"UMA ONDA SEM FIM"




Uma senhora, acompanhada da neta, fazia compras no supermercado. Ia pondo no carrinho apenas o essencial, o que constava na curta lista.
Sem que a avó percebesse, a menina pegou um lindo bolo confeitado para inclui-lo nas compras. Quando chegaram ao caixa, a senhora então reparou no bolo.
- Minha filha, não temos dinheiro suficiente para levar esse bolo. Por favor, coloque-o de volta na prateleira. Outro dia, quando tivermos condições, eu compro um bolo. 
- Foi o que a senhora disse na última vez - lembrou a neta, franzindo a testa. 
A contragosto, devolveu o bolo, a avó pagou as compras e se dirigiram à saída.
Nesse meio tempo, um rapaz, que presenciara a cena, foi à prateleira, pegou aquele bolo, pagou por ele e correu. Alcançou a senhora e entregou o bolo à garota.
- Desculpe - disse a avó - mas não podemos aceitar. O senhor não tem obrigação nenhuma de fazer isto.
- Na verdade, tenho - explicou o moço, sorrindo - No dia em que completei sete anos de idade, estava com minha mãe no supermercado e escolhi um bolo. Ela mandou devolver, alegando que não tínhamos dinheiro. Daí um homem comprou o bolo, mandou embrulhá-lo e me entregou. Insistiu com minha mãe para que aceitássemos. Ela pediu que ele escrevesse seu número de telefone pra que ela entrasse em contato a fim de devolver-lhe o valor, quando pudesse. Depois de escrever, ele colocou o papel no bolso da minha camisa.
- Então faça o mesmo: escreva seu número telefônico e devolveremos o dinheiro do bolo, assim que possível.
- Está bem - respondeu o mancebo.
Quando chegaram em casa, a menina, toda feliz, foi ao encontro do avô, que estava em uma cadeira de rodas e colocou o bolo no colo dele.
- Feliz aniversário, vovô!
- Obrigado, minha querida - respondeu com meiguice. E para a esposa, comentou:
- Você não deveria ter gastado dinheiro com bolo. Sabe de nossas dificuldades.
- Foi um rapaz que o comprou e fez questão de que o trouxéssemos. Pedi que escrevesse neste papel o número do telefone dele. Veja.
O velho desdobrou o papel e leu: "Um simples ato de carinho cria uma onda sem fim".
Imediatamente ele recordou a ocasião em que estava num supermercado, quando viu uma mulher mandando o filho recolocar na prateleira um bolo confeitado porque não tinha condições de comprá-lo. 
Ele foi, comprou o bolo e o entregou ao menino, cujos olhos brilharam.
E, como a mulher lhe pediu para anotar seu número, escreveu num papel aquela mesma frase.
A "onda do bem" é maravilhosamente devastadora!

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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