O MAIS APTO SUCESSOR




Um poderoso rei, chegando ao ocaso de sua vida, começou a cogitar a qual dos quatro filhos deveria passar a coroa. Para tanto, chamou a cada um, em particular, buscando saber qual deles teria o melhor a oferecer ao reino.
O primeiro filho resumiu sua capacidade de suceder ao pai com moedas - muitas moedas. Possuía um imenso tesouro e estava disposto a colocar seus recursos a benefício do reino, o que tornaria seu governo o mais rico entre todos, com o estabelecimento de um comércio mais intenso.
O segundo, num discurso erudito, afirmou ser o mais inteligente entre os herdeiros do trono e colocaria sua inteligência a serviço do reino, promovendo as artes, a cultura e a ciência, tornando lendário o seu governo.
O terceiro filho foi mais incisivo:
- Posso não ter tantas riquezas ou sabedoria quanto meus irmãos; tenho, contudo, um predicado muito importante: força e poder. Em diversas batalhas, tenho vencido exércitos e sobrepujado oponentes corpo a corpo. Sob meu governo, este reino será temido e respeitado por sua supremacia.
O grande rei, finalmente, inquiriu do último filho:
- O que você tem a oferecer ao reino?
- Meu pai: não tenho tesouros, não possuo inteligência extraordinária, nem sou dotado de força descomunal. Meus irmãos cultivaram tais virtudes por anos, enquanto eu simplesmente convivi com o povo. Providenciei assistência aos enfermos, confortei os desalentados e alimentei e vesti os mais miseráveis. Trabalhei em suas oficinas e lavouras, sentei em suas mesas e conversei com eles. Conheço suas dores, medos e anseios. Ouvi suas queixas, lamúrias e solicitações e lhes dirigi palavras de ânimo e esperança. Portanto, a única coisa que tenho a oferecer é o meu amor por seus súditos. Nomeado ou não sucessor, continuarei a fazer o que tenho feito até agora.
Pouco tempo depois o rei morreu e o povo ouviu, com grande júbilo, a anunciação do novo soberano: o quarto filho.
O maior patrimônio de uma nação é o próprio povo; a grande marca de um governo justo é a promoção do bem-estar das pessoas. 

Texto de Donald E. Wildmon - adaptação de Marcos Aguiar. 

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