DESCONHECIDO BENFEITOR




Um homem muito rico costumava ajudar pessoas, mas sempre no anonimato. Certa vez, estando numa pequena cidade a negócios, entrou em uma lanchonete para uma rápida refeição. 
Através da vidraça, viu uns meninos brincando na rua e um deles prendeu sua atenção. Mancava o tempo todo, pois tinha um dos pés deformado. Ele então o chamou.
- Garoto: esse seu pé o incomoda?
- Não consigo correr como os meus amigos - respondeu o guri - além disso, preciso cortar um pedaço do calçado pra poder pisar melhor. 
- Você gostaria de ter seu pé curado? 
- Oh, sim, claro! - respondeu o garoto, quase comovido e com os olhos brilhando.
- Pois vou providenciar que seu pé fique normal! - prometeu o estranho.
E, chamando o motorista, pediu que encontrasse o endereço do menino, o que não foi difícil, já que todos da redondeza conheciam o pequeno Jimmy, de oito anos.
- Fale com os pais dele, pedindo-lhes autorização para a cirurgia do garoto - instruiu o homem.
O motorista parou em frente a um casebre muito pobre, com alguns vestidos remendados e camisas velhas no varal. Deu trabalho pra convencer os pais do menino de que aquilo não era nenhuma armação. 
- Afinal, ninguém dá nada de graça - comentou a mãe. 
- Mas o meu patrão costuma fazer isso sempre - explicou o motorista. 
Jimmy foi encaminhado a uma clínica especializada e submetido a cinco cirurgias. Tornou-se o xodó da enfermagem. O fiel motorista acompanhou o processo inteiro, providenciando todos os custos.
Finalmente, ao receber alta, Jimmy não cabia em si de contente. Quando o luxuoso carro parou na porta da sua casa, ele disse ao motorista:
- Espere! Quero descer sozinho.
Seus pais e irmãos correram à porta, emocionados, vendo-o caminhar ao encontro deles, sorridente e sem manquejar, calçando sapatos novos.
Naquele Natal, toda a família de Jimmy foi levada a uma grande loja da cidade, a fim de que cada um deles escolhesse um par de sapatos.
Jimmy se tornou um bem sucedido homem de negócios e jamais descobriu a identidade daquele senhor de bom coração. 
Tudo porque ele, Henry Ford (1863-1947), pioneiro da indústria automobilística americana, sempre dizia que é mais divertido fazer algo pelas pessoas quando elas não sabem quem lhes ajudou.
Fazer o bem sem ostentação, ocultando a mão que dá, é um grande mérito e sinal de alta nobreza moral, pois tal indivíduo renuncia à satisfação egocêntrica dos aplausos.

Texto de Jack Canfield - adaptação de Marcos Aguiar. 

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