"NINGUÉM DEVERIA RECEBER ESTA CONDECORAÇÃO"




Numa bela manhã de outono, a tenente-coronel do exército dos EUA Marilyn Wills estava em uma sala de conferências, preparando-se para uma palestra, quando algo inesperado e terrível aconteceu. Um enorme estrondo deitou abaixo a parede por trás dela.
Marilyn olhou para cima e viu uma bola de fogo, no momento em que o impacto da explosão a lançou para o outro lado da sala. Em toda parte, fumaça e pessoas gritando.
Seus joelhos estavam ensanguentados, mas ela conseguiu engatinhar até à porta mais próxima. Com a manga do suéter na boca a fim de poder respirar, saiu rastejando em meio ao fumaceiro.
De repente alguém agarrou a parte de trás de sua calça. Era uma funcionária de seu escritório.
Marilyn ofereceu a outra manga do suéter para ela e a ajudou a sair dali, ambas se arrastando. A certa altura, a outra mulher disse que não podia ir mais adiante; suas meias de náilon estavam derretendo em suas pernas.
- Ah, sim, você pode! - respondeu a tenente - Suba nas minhas costas!
E assim elas seguiram.
Marilyn rezava por uma saída. Lembrou o tempo todo das filhas. Não queria morrer ali. Não PODIA morrer ali.
Avistaram um pequeno feixe de luz e rastejaram para lá.
Com a ajuda de um soldado e de seu chefe de gabinete (também coronel) quebraram uma das espessas janelas do Pentágono jogando contra ela uma impressora e chutando repetidamente a moldura. Quando a mulher e o soldado foram evacuados através da janela, Wills e o coronel tentaram encontrar mais sobreviventes em meio à fumaça, antes de eles mesmos saírem.
Quando finalmente saíram, Marilyn perdeu a consciência e acordou dois dias depois no hospital. Havia inalado muita fumaça e sofrera queimaduras.
Por seu heroísmo com risco de vida naquele 11 de setembro de 2001, foi laureada com a Medalha do Soldado. Recebeu também, mais tarde, o Coração Púrpura, condecoração destinada a soldados feridos ou mortos durante o serviço militar.
Em uma entrevista, ela comentou:
- Ninguém deveria receber um Coração Púrpura.
Com isso, certamente, ela quis dizer que ninguém deveria ser ferido ou morto em combate e que se deveria abolir a guerra, os conflitos armados, as ações terroristas e qualquer outra violência. 
Infelizmente a maior força do Universo, o amor, ainda não impactou a humanidade como um todo. 
Em pleno século XXI, enquanto as ciências e as artes nos encantam sempre mais, continuamos a nos agredir.
Quando, afinal, os humanos baixarão a crista do ódio e hastearão a bandeira da paz?

Autoria anônima - adaptação de Marcos Aguiar. 

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