CHIFRINHO





Muito tempo atrás, num pequeno povoado, nasceu um cachorro com um chifre bem no meio da testa. Logo a notícia se espalhou e todos foram conferir a novidade.
As pessoas comentavam que nunca haviam visto coisa parecida. Alguns acreditavam que aquilo era um mau presságio; outros afirmavam ser um bom sinal. Mas como ninguém tinha certeza de nada, resolveram esperar o bichinho crescer para ver o que aconteceria.
Colocaram nele o nome de Chifrinho e ele foi crescendo cheio de saúde. As crianças gostavam muito dele e brincavam com ele todos os dias. Logo elas descobriram formas divertidas de brincar com o Chifrinho: penduravam enfeites no chifre dele e até pintavam-no com cores vibrantes.
Mas também havia quem não gostasse do animal; enxotavam-no e proibiam seus filhos de chegarem perto dele.
Certa manhã, algo terrível aconteceu: um bandido capturou um garoto e o levou embora do vilarejo. Todos saíram à procura do menino e os pais dele, desesperados, não sabiam mais o que fazer.
Ao ver o alvoroço, Chifrinho pôs o faro pra funcionar. Após seguir alguns quilômetros numa única trilha, chegou até onde o menino estava aprisionado e atacou o sequestrador com seu formidável chifre afiado. O bandido, bastante machucado, acabou fugindo e Chifrinho guiou o garoto até o vilarejo, onde chegaram sãos e salvos.
Nunca se deve julgar e condenar levando em consideração apenas a aparência. 

Conto africano - adaptação de Marcos Aguiar. 

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