SEMPRE É TEMPO





No primeiro dia de aula em uma universidade, o professor pediu que cada um cumprimentasse alguém a quem ainda não conhecia.
Um aluno estava olhando em volta, quando sentiu um toque suave no ombro. Voltando-se, viu uma velhinha muito simpática.
- Olá, rapaz! - disse ela - Meu nome é Rose. Tenho oitenta e sete anos. Posso lhe dar um abraço?
- Ah, claro que sim - respondeu o moço - Mas, me diga: por que a senhora está na universidade a esta altura de sua vida? O que a motiva a enfrentar este desafio?
- Ah, meu jovem! Sempre sonhei em ter uma educação universitária e agora vou ter.
Depois da aula, ambos caminharam juntos por algum tempo e se tornaram bons amigos.
Todos os dias, durante os três meses seguintes, saíam juntos da classe e conversavam por longas horas.
O moço estava fascinado em interagir com aquela "máquina do tempo ambulante". Ela compartilhava com ele sua sabedoria e experiência.
Além disso, Rose se fez muito popular na universidade, conquistando a simpatia de todos.
Ao término do último semestre, ela foi convidada a falar na festa de confraternização. Subiu ao palco e começou o discurso que havia preparado de antemão. Leu as primeiras frases mas acabou derrubando os papéis onde fizera seus apontamentos.
Um pouco frustrada, se inclinou sobre o microfone e disse simplesmente:
- Me perdoem o nervosismo. Não tenho como colocar meu discurso em ordem; os papéis estão embaralhados. Assim, permitam-me simplesmente dizer-lhes o que sei.
E prosseguiu:
- Não deixamos de brincar por estarmos velhos; ficamos velhos quando deixamos de brincar. Temos que rir e encontrar o bom humor todos os dias. Temos que ter um ideal para a vida. Quando perdemos de vista esse ideal, começamos a morrer. Há tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem se dão conta! Há uma grande diferença entre estar velho e amadurecer. Se eu tenho oitenta e sete anos e fico um ano sem fazer nada de útil, completarei oitenta e oito em vão. Não me arrependo de nada. Nós, de mais idade, geralmente não nos arrependemos do que fizemos, mas do que deixamos de fazer, pois nós, mais que todos, temos consciência da brevidade do tempo e da vida.
Tais palavras singelas renderam um tsunami de aplausos.
Uma semana após a formatura, Rose morreu tranquilamente enquanto dormia. Mais de dois mil universitários compareceram ao funeral para homenagear a maravilhosa senhora que lhes ensinou, com seu exemplo, que nunca é demasiado tarde para buscar a realização de seus sonhos e objetivos.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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