UMA LIÇÃO DA DONA CLOTILDE





A dona Clotilde do 71, injustamente chamada de "bruxa", nos ensina, há décadas, a como não persistir em algo que a gente já sabe que não vai acontecer.
Foram tantos bolos, galetos, águas de colônia, demonstrações de cuidado e de preocupação pelo Seu Madruga - nada adiantou. O fato é que a dona Clotilde nunca deixou de ser coadjuvante na sua própria história de amor.
Ela é o retrato de nossas ligações não atendidas, convites ignorados, mensagens visualizadas e não respondidas. É a personificação daquelas afeições que a gente concebe a sós na solidão do quarto, deixando o sono sufocado.
Quantas oportunidades não deixamos de aproveitar enquanto insistimos com tal atitude!
Talvez dona Clotilde pudesse ter casado com o Sr. Barriga, "fisgado" o professor Girafales, ou simplesmente aprendido a viver sozinha, mas feliz; entretanto ela persistiu em tentar com alguém que sempre fugia dela.
Persistência não implica necessariamente em êxito; nem sempre amar significa que vai dar certo de qualquer jeito. Porque não depende apenas de você.
Reconsidere e desista daquilo ou de quem não faz questão de estar na sua vida. Abra a porta da gaiola para o que está querendo voar sozinho por aí. Você não precisa de quem te diz “não”.
O amor não se dedica a vigiar a porta, mas dá a liberdade de ir. É a serenidade de saber que o outro quer entrar e ficar, sem pressão.
Dona Clotilde acabou nunca se casando com o Seu Madruga, a não ser em seus sonhos. Mas a gente precisa muito mais do que um sonho. 
Às vezes, o "Madruga" da gente nem é uma pessoa: pode ser uma situação, uma rotina, um hábito no qual insistimos mesmo sabendo que não tem futuro.
Então liberte-se de todos os "Madrugas" de tua vida!

Texto de Mônica Costa - adaptação de Marcos Aguiar. 

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