O MALIGNO





Um cego e seu guia passeavam pela cidade e resolveram entrar em um restaurante. Estavam com muita vontade de comer feijoada.
Quando o garçom trouxe o prato, o guia percebeu que havia bastante carne. Maliciosamente, separou para si toda a carne, deixando apenas feijão para o companheiro. 
Quando o cego começou a comer, comentou:
- Puxa, parece que fizeram esse feijão com carne, não foi?
O garçom, que do balcão observava a cena, repreendeu o guia:
- Ei, rapaz, não seja mesquinho! Reparte um pouco da carne com o cego!
O outro, cheio de má vontade, repartiu.
Terminaram de comer, pagaram a conta e retomaram seu caminho.
Afastaram-se da cidade e pegaram uma trilha na mata. Passaram por um trecho onde o galho pesado de uma árvore pendia para o lado da trilha, de maneira que era preciso se abaixar para passar. O guia, naturalmente, se abaixou; mas o cego meteu a testa no galho e caiu.
- Ei! - gritou, irritado - Por que não me avisou sobre o galho?
- Ora, você não notou que o feijão levava carne? Poderia também ter percebido o galho à sua frente!
A estória pode ser engraçada, mas a moral é séria: os maus, por mais que sejam chamados à atenção, nunca se emendam e nem se arrependem de suas maldades.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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