UM AMPLO AMOR




Passando uma temporada em Aracaju, Sergipe, uma administradora de empresas resolveu visitar um abrigo de crianças.
No momento em que foi segurar um quase imóvel bebê de dois meses, ouviu de uma das cuidadoras:  
- Ah! Essa menina não sente nada. Ela teve paralisia cerebral. É quase como uma boneca.
Alheia ao comentário, Carla acalentou a bebezinha e cantou um pouco para ela. Ao recolocá-la no berço, a pequena chorou. Era a primeira vez que isso acontecia. 
Todo mundo do abrigo começou a falar: 
- É sua filha!
Naquele instante começava a jornada de Carla para conseguir o direito de adotar a criança que, com seu choro, a havia escolhido como mãe.
"Tive todas as dificuldades possíveis para adotá-la e me questionavam se eu iria parar minha vida pra cuidar do bebê", desabafa Carla que, após muita burocracia, conseguiu adotar Marcela, que também é autista.
Como em coração de mãe sempre cabe mais um, Carla adotou posteriormente Luana, de três anos, que possui Síndrome de Down. Pouco depois, chegou um novo bebê, Rafaela, que tem hidrocefalia e mielomeningocele. Como se ainda não fosse o bastante, Carla adotou também Nadine, uma jovem que não possui deficiência, mas que ficaria sem lar se não fosse adotada após completar dezoito anos.
A rotina da família é bastante movimentada. Depois de ter sua história divulgada (por volta de 2010), Carla passou a ser procurada por casais que enfrentavam dificuldades semelhantes às suas e, assim, ela resolveu abraçar tais causas: fundou a ONG "Adoção Tardia Especial" e já acompanhou a adoção de cinquenta crianças com deficiência e HIV positivo.
Todo nascido tem direito ao amor de uma família, seja ou não biológica. Independentemente de uma nova vida ser ou não saudável, descartá-la é a maior das crueldades.

Autoria anônima - adaptação de Marcos Aguiar.

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