CADA UM É ÚNICO





Em julho de 1996, a ciência surpreendeu o mundo com o nascimento da ovelha Dolly, o primeiro animal clonado. Desde então começaram especulações em torno da clonagem de seres humanos. Contudo, o "criador" de Dolly, Ian Wilmut (1944-2023), tinha um pensamento diferenciado sobre o assunto.
Em seu escritório no Roslin Institute, próximo a Edimburgo, ele suspirou ao ouvir tocar o telefone mais uma vez, após um dia estafante de intermináveis ligações da imprensa. 
Desta vez era uma mulher norte-americana, aparentemente muito angustiada. 
- Por favor, professor, estou desesperada e preciso de sua ajuda. Minha filhinha de dois anos acabou de morrer, após lutar bravamente contra a leucemia. Por favor, pegue parte das células dela e faça uma clonagem. Devolva minha filha. Faria tudo para tê-la em meus braços de novo!
Wilmut tornou a suspirar. Nada na sua formação acadêmica o havia preparado para uma situação como aquela. Ele era cientista, não médico.
Com delicadeza, respondeu:
- Sinto muitíssimo que tenha perdido sua filha, senhora, mas não podemos trazê-la de volta com essa nova tecnologia. Uma criança clonada a partir das células de sua filha nunca a substituiria. Seria um indivíduo completamente novo, nascido em outra época e com pais enlutados. Apegue-se às suas preciosas lembranças e não se esqueça de que cada ser humano é único. Não podemos mudar isso.
O famoso embriologista tinha razão!

Da revista "Seleções Reader’s Digest" - adaptação de Marcos Aguiar. 

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