MENOS ÓDIO, MAIS RESPEITO




Uma policial, apesar de sua experiência no atendimento a vítimas de acidentes e de agressões, ficou chocada com o caso a seguir:
Uma senhora fora encontrada com múltiplas lesões. No hospital, o diagnóstico revelou uma concussão cerebral e algumas fraturas.
Como a vítima obviamente não podia dar detalhes do que acontecera, a policial buscou acesso à sua ficha hospitalar. Descobriu que, desde que viera morar na cidade, há quatro anos, fora atendida, emergencialmente, mais de uma vez. Na primeira, um punho quebrado. Na segunda, costelas fraturadas. A policial identificou, com perspicácia, que tais lesões foram fruto de violência doméstica.
O que a estarreceu foi descobrir que o agressor era o enteado, um jovem de dezessete anos, que residia com o casal.
No interrogatório, ela detectou tamanho ódio do rapaz pela madrasta que a levou a questionar as razões desse sentimento tão intenso.
O pai do garoto desconhecia a origem das agressões anteriores porque, habilmente, a esposa jamais lhe contara, no intuito de evitar conflitos entre pai e filho. Alegava ter sofrido uma queda ou outro acidente doméstico qualquer. 
Foi com a ex-esposa, mãe do rapaz, que a policial descobriu a causa daquele ódio extremado. Ela criara e alimentara o ódio no filho contra a madrasta. 
- Aquela mulher - contou a ex-esposa - foi a usurpadora da minha vida, destruidora da minha felicidade. 
O comentário da policial foi marcante: 
- Eu também sou divorciada. Mas a minha decisão, desde o princípio, foi jamais insuflar qualquer sentimento que pudesse ferir o bom relacionamento entre meus dois filhos e o pai deles. Nada deve alterar isso. Nossa relação sofreu dificuldades e nos separamos, mas o sentimento de respeito a ele, como pai, fica acima de qualquer outro. Desejo que meus filhos o amem e continuem a se dar bem com ele. Nenhum sentimento ruim deve interferir nisso.
Ódio somente faz mal a quem o sente, o estimula e absorve. O ódio motiva tragédias, desmantela famílias e traz infelicidade a todos em redor.
Se não se pode amar, que ao menos se respeite. Só assim poderemos conviver em paz uns com os outros. 

Texto de Divaldo Pereira Franco - adaptação de Marcos Aguiar. 

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