UM MAL QUE PRECISA DESAPARECER




Em 1960, uma garota negra chamada Ruby Bridges reagiu pacificamente aos manifestantes que tentaram impedi-la de frequentar uma escola pública em Nova Orleans. Ameaçavam a menina com punhos cerrados e palavras de humilhação.
Naquele ano, a Suprema Corte Americana ordenara que as escolas públicas passassem a admitir alunos negros. Ruby tinha 6 anos de idade quando foi matriculada na Escola Elementar Frantz. A polícia local se recusou a protegê-la, de maneira que delegados federais foram designados para acompanhá-la, ajudando-a a passar por uma multidão de manifestantes revoltados, que gritavam com ela, ameaçando-a até de morte. Durante todo o ano letivo, Ruby foi a única criança a frequentar aquela escola, pois os pais brancos tiraram seus filhos de lá; todos os professores se recusaram a ensinar enquanto ela estivesse matriculada. Apenas a professora Barbara Henry concordou em ensinar Ruby e por mais de um ano a ensinou sozinha, como se estivesse dando aula para uma turma inteira.
Naquele ano, um psiquiatra e professor da escola de medicina de Harvard estava fazendo uma pesquisa sobre estresse e decidiu analisar o caso de Ruby. Ele viajou até Nova Orleans para entrevistar a garota e seus familiares. Para sua surpresa, ele não encontrou nenhum sinal de estresse nos membros daquela família. Descobriu que aquela garotinha de seis anos parecia falar com a multidão todas as manhãs quando ia à escola e todas as tardes, quando voltava para casa. O Doutor perguntou a Ruby o que ela dizia; ela declarou que orava por todos. O psiquiatra descobriu que Ruby e seus familiares oravam juntos todas as noites em favor de todos aqueles que lhes desejavam o mal.
Mas a história de Ruby não terminou com a liberação das escolas para alunos negros no sul dos Estados Unidos ou com o impacto que a menina causou. Ela, com seu exemplo, demonstrou o tipo de atitude de que necessitamos no século XXI - responder com amor ao ódio e ao preconceito.
Ruby, hoje, é presidente da "Fundação Ruby Bridges", que fundou em 1999 para "promover os valores da tolerância, respeito e valorização de todas as diferenças."
É inadmissível que pessoas ainda se apeguem a ideias retrógradas e não queiram compreender que somos todos iguais em valor e em dignidade, não importa que cor de pele tenhamos!

Texto de Leith Anderson - adaptação de Marcos Aguiar. 

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