INOCÊNCIA INCOLOR




Sophia Benner, aos dois anos de idade, já alimentava um sonho: o de ser médica. Como recompensa por abandonar as fraldas, sua mãe a levou ao shopping, a fim de que a pequena escolhesse um presente.
Durante uns vinte minutos a loirinha esquadrinhou com seus olhos azuis por entre as prateleiras das bonecas, porque era uma boneca o que ela queria. Ao encontrar a "sua" boneca, não pensou duas vezes e dela se apoderou - uma boneca negra de jaleco branco. 
Muito contente, Sophia seguiu para o caixa com a mãe, onde foram surpreendidas com a interpelação da funcionária:
- Me desculpem, mas estão indo a uma festa de aniversário?
- Não - respondeu simplesmente a menininha.
- Então certamente você escolheu esta boneca para uma amiga, não foi?
Óbvio que a garotinha não entendeu o porquê da indagação; então sua mãe explicou que era um presente para a própria filha.
A moça do caixa ficou perplexa. Virou-se para Sophia e perguntou:
- Minha querida, você tem certeza de que quer esta boneca?
- Sim, por favor!
- Mas ela não se parece com você! Olhe, temos muitas outras bonecas que são a sua cara!
A mãe ficou zangada e quis dizer algo. Afinal, qual era o problema de sua filha querer uma boneca negra?
Mas Sophia, não se intimidando com a "pressão", adiantou-se:
- Oh, sim, ela é parecida comigo e é tão bonita quanto eu! É uma médica e eu serei como ela quando crescer! Olha o cabelo dela! E ela tem um estetoscópio!
Finalmente, sem mais argumentos e sem jeito, a funcionária disse:
- Ah, que legal!
Este episódio, ocorrido em 2017 numa loja de brinquedos da Carolina do Sul, EUA, foi divulgado pela mãe de Sophia, Brandi Benner, que comentou:
"Esta experiência apenas confirmou minha crença de que não nascemos com a ideia de que a cor importa. Não interessa a cor da pele, do cabelo ou dos olhos; cada pessoa é bonita do seu jeito. O que conta, de verdade, é a essência, o caráter e a dignidade."
Enquanto se der destaque à cor da pele do próximo, o maldito racismo jamais acabará. 
Quando, afinal, aprenderemos com as crianças que a irmandade não tem cor?

Autoria anônima - adaptação de Marcos Aguiar. 

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