A BELEZA DA IMPERFEIÇÃO

Certo mosteiro budista dificilmente admitia novos membros. A grande maioria dos rapazes que tentava ingressar no monastério era simplesmente rejeitada.

Um dia, um mancebo disse a si mesmo que seria aceito naquela comunidade. Chegando lá, foi recebido pelo monge responsável, que lhe informou:

- Para ser aceito, terá que passar por um teste.

- Eu aceito - respondeu o moço.

O monge lhe entregou uma vassoura, dizendo:

- Você deve arrumar o jardim do templo e deixá-lo impecável.

Com todo cuidado, o rapaz podou as plantas, regou cada uma delas, depois varreu todo o jardim, não deixando nenhuma folha caída.

Em seguida, foi a uma árvore florida que ficava no centro do jardim e balançou seus galhos, fazendo com que o chão ficasse forrado de flores.

- Terminei! - disse, chamando o monge. 

Este, encantado, falou:

- Vejo que está preparado para ser um de nós! Você sabe enxergar a beleza da imperfeição. Nada no mundo é completamente perfeito; só podemos ser felizes quando conseguimos distinguir a beleza em tudo, até mesmo nas situações imperfeitas.

E foi assim que o jovem se tornou o novo membro da irmandade.

Conto japonês - adaptação de Marcos Aguiar.