JULGAMENTO SEM FUNDAMENTO





Certo dia, um camponês perdeu o seu machado. Ele chamou a mulher e os filhos para ajudá-lo a procurar a ferramenta em todos os cantos da casa e arredores, mas não a encontraram.
Então, no dia seguinte, ao ver seu vizinho passando em frente à sua casa, cismou que ele havia roubado o machado. Começou a achar que o vizinho caminhava como um ladrão, falava como um ladrão e se parecia com um ladrão. Ressentido, alimentou tais pensamentos por dias.
Depois, não suportando mais, resolveu cobrar explicações do vizinho. Mas quando ia saindo de casa, deparou-se com seu irmão que vinha chegando e, com ele, o machado. 
Só então ele se lembrou de que havia emprestado o objeto ao irmão, fazia um bom tempo. Riu-se de si mesmo. 
Coincidentemente, o mesmo vizinho ia passando por ali naquele instante; mas, aos olhos do camponês, ele já não caminhava como ladrão, não falava como ladrão e nem parecia um ladrão.
Quando nos deixamos dominar pela raiva, tendemos a ficar cegos para a realidade. É preciso equilíbrio. 

Conto budista - adaptação de Marcos Aguiar. 

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