CONQUISTANDO DOIS AMORES




Lucinha era uma menina linda, mas vivia triste e apática. Mal respondia quando lhe dirigiam palavra. Ao observar outras crianças a conversar e brincar com seus pais, mais retraída ficava.
Por vezes, encontravam a coitadinha chorando descontroladamente.
Vivia a se lamentar, alegando que todos tinham pai, somente ela não.
Por mais que a mãe tentasse lhe explicar que seu pai deixara o lar antes do nascimento dela, Lucinha não conseguia entender. Ela queria ter um pai para amar. Alguém que a abraçasse quando estivesse com medo. Um pai que ela pudesse correr ao encontro quando voltasse da escola. Vivia o tempo quase inteiro melancólica pensando nisso e, à noite, sonhava com o pai imaginário.
Certo dia, viu a mãe chegar do trabalho acompanhada de um colega, que viera buscar um livro emprestado.
Ao vê-lo, Lucinha correu e o abraçou com tanto ímpeto que o deixou agradavelmente surpreso.
- Mamãe, você trouxe o meu pai! Você trouxe o meu pai! 
A mãe, desconcertada, não sabia o que dizer.
Mas Cláudio, agachando-se, fitou a menina com ternura e a envolveu num abraço mais demorado que o dela. E, durante esse abraço, profunda comoção apoderou-se dele. Começou a lacrimejar, sem entender por quê. Intuitivamente, sentiu-se num verdadeiro reencontro de almas que se amam.
O tempo passou. Cláudio passou a frequentar a casa - esporadicamente, nos primeiros tempos; depois, de forma mais assídua. Nesse ínterim, um doce e sólido afeto entre ele e Lucinha foi sendo construído, mas essa cadeia de sentimentos não envolveu apenas os dois.
Decorridos alguns meses, Cláudio casou-se com a colega e assumiu a paternidade da menina. Lucinha era só alegria e felicidade e sua jovem existência mudou para sempre a partir de então. 
Como é maravilhoso quando a vida nos faz "topar" com pessoas com quem nos identificamos!

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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