UM MAL CHAMADO PRECONCEITO


Um sapo jovem estava passeando pela floresta quando se deparou com um bichinho comprido e de pele brilhante estirado na grama.
- Oi! O que você está fazendo?
- Estou tomando sol! Eu sou uma cobrinha e você, que bicho é?
- Sou um sapinho!
- Quer brincar comigo?
- Quero sim! Vamos!
E brincaram o dia todo.
Ao entardecer estavam bem cansados, mas contentes com a nova amizade e prometeram se encontrar no dia seguinte para mais brincadeiras. 
Ao chegar em casa, o sapinho mostrou para a mãe como tinha aprendido a rastejar.
- Quem te ensinou isso? - perguntou ela, sobressaltada.
- Minha nova amiga, a cobrinha!
- Quê? Nunca mais brinque com cobras! Não sabe que a família dela não presta? Você está proibido de se aproximar dessa gente!
Quando a cobrinha chegou em casa aos pulos, a mãe dela ficou intrigada.
- Que é isso, menina?
- Ah, mãe! Aprendi a pular com meu novo amigo, o sapinho!
- Como é que é? Você, se misturando com sapos? Não sabe que nossa família nunca se deu bem com eles? Quero que nunca mais se encontre com esse sapo!
No dia seguinte, saíram às escondidas e se encontraram no local combinado, mas não tiveram coragem de encarar um ao outro, pensando no que tinham ouvido em casa. Jamais esqueceriam o dia feliz em que se conheceram, mas como estavam envenenados pelo preconceito, não mais se falaram.
Por causa do preconceito é que existem guerras, inimizades e dissensões.

Conto africano - adaptação de Marcos Aguiar. 

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