MUNDO MARAVILHOSO





A canção "What a Wonderful World" foi gravada pela primeira vez por Louis Armstrong (1901-1971), em 1967. Dizem que teria sido escrita especialmente para ele. Verdade ou não, o fato é que a versão de Armstrong entrou definitivamente para a eternidade. 
A intenção era que a música servisse como antídoto ao carregado clima racial e político na América, ao mesmo tempo que descreve o deleite pelas coisas simples do cotidiano.
"What a Wonderful World" ("Que Mundo Maravilhoso") discorre sobre as árvores verdes, as rosas vermelhas que florescem para todos, o céu azul, as alvas nuvens de um abençoado dia de sol e a solene noite escura. Faz referência ao arco-íris multicor, aos rostos dos transeuntes e dos amigos que se cumprimentam. Em resumo, um convite à apreciação da vida.
Certa vez, quando questionado sobre como podia achar o mundo maravilhoso com tanta poluição, guerras e fome, Armstrong respondeu:
- Não é o mundo que é tão mau, mas o que estamos fazendo com ele. Tudo o que estou dizendo é que o mundo seria maravilhoso se apenas nos déssemos uma chance. Amor - esse é o segredo. Se muitos de nós nos amássemos, resolveríamos múltiplos problemas. Então, este mundo seria extremamente agradável e bem sucedido; um mundo maravilhoso.
O trompete de Armstrong e sua voz inconfundivelmente grave em que emitia sílabas como se imitasse um instrumento, tornaram-se sua marca registrada.
Louis era um homem otimista e agradecido. Tendo vivido uma infância complicada pelo abandono do pai e a pobreza extrema, encontrou, numa família judaica, solidariedade e amparo. Nas palavras dele:
"Eu era apenas uma criança. Eles sempre foram gentis comigo. Fiz diversos trabalhos para eles. Além da compensação monetária, recebia uma refeição quente todas as noites e convites regulares para os jantares do shabbat."
Eles lhe adiantaram cinco dólares para que adquirisse seu primeiro trompete. Até o final de sua vida os considerou como sua família, chegando a usar uma estrela de David.
Armstrong foi alguém que soube aproveitar todas as chances que lhe foram oferecidas. Desenvolveu de forma excepcional seu toque do trompete, na banda da instituição onde permaneceu recluso por dezoito meses. Foi ali que aprendeu a disciplina e a educação musical.
Ao falecer, aos sessenta e nove anos, Louis Armstrong deixou uma mensagem de quem soube se dedicar ao que amava - a música - dando sua contribuição para um mundo melhor. Como ele falou:
"Eu tive o meu trompete, uma vida linda, uma família, o jazz. Agora estou completo. Um homem agradecido."

Autoria anônima - adaptação de Marcos Aguiar.

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