A EGOÍSTA





A primavera trouxe novas e lindas cores a um bosque onde existiam muitas árvores; mas uma delas, apesar de ser a mais alta e florida, tinha um defeito muito grande: não queria ninguém por perto. 
Quando um simples passarinho desejava pousar em seus galhos, agitava-se toda, enxotando o visitante. 
- Saia daqui! - berrava.
Achava-se bonita demais para ser invadida por insignificantes criaturas.
Os pássaros por ela rejeitados buscavam, então, abrigo nas árvores vizinhas, alegrando-as com maravilhosas canções e enfeitando-lhes os galhos com seus ninhos. Com o tempo, essas árvores foram ficando mais frondosas que aquela arrogante.
Ao escutar o canto dos pássaros e os gritos de alegria de suas vizinhas, a árvore solitária começou a refletir sobre sua atitude e se pôs a chorar ruidosamente. Daí todos pararam para vê-la.
Comovidos, os pássaros aproximaram-se e perguntaram se podiam ajudar. Ela, ainda chorando, pediu perdão a todos e disse que podiam visitá-la sempre que quisessem; e foi o que aconteceu. 
E assim, a mais alta das árvores daquele bosque passou a ser ainda mais bela, já que aprendeu a dividir seus galhos com os pássaros.
A gente só tem o que sabe dividir!

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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