UM AMIGO DE VERDADE





Certa vez, Gengis Khan (1162-1227) saiu para caçar com seus soldados. Todos carregavam arcos e flechas, mas o grande guerreiro levava no braço seu falcão, a quem considerava mais eficaz que qualquer atirador, pois conseguia avistar sua presa do alto e capturá-la, mesmo em movimento.
Naquele dia, porém, não conseguiram caçar nada, o que deixou Khan muito irritado. Ele então resolveu deixar seus homens para trás e seguir sozinho com seu falcão.
Por esse tempo a Mongólia passava por uma seca terrível e era difícil encontrar água doce. Alquebrado pela sede, o guerreiro avistou, de repente, um fio de água descendo por uma rocha.
Imediatamente foi até lá para refrescar a garganta; mas, toda vez que levava a água à boca, o falcão batia em sua mão, fazendo-o derramar o precioso líquido.
Gengis Khan começou a ficar irritado com o falcão, chegando ao ponto de querer cortar-lhe a cabeça com sua espada. Nisso, a água parou de correr.
Curioso, Khan escalou o rochedo a fim de averiguar. Foi quando se deparou com uma pequena poça d’água e uma cobra morta boiando nela. Era da espécie mais venenosa da região e ele provavelmente teria morrido se bebesse daquela água. O falcão "sabia" disso.
Os verdadeiros amigos sempre procuram se proteger mutuamente. 

Conto mongol - adaptação de Marcos Aguiar. 

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