ATLETA HONESTO





Em dezembro de 2012, em Navarra, Espanha, o queniano, Abel Mutai, medalha de ouro nos três mil metros com obstáculos e campeão olímpico em Londres, estava prestes a ganhar mais uma corrida.
Entretanto, a poucos metros da linha de chegada, ele se equivocou com os sinais; supondo que tinha terminado a competição, começou a cumprimentar o público, desacelerando o passo.
O segundo colocado, Ivan Fernandez, percebendo o equívoco do colega, se pôs a gritar para o queniano continuar a correr. Mas Mutai não compreendeu, pois não sabia espanhol. 
Ivan permaneceu às suas costas e, gesticulando para que Mutai se desse conta da situação, quase empurrando-o, levou-o até o final, deixando que ele vencesse a prova - o que de fato iria mesmo acontecer se ele não tivesse se enganado sobre o percurso.
Posteriormente, em entrevista, um repórter perguntou a Ivan:
- Por que você deixou o queniano ganhar?
- Eu não o deixei ganhar; ele ia ganhar. A corrida era dele.
- Mas você poderia ter vencido! - insistiu o interlocutor. 
- Sim, poderia. Mas qual seria o mérito da minha vitória? Qual seria a honra dessa medalha? O que é que minha mãe pensaria disso?
E acrescentou:
- Ainda que tivessem me dito que ganharia uma vaga na seleção espanhola para disputar o campeonato europeu, eu não teria me aproveitado. Preferiria fazer o que fiz.
E concluiu:
- Eu não merecia vencer. Eu fiz o que tinha que ser feito. Mutai era o real vencedor da prova, liderava com folga e eu não tinha condições de ultrapassá-lo. Ele cometeu um engano e, assim que o notei, sabia que não poderia tirar proveito disso e trapacear.
Um gesto de honestidade é sempre muito bem-vindo e beneficia a todos!

Autoria anônima - adaptação de Marcos Aguiar. 

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