IMPRUDÊNCIA




Uma raposa acabou caindo num poço seco e não conseguia sair de dentro dele, apesar de não ser muito profundo. Enquanto pensava num jeito de escapar, alguém se aproximou, espiando lá de cima: era um bode sedento.
- Ué, raposa, o que é que você faz aí embaixo? - perguntou ele, achando engraçado. 
A raposa não quis passar por imbecil e respondeu:
- Ah, fiz questão de descer aqui pra beber desta água deliciosa! Venha experimentar, a água está mesmo ótima!
O bode estava com tanta sede que nem refletiu; atirou-se dentro do poço.
Assim que ele tocou o solo, a raposa, agilmente, escalou as costas dele e alcançou a boca do poço.
- Ei! Pode me ajudar a sair também? - indagou o bode, ainda sem compreender a malícia da raposa.
- Se você tivesse miolos na cabeça ao invés de chifres, não teria saltado para dentro do poço sem pensar em como sair!
Não há nada errado em ser cortês e prestativo, mas preste atenção: nem todos merecem tua gentileza! Há aqueles com os quais você só irá se prejudicar!

Fábula de Esopo (620-564 a.C.) - adaptação de Marcos Aguiar. 

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