casa, passeia com sua cadeira de rodas, usa táxi, ônibus, vai ao shopping. Realizou o sonho de assistir à formatura do filho, no Rio de Janeiro. 
Escreveu sobre suas experiências com a ELA, incentivando a outros que não se permitam abater.
"Viver é uma experiência que não deve ser desconsiderada", diz ela.
Apesar de sua irreversível situação, Maria Lúcia confessa: "Perdi muito mais que os movimentos do corpo; perdi também o desespero, a impaciência, o desânimo, o egoísmo, a inveja, o orgulho, a ganância. Por fim, perdi a raiva. Então concluo que foram muitas perdas, mas em contrapartida muitos ganhos também."
Que exemplo de superação!

Autoria anônima - adaptação de Marcos Aguiar. 

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