A PARTE BOA DE CADA UM





Havia um garoto que não tinha amigos na escola, porque costumava reclamar de todos. Sua professora, preocupada com a situação, chamou-o para conversar, ao término da aula. Ele já foi logo se queixando:
- Não suporto o Francisco. É exibido e orgulhoso, só porque o pai dele tem mais dinheiro que os nossos.
- Mas ele é alegre e participativo - argumentou a mestra.
- E a Cininha? Parece que tem o rei na barriga!
- Mas você nunca reparou que ela ajuda as colegas mais atrasadas a fazer suas lições?
- Sim, mas ela é chata! E tem o Sebastião que vive se exibindo, só porque é o valentão da classe!
- Lembre-se que ele salvou duas colegas que estavam sendo assaltadas, arriscando a própria vida... 
- Mesmo assim não gosto dele! - retrucou o menino.
A professora balançou a cabeça. 
- Nossa classe tem quarenta alunos e a escola quase mil; será que não há ninguém de quem você goste?
- Não dá, professora. Eu não suporto esse povo...
- Mas ninguém tem nada de bom?
- Tem sim, professora, mas tem muito de ruim também.
- Bom... venha comigo.
A professora pegou um pouco de açúcar na cozinha e foi até o pátio com o aluno. Lá, ela colheu um punhado de areia. 
Seguiram até os fundos do pátio. A professora misturou a areia com o açúcar e os colocou junto a um formigueiro que havia ali. 
Depois de uns minutos, uma formiga descobriu o açúcar e avisou as demais. Logo se formou uma extensa fila delas.
A professora entregou ao garoto uma lupa e ele observou, surpreso, que as formigas carregavam apenas os grãos de açúcar, deixando a areia.
- Todos somos como esse montinho de areia com açúcar - comentou a professora - Devemos ser criteriosos como as formigas, selecionando o que há de bom nas outras pessoas. 

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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