HÁBEIS MÃOS





Certa manhã, um jovem professor chegou à escola um tanto cabisbaixo. Problemas acumulados sobrecarregavam sua sensível personalidade. Estava difícil suportar. 
Foi então que, durante uma reunião, ele não pôde estancar as lágrimas que, abundantes, escorreram.
Uma colega, que o observava, aproximou-se e, em silêncio, estendeu as mãos e segurou delicadamente as dele. Uma atitude singela, mas muito significativa para o moço. Ele sabia que a amiga tinha um cotidiano corrido, sempre atarefada e com muitas preocupações. Ainda assim, demonstrou sensibilidade suficiente em um gesto tão terno para com ele.
O incidente inspirou o jovem mestre a escrever o seguinte:
"As mãos são capazes de muitas coisas: oferecer apoio no momento certo, estender-se para consolar, segurar firme para amparar.
Elas saúdam e sinalizam. Envolvem e dão carinho. Estabelecem limites. Escrevem. Abençoam. Desenham no ar o adeus. Agasalham e curam feridas.
A mão, para o mudo, é o verbo. Para o idoso, a segurança. Para o irascível, a mão erguida é ameaçadora. Para o pedinte, a mão estendida expressa súplica.
Para quem ama, a mão que acolhe silenciosamente a do ente querido, transmite felicidade. Àqueles que choram, a mão alheia oferece conforto.
Mãos agoniadas agarram. Mãos suaves tocam. Mãos fortes salvam. Há mãos que preferem machucar; outras escolhem realizar o bem, edificar e trabalhar.
Tuas mãos devem ser apropriadamente utilizadas para a construção de um mundo melhor. Que elas elevem e dignifiquem tuas ações e acenem com a esperança de excelentes dias vindouros."

Texto de Cristian Macedo - adaptação de Marcos Aguiar.

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